Capítulo I

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Me chamo Isadora sempre fui uma pessoa extremamente tranquila, nunca dei trabalho aos meus pais, eles nunca foram chamados na Escola por mau comportamento, nem por notas baixas. Sou filha do Senhor Antônio Vicente e D. Raquel, meus pais são extremamente religiosos e como filha de Pastor fui criada com mão forte e para servir de exemplo na igreja. Como filha mais velha de um casal visado no meu bairro sempre tive dentro de mim a responsabilidade de ser a filha que meus pais queriam. Tenho 19 anos e sou noiva do meu primeiro namorado, o Davi, que tem 20 anos e também é super-religioso, ele quer um dia ser pastor assim como meu pai é. Meu namoro com Davi tem muito respeito, nunca ultrapassamos o limite sexual, temos um namoro em que a castidade é à base do nosso relacionamento. Pra ser sincera isso me incomoda bastante, tenho varias curiosidades em ralação ao sexo, mas sei que com o Davi não vamos esquentar muito nosso relacionamento apesar das minhas investidas, ele sempre regride ao momento falando que temos que nos manter puros até o nosso casamento. Então tenho que me conformar com a situação.

Trabalho como secretária num escritório de Contabilidade de um Irmão que frequenta a igreja de meu pai, ganho um salário mediano para o cargo e para as várias responsabilidades que ocupo.

Chego ao escritório as 7:55 todos os dias

- Bom dia Isa!- Falou a recepcionista Amanda

-Oi, bom dia Amanda! Tudo certinho?

- Não sei não! Ontem eu larguei e D. Amélia ficou conversando com o Encarregado do financeiro e o Departamento pessoal, e com essa crise confesso que estou morrendo de medo.- Falou Amanda

- Vamos pensar positivo Amanda, Coloca Deus na frente e tudo vai se ajeitar no final

- Deus te ouça- Falou Amanda

Entrei na Empresa e me dirigir até a minha mesa que ficava na antessala da sala da diretoria, e fiquei pensando no que Amanda tinha me falado. Comecei a trabalhar e as 08:30 em ponto D. Amélia que é a Diretora chegou.

-Bom dia Isadora!- Falou D. Amélia

- Bom dia D. Amélia, quer que eu pegue um café pra Senhora?

-Não obrigada, eu vou responder a uns e-mail's e fazer uma ligações, por favor não passa nenhuma ligação e nem me interrompa!- Respondeu, entrou na sala e fechou a porta.

Achei estranha essa atitude de D. Amélia, ela que sempre era falante de manha cedo. Decidir não ficar me questionando sobre isso pra não colocar caramiolas na minha cabeça.

Uma hora depois meu ramal toca, vejo que é D. Amélia:

- Pois não D. Amélia?

- Isadora? Vem aqui por favor!-

Bato na porta e entro.

- Pois não?!

-Isadora, preciso falar com você sobre uma coisa- Falou D. Amélia

-Tudo bem!

- Então Isadora, estamos passando por um momento de crise no pais e infelizmente nosso escritório foi afetado- Fiquei pálida na hora- Estamos enxugando os custos e infelizmente você vai ser afetada- Não conseguir falar nada- Eu tentei segurar você mais quando contabilizamos os custos , tornou-se inviável.

Ok!- Meus olhos encheram de lágrimas- Eu vou limpar minha mesa- Sair da sala encostei-me à minha mesa respirei fundo para recuperar minha sanidade e comecei a recolher minhas coisas.

Cheguei em cassa por volta das 11h da manhã, minha mãe se encontrava na cozinha terminando o almoço, ficou surpreendida com a minha chegada fora do horário.

- Já em casa minha filha?-perguntou

-É mãe, acabei de ser demitida!-respondi

- Oh! Filha tenha fé que você consegue outro.

-É, eu sei.- Falei cabisbaixa

- O que aconteceu para você ser demitida assim de repente?

-Eles falaram que foi a crise- respondi- Mãe, eu vou pro meu quarto tirar essa roupa, tomar um banho e dormir.

-Não vai almoçar?- perguntou minha mãe

-Tô sem fome.

Fui pro meu quarto, tirei a roupa e entrei embaixo do chuveiro, chorei por ter perdido o meu emprego, meu primeiro emprego! Acabei dormindo enrolada na toalha. Acordei com meu celular tocando, era a Amanda da recepção:

- Oi Amanda

-Oi Isa, como você tá?-perguntou

- Eu to bem, só um pouco desiludida- respondi

-Oh! Isa não fica assim, você é nova, consegue se adequar no mercado de trabalho de novo. Lembra-se do que você me disse hoje de manhã?-Fez uma pausa- Tudo vai se ajeitar no fim das contas.

- Eu sei!- respondi sem muita firmeza.

-Olha, eu te liguei pra falar sobre uma vaga de emprego. Lembra daquela empresa que tínhamos um contrato? A Rios empreendimentos?

-Sei...-respondi

-Então minha amiga trabalha lá e falou que a Assistente Pessoal do Diretor vai tirar licença maternidade e não vai mais voltar, daí eu falei com ela sobe você e ela pediu pra você encaminhar o seu currículo por e-mail agora.

- Tá, me passa o e-mail, e obrigada pela força Amanda.

-Vou indo que D. Amélia tá virada hoje.

Enviei o meu currículo assim que desliguei o celular, não podia perder essa oportunidade, o A Rios empreendimentos é um grupo muito forte.

Fui procurar um lanche, já era 17h e encontrei com meu pai na cozinha:

-Oi minha filha! Sua mãe me contou sobre o seu emprego.

-É pai, A crise me pegou- respondi triste.

-Não fica assim! Você é jovem não vai faltar comida na mesa.

- Mas pai eu estou preocupada com os remédios e o plano de saúde da mamãe! Eu sei que ela não quer que eu me preocupe, mas a gente tem que pensar nisso, outra crise dessas e o coração dela não aguenta.

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