CAPÍTULO 89: NOITE DO JANTAR [PARTE II]

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Todos ficaram em silêncio depois do que o Neythan disse. certamente agora eu estava com uma impressão totalmente diferente da mãe dele, não sabia se isso era bom ou ruim. Ela perecia realmente estar provocando, já o pai dele parecia estar tentando controlar a situação e às vezes parecia constrangido com o que a mulher dele dizia, e o Neythan parecia estar tentando se controlar para não explodir a qualquer momento.

Todos já estavam servidos com exceção do Neythan que se recusou. Mas a única que estava realmente jantando ali era a mãe dele que comia e parava para dizer uma coisa a cada dois minutos. A situação estava muito tensa.

— Como está indo a relação de vocês? Creio que agora tudo tenha ficado mais sério. Vocês realmente combinam juntos. — Disse o pai dele

— Você tem alguma duvida, querido? Eles até já dormiram juntos. — Disse Sarah e o marido dela a encarou — Que foi? Mas me digam vocês: Pretendem dar o próximo passo agora? Quer dizer, antes o normal seria a pessoa se casar para depois dormirem juntos, mas agora a situação mudou completamente...

— Isso já faz muito tempo. — Disse o Neythan com desdém

— Só estou dizendo que uma garota deveria se guardar até o casamento.

— Se esse é o seu problema com a Mhylla eu posso resolvê-lo. Casaria com ela agora se ela quisesse, mas tenho certeza que não é exatamente isso. Eu sei que para você isso não passa de uma competição por atenção. E mais uma coisa: não faria diferença dormir com ela antes ou depois do casamento, meu amor continuaria sendo o mesmo.

— O quê? Não estou competido por sua atenção. — Ela fez a mesma ceninha colocando a mão no coração, mas ninguém ali parecia estar convencido.

— Está fazendo pior e isso está ficando chato.

— Como conseguiu uma garota assim? Ela é tão bonita e parece gostar de você. Ela é uma adorm?

— Ela não é uma adorm — Disse o Neythan levantando-se e batendo a mão contra a mesa – Já chega desses assuntos. Eu estou cansado disso. A noite inteira sua intenção não foi uma conversa civilizada e sim de tentar ofender ou constranger todo mundo aqui. Acho melhor vocês irem embora.

— Não vamos embora, vocês nem tocaram na comida.

— Não tenho fome. E se quiserem podem ficar à vontade. Só que eu não fico mais aqui — Disse o Neythan saindo.

Novamente teve aquele silêncio. Não sabia se iria atrás do Neythan ou se ficava ali com os pais dele.

— Eu não acredito que ele fez isso. — Disse a mãe dele, incrédula.

— Eu é que não estou acreditando que agiu dessa forma. Você disse que queria recomeçar. É este o recomeço que estava falando? Dessa vez não ficarei do seu lado, agiu de uma forma infantil. O Neythan tem razão de não aceitar isso. — Disse o pai dele levantando-se — Acho que por hoje já causou muito transtorno por aqui e é melhor irmos embora.

Assim que se levantou e passou perto de mim disse:

— Desculpe por isso. Eu realmente esperava uma atitude mais madura da minha esposa.

Ele saiu e a mulher dele ficou com cara de quem não acreditava no que tinha acabado de acontecer.

— Depois eu é que sou má educada. — Disse ela se levantando.

Eu fiz a mesma coisa, ela foi até a sala onde o marido dela esperava na porta de saída, ela saiu sem olhar para ele e entrou no carro que estava lá fora, ele se desculpou mais uma vez e saiu.

Procurei pelo Neythan e vi que ele estava no quarto dele, ele estava sentado na beirada da cama de cabeça baixa. Não sabia se deveria interromper, pois ele parecia estar realmente muito chateado... No caso com raiva e ambos sabíamos que isso não era bom. Eu decidi entrar, parei em frente a ele.

Ele continuou imóvel.

— Eu achei que seria uma boa ideia deixar você um pouco sozinho, mas preferi ficar do seu lado.

— Fico feliz que esteja aqui. — Disse ele tocando o meu braço

Percebi que ele estava quente, só que não como das outras vezes mais que isso.

— V-você está bem?

— Estou ótimo — Ele respondeu, levantando-se e ficando frente a mim.

Dava para sentir o calor do corpo dele só de estar perto. Os olhos dele estavam escuros e pela primeira vez senti medo quando estava perto dele. Sabia que alguma coisa nele não estava normal.

— Neythan? — Eu disse e ele pegou meu rosto entre as mãos me olhando profundamente

Ele aproximou o meu rosto do dele e me beijou, mas o beijo não era como o de sempre, ele me beijou com raiva, de uma forma rude, eu tentei empurrá-lo, mas ele nem percebeu ou se moveu, podia sentir o calor do corpo dele no meu e nos lábios dele. Não retribui o beijo, toquei o rosto dele tentando empurrá-lo de novo, ele parou e me olhou.

— Você não está bem. — Disse dando um passo para trás.

— Você está enganada.

Ele me pegou pelo braço de uma forma rude de novo e me deitou na cama segurando meus braços ao lado da cabeça.

— Você não está bem. Me solta.

— Não tenho a intenção de fazer isso.

— Você está machucando o meu braço. — Eu disse e ele parou para observar, mas não me soltou.

— Eu quero você. — Disse ele me beijando de novo, eu virei o rosto.

— Não vou ficar com você enquanto está neste estado. Este não é você.

— Este sou eu. — Ele falou de forma rude — Eu sempre fui assim, você é que nunca viu este meu lado. Eu disse que eu não era uma pessoa boa.

— Você é. Só fica negando pra você mesmo.

Ele riu, mas sem humor nenhum. Novamente ele voltou a me beijar, agora podia sentir o calor dele na minha pele e me lembrei das chamas sufocantes que queimaram o internato, parecia que queimava a minha pele, mas não estava realmente. A forma rude que ele estava segurando o meu braço estava machucando. Ele ficou novamente imóvel e quando voltou a me olhar percebi que os olhos dele agora estavam vermelhos.



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