Capítulo 3 - Nasceu

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Muito obrigada a todos os comentários, leituras e estrelinhas, estou muito feliz por vocês continuam acompanhando a história aqui.  Já temos mais de 2 mil leituras e quase 300 estrelinhas e isso com apenas dois capítulos postados. Vocês são demais ;)


Por Fernando

Acordei tarde naquele sábado, minha cabeça latejava, minha boca estava seca, era uma bela de uma ressaca, de certa forma, aquilo virara uma rotina para mim. Me levantei, e me vesti. Após um tempo estava no andar de baixo da casa ,onde me deparei com Francisca:

- O seu Fontes ligou, Dr. Fernando.

- Ele deixou recado?

- "Nasceu" foi o que ele falou.

- Nasceu? O que isso quer dizer? – indaguei confuso.

- Não sei. Ele disse que o senhor entenderia. – ela comentou.

- Obrigada, Francisca. Acho que vou ter que entrar em contato com ele. O meu amigo está ficando muito enigmático.

Liguei para o teatro, um dos atores atendeu, após um tempo de espera, Fontes falava na linha:

- O que você quis dizer com "nasceu"? – perguntei.

- Ora, Fernando você já foi mais esperto!

- Fala logo, Fontes. Não estou com cabeça para decifrar enigmas.

- Quem mais podia ter nascido? A Luíza!

- Que Luíza? – ainda não o entendia.

- A minha filha, homem. – ele disse animado.

- Ahhh, mil desculpas. Eu tô mesmo lento hoje, deve ser a ressaca. Parabéns!

- Ela é o bebê mais lindo do mundo! – ele continuou orgulhoso- Vem logo na minha casa para conhecer a sua afilhada!

Mesmo parecendo um tanto amassada, realmente Luíza era graciosa. Era grande, bochechuda, branquinha, e careca. Na verdade havia uns fios escuros sem sua cabeça, mas eles eram bem poucos. Também nascera muito saudável e perfeita como sua mãe fez questão de pontuar.

Fontes e tia Carol estavam exultantes, via nos olhos dos dois que não conseguiam conter o orgulho e a felicidade. Depois de uma breve conversa com ambos no quarto com a presença ilustre da nova e amada integrante da família, eu e Fontes saímos, deixando as duas rainhas da casa descansar. Elas tinham passado por uma maratona naquele dia.

Nos sentamos no sofá, ele trouxe dois copos e nós começamos a tomar um trago:

- À Luíza – ele levantou o copo.

- À Luíza – nós brindamos e tomamos um gole – Você está mesmo muito feliz, amigo. – comentei o obvio.

- Não era para estar? Eu tenho uma menininha linda e completamente saudável! Uma menina! – ele enfatizou a última palavra.

- Era uma menina que você queria?

- Antes eu não falei para não... Sei lá. Já era uma surpresa para nós, uma benção, não ia reclamar, amaria o que viesse. Mas agora que nasceu, posso. Uma menina! Sempre quis uma menina! O que eu ia fazer com um menino? Meninas são mais dóceis, carinhosas, bonitas, sensíveis. Me dou muito bem com as mulheres e não só em questão de conquista. Elas também não brigam tanto com os pais. Eu e eu meu velho, por exemplo, discutíamos demais. Briga de egos de dois machos. Acho que com uma menina, isso é mais improvável. Ao contrário, quando chegar em casa, encontrarei duas princesas no meu lar. – ele terminou sorridente.

O preço da separação (degustação )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora