Capítulo 2 - O primeiro acorda

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Alguns pássaros começaram a voar em círculos sobre minha cabeça, e acabei voltando à realidade.

Nos primeiros meses de minha morada no Olimpo, achei o máximo a biodiversidade da fauna olímpica. Pássaros, animais e insetos que nunca foram vistos no mundo mortal, conviviam tranquilamente com sátiros, ciclopes, ninfas e deuses.

Depois de um tempo, comecei a perceber que eles eram um pouco mais que simples animais.

Eram inteligentes, amigos de determinados deuses e se esforçavam para agrada-los com fofocas sobre outras pessoas. E não sei porque, eles adoravam me perseguir para falar sobre minha vida.

Me distrai tanto que não percebi quando ela entrou na piscina, espalhando água pra todo o lado.

- E ae cabeça de alga.

Ela nada para perto de mim e me abraça. Seu biquini azul com detalhes cinzas é o suficiente para me deixar louco, e seu beijo é melhor que qualquer néctar ou ambrósia que eu poderia provar.

Parte boa de ser imortal: um beijo pode durar uma eternidade. Passo a mão pelos seus cabelos molhados e sinto o calor do seu corpo. Tínhamos todo o tempo do mundo, pelo menos até meu pai voltar.

Porém, esse não foi o caso.

Um vento frio e cortante soprou derrepente, uma sensação ruim, como se a morte tivesse dado um passeio por ali (e acreditem, sei do que estou falando). Ainda em meus braços, Annabeth olha para todos os lados.

- Mas o que...

-ARRRGH!

Um urro se fez ouvir por todo o Olimpo. Todos os animais se calaram, as conversas morreram e todas as atividades pararam.

Senti um puxão violento. Tudo começou a balançar, pessoas e animais a gritar desesperados.

Segurei Annabeth e mergulhei. Criei uma bolha de ar para nos dois, que ficava indo para todos os lados da piscina.

- O que é isso? Ela perguntou.

- Terremoto? Gritei em resposta.

- No Monte Olimpo? Percy, estamos no céu!

A água da piscina começou a subir, como se um aspirador gigante a estivesse sugando. Começamos a sair da piscina e fiz todo o possível para as águas ficarem ao redor da bolha de ar.

Quando olhamos ao redor, o que vimos foi uma das cenas mais horríveis que vi em minha vida (e olha que para o cara que foi ao Tártaro e voltou, isso é muita coisa).

Tudo estava em pleno ar: templos, colunas, árvores a água da piscina, deuses, sátiros, ninfas, ciclopes, animais.

No extremo sul, uma cabeça gigante que mudava de forma o tempo todo. Duas mãos em forma de guerras monstruosas puxavam o Monte Olimpo para baixo.

A princípio pensei que poderia ser uma versão bizzara e gigante da cintura do monstro Campe, mas Annabeth sacou o que era antes de mim.

- Tifão. É a cabeça de Tifão.

Não era possível. Como o rei dos monstros estava ali, arrastando o Monte Olimpo para baixo? Ele deveria estar no Tártaro, preso.

- Isso não podia ficar pior...

Eu estava errado. Annabeth olhou para trás e vi a cor do seu rosto sumir.

- Percy...

Me virei e o que vi era impossível. Uma cabeça de fogo. Uma cabeça gigante de fogo, com olhos negros. Um palito de fósforo gigante estava ajudando Tifão a destruir o Olimpo.

O legado dos deuses - Os Heróis do Olimpo, Crônicas dos Kane, Magnus ChaseOnde as histórias ganham vida. Descobre agora