Capítulo Oito

7.4K 733 29
                                    

Estávamos próximo ao ponto que descemos como de costume, quando passei próximo ao banco que Wellington estava ele beijava a Tati loira, dói um pouco não nego, mas eu já passei por isso, e por sorte ele deixa claro que quer minha amizade, preciso apenas aprender a conviver com ele e esquecer esse sentimento idiota.

Virei o rosto e passei por ele, que me segura pela mão e Tati olha torto para ele.

-O que foi? -Pergunto um pouco irritada, seu toque me estremece e ele sabe disso.

-Amanhã as sete e meia, não esqueça minha xícara.

Fala e eu só concordo com cara de poucos amigos.

Saio do ônibus e minha cara de merda logo é percebida pelas minhas amigas.

-Você deveria falar para ele o que você tem sentido com essas ''brincadeiras'' dele. -Diz Milca.

-Vocês me conhecem né? -Falo olhando para um ponto invisível na minha frente.

-Claro Rafa. -Diz Ana e me abraça pela cintura.

-Pior que eu não sei o que fazer? -Não quero perder a amizade dele por conta desse sentimento idiota.

-Mas Rafaela, está claro pra gente que ele sente algo por você, nem que seja atração, observe mais minha amiga. -Diz Ana e eu a encaro.

-Vocês acham isso mesmo? -Pergunto parando no meio da rua.

-Claro. Respondem em uníssono.

-Rafa ele está perto de você o tempo todo, te da beijos no pescoço, te ajuda a fazer ciúmes para Alberto, você acha que a gente não reparou nisso hoje. -Milca fala e vejo Ana concordando com tudo.

-Rafa só queremos que você aproveite, mas você o viu com aquela garota hoje, ele tem atração por você, isso é fato, mas não caia mais uma vez nisso de paixão amiga, ele não vai mudar e talvez você só devesse aproveitar o momento.

-Uma amizade com benefícios? Isso que você propõe? -Falo.

-Exatamente, uma amizade colorida, sem apego, só aproveita o momento e não se apegue a sinais e nem fique triste quando o ver com outras, aliás faça o mesmo, beije na boca de quem você quiser. -Diz Milca e eu fico envergonhada.

-Acho que posso tentar evitar o sentimento não prometo, mas estou perdidamente louca para beijar aquela boca.

-Vai minha amiga, investe e divirta-se. -Ana fala e vejo o quanto ela mudou.

-Ana cadê aquela timidez toda? -Falo rindo e ela me olha vermelha.

-Está aqui ainda, mas preciso viver e conhecer pessoas e me apaixonar e desapaixonar, preciso viver amiga e você também, ergue essa cabeça se ame, você é linda.

Me despedi delas e entrei em casa quietinha pois papai já dormia, subi para o meu quarto e me olhei no espelho, observei cada detalhe, meus olhos, boca, nariz, cabelo, as bochechas rosadas, talvez Ana tenha razão, preciso viver, erguer a minha cabeça e me amar.

Me levanto e tiro minha roupa ficando apenas de lingerie, observo meu corpo, cada dobrinha, cada estria, cada manchinha, me olho nos olhos e lagrimas brotam dos meus olhos, a quanto tempo fui cega para mim, a quanto tempo evito de fazer isso, olhando para mim, lembro me dá minha história, lembro dos almoços com mamãe regados a massas e bolos gelados, dos churrascos e das noites no cinema com a minha família, cada momento bom da minha vida, havia comida e risadas, e me dou conta de cada quilo a mais, cada marca na verdade são registros do que eu sou, do que eu fui e de momentos que vivi. E ali eu me entrego ao choro, e me olhando nos olhos eu digo para mim mesma.

Amizade colorida com a GGOnde as histórias ganham vida. Descobre agora