Capítulo 6

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*Ponto de vista da Laura

Não sabia de onde havia surgido aquela bola de futevôlei que acertou o Lu. Nem me lembrava de ter visto alguém jogando por ali antes do ocorrido. Mas quando vi aquele rosto familiar caminhando ao nosso encontro... Aí entendi tudo!

Rafael até poderia ser confundido com um ser humano normal que gostava de praticar esportes na praia, num domingo à tarde. Normal entre aspas, porque não era exatamente normal alguém ser tão lindo daquele jeito. Ele estava até suado! Não... Ele não poderia estar jogando de verdade! Seria coincidência demais nos encontrarmos assim! E desde quando anjos jogam futevôlei na praia de Copacabana?

- Presta atenção pra não acertar as pessoas, cara! - Lu joga a bola nas mãos de Rafael.

- Laura? - Rafael olha para mim parecendo surpreso em me encontrar ali.

- Oi Rafael! - Eu ri com o canto da boca para ele.

Até parece que ele estava surpreso em me ver...

- Quanto tempo não nos vemos, não é mesmo? - Ele se aproxima para me cumprimentar com dois beijos, como gostava.

Sua mão escorregou em minha cintura. Uau! Ele tinha mãos firmes! Não pude deixar de me sentir tonta com sua aproximação, seus lábios tocando minhas bochechas, sua mão em minha cintura... Será que esses sentimentos inapropriados que eu tinha em relação à ele passaria algum dia?

- Vocês se conhecem? - Luís se intromete, fazendo Rafael se afastar.

- Laura, eu estava mesmo precisando falar com você... - Rafael ignora a pergunta do Luís, jogando a bola para os outros rapazes do futevôlei e me puxando logo em seguida. Ele sequer olhou na direção do Luís, coitado.

- Espera... - Eu o fiz parar de andar e me puxar. - ... Rafael, esse é o meu amigo Luís. Luís, esse é o meu amigo Rafael.

Me senti envergonhada em relação ao Lu, tadinho. Ele não parecia feliz com a situação. Eu estava ali a convite dele, mas também não podia perder uma aparição do meu Rafael. Meu? De onde tirei isso? Ele não é meu! Muito provavelmente nunca será! Mas o que importava para mim era que ele estava ali e que sua presença era um bálsamo para mim. Eu queria mais daquela paz que só ele me transmitia.

Eles se cumprimentaram a distância. Um cumprimento nada caloroso. Rafael voltou a me puxar para sairmos dali.

- Laura... - Lu dá de ombros enquanto eu era afastada de sua companhia.

- A gente se vê amanhã, Lu... Aparece lá na padaria. - Pisquei para ele, olhando para trás, enquanto era puxada em direção ao asfalto por Rafael.

- Tadinho, Rafael! - Eu fiz cara feia para ele, enquanto pegava os capacetes pendurados na minha moto.

- Não sei ainda se ele é boa companhia para você. - Ele apanha um dos capacetes e o coloca na minha cabeça, já apanhando a chave da moto de minhas mãos.

- Desde quando é você quem escolhe minhas amizades? - Pergunto, perplexa. - A propósito, mesmo que você seja imortal, eu ainda posso ser multada. - Entrego o outro capacete para ele.

- Sempre fui eu quem escolhi suas amizades! - Ele era mesmo muito autoritário.

Ao menos colocou o capacete conforme pedi. Eu devia ter pego a chave de volta das mãos dele. Primeiro porque a moto era minha e ele nem pediu minha permissão para pilotá-la, e segundo que ele pilotava como um louco! Cadê a paz de espírito que ele exalava?

Cruzei meus braços envolvendo sua barriga para não esborrachar no chão. Nem sabia que minha moto podia correr tanto. Nossa! Que barriga dura, cheia de gominhos... Ao menos nesse ponto eu não me sentia tão inferior à ele. Minha barriga podia não ter gominhos, mas ficara sequinha depois dos quinze quilos perdidos. Era a parte de mim que mais me orgulhava.

Anjo Meu Onde as histórias ganham vida. Descobre agora