CAPÍTULO 80: IMPULSO DO INCONSCIENTE

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Ele dirigiu pela estrada principal, onde aquela vez aconteceu o acidente de carro, eu fiquei meio inquieta e achava que o Alexander tinha percebido por que a cada dois minutos ele se virava para me olhar. Não iria negar que estava um pouco insegura perto dele, não que estivesse com medo dele, mas sim do que ele poderia fazer; também não achava que ele iria me agarrar ou coisa parecida, mas ele era muito imprevisível.

Tirei minha atenção dele olhando a estrada lá fora, vi aquele táxi que antes iria pegar; ele acelerou a nossa frente, teve um estouro do lado de fora, o táxi acelerou mais ainda e acabou capotando e batendo em uma árvore que tinha perto da estrada; veio-me a mente o acidente de táxi daquela outra vez com aquela figura na estrada.

Desci do carro, apavorada, quando o Alexander parou, vi que o cara do táxi saiu de lá correndo, ele parecia machucado, mas conseguia andar. O Alexander me puxou para trás ao mesmo tempo em que o táxi explodiu.

Fiquei paralisada, a minha mão estava tremendo e meu coração disparado.

— Não tem que se preocupar, o motorista já saiu do carro e não tinha mais ninguém lá dentro. Sorte que você aceitou minha carona e viu que eu não mordo. — Disse o Alexander me olhando

Olhei para ele tentando entender se era uma brincadeira. Não consegui chegar à conclusão nenhuma. Mas ele tinha razão, ainda bem que eu tinha aceitado a carona dele, seria péssimo se eu tivesse entrado naquele taxi.

Voltamos para o carro e ele dirigiu até a minha casa, o carro dos meus pais não estavam estacionados lá, então provavelmente ainda não tinham chegado, o que era bom porque assim minha mãe não teria motivo para ficar chateada por que cheguei tarde de novo.

— Está entregue, sem nenhum arranhão.

— Obrigada. — eu disse e ele sorriu — Sabe... A Ambre... Você não sente nada por ela?

— Está com ciúmes? — perguntou ele com um sorriso provocativo

— N-Não. É que... Sabe essa história toda. A Naylla e Ambre. Você sabe que ela sempre gostou de você, não é?

— Eu sei disso. Mas na verdade tudo não passa de obsessão. Quando não consegue o que quer fica furiosa então passa a ver isso como uma competição. Acho que bem lá no fundo o que ela sente não passa de amor. Ela acha que você está no caminho desde quando era a Melissa. Então isso para ela é algo ruim.

— Então acha que realmente ela não te ama? — perguntei e ele sorriu

— É claro que não. Quando uma pessoa não consegue fazer uma coisa que quer, ela fica frustrada, algumas que estão dispostas a tentar de novo fazem isso até conseguir e com isso conseguem satisfação. Se ela conseguisse o que quisesse pode ter certeza que talvez percebesse que o que acha que está sentindo não é real.

— Então... Por que não dá uma chance para ela? Eu sei que você não tem namorada, é claro... A menos que conseguiu uma.

— Seria a mesma coisa que eu pedir para você me dar uma chance. Qual seria a sua resposta?

— A mesma de sempre. Tenho namorado e não sei se o que sinto por você é real.

— Exatamente. Não sinto nada por ela. Se desse essa chance estaria enganando e acabaria a fazendo sofrer mais do que ela já faz.

— Ela estava chorando hoje, disse que estava com raiva.

— Não falei com ela hoje. Se alguém a fez chorar, esse alguém não foi eu.

— Hum... Eu tenho que ir. Mais uma vez, obrigada. — Eu disse

Virei para abrir a porta do carro para sair, ele segurou o meu braço, assim que me virei para ver se ele tinha mais alguma coisa a dizer ele chegou perto de mim tocando o meu rosto.

— Alexander eu já disse...

— Eu já sei. — Disse ele me beijando

Eu acabei ficando confusa, iria me afastar só que... não conseguia. Não que ele tivesse me impedindo, meu coração acelerou e inconscientemente eu acabei retribuindo. Ele tocou meu cabelo e depois a minha cintura me puxando para perto dele.

— N-Não... I-Isso é... Errado. — Eu disse me afastando e tentando respirar

O que eu tinha feito?


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