Consistent (Matthew Espinosa)

Capítulo 36

Quatro chamadas e nada do Matthew atender. Pegar ele na mentira tinha me deixado nervosa mas optei por ligar depois que eu saísse do curso porque não se eu ligasse antes não teria cabeça pra aguentar o resto da manhã.

- Alô? Babe?

- Oi Matthew.

- O que aconteceu? - Já percebi o tom de voz dele mudando.

- Eu que pergunto. O que aconteceu?

- Como assim?

- Como assim? Vou te explicar já que aparentemente você não se lembra. Você me falou que ia direto para o hotel e o que você fez? Saiu com uns amigos e amigas. Você poderia ter simplesmente falado.

- Eu não falei porque sabia que você não ia ficar legal com o fato de eu sair com algumas meninas que estavam no grupo.

- Eu não ficaria brava se você me contasse porque você contando eu saberia que eu não precisava me preocupar mas como você mentiu talvez eu precise me preocupar sim.

- Não, você não precisa.

- Como você quer que eu pense isso se não faz uma semana que você está longe e já está fazendo uma das coisas que eu mais odeio?

- Desculpa Sophie. Olha só como você está.

- Como eu estou? Como eu estou o que? Estou chateada.

- Chateada? Sophie você está fazendo tempestade em copo d'água.

Fechei os olhos tentando respirar fundo e me segurar pra não fazer barraco.

- Ok, eu estou fazendo tempestade em copo d'água?

- Sim.

- Vou te deixar em paz então, tchau.

Desliguei o celular e deixei ele no modo silencioso.

Tudo bem, se ele estava achando isso então eu não ia falar mais nada. Literalmente.

Eu estava pensando seriamente em contar pelo menos pra ele sobre o teste mas depois dessa conversa eu vi que não valia a pena. Ele não iria saber.

Fiquei mais uns minutos sentada na mesa da lanchonete do curso até que resolvi ir embora.

No caminho todo eu sentia meu celular vibrar e em todas as vezes era o Matthew só que eu não atendi.

Se ele achava que ele ia fazer as coisas e se achar o dono da razão ele estava muito enganado, comigo isso não ia funcionar.

Minutos depois que eu cheguei em casa a Bia também chegou e vendo a minha cara ela sabia que tinha algo errado. Eu contei pra ela e ela me apoiou, inclusive queria conversar com ele mas eu não deixei.

Acordei no dia seguinte com o meu coração na boca. Hoje era o dia do teste e meu coração já acordou acelerado.

Me arrumei, peguei tudo o que precisava para sair e com o meu coração na mão eu fui.

Quando cheguei no local do teste me deparei com várias pessoas. Troquei algumas palavras com algumas pessoas mas preferi ficar mais na minha, fiz um aquecimento corporal que sempre me ajudava quando eu ficava nervosa e preferi ficar quieta para deixar a cabeça vazia de coisas supérfluas.

- Sophie Mello.

Meu coração foi a mil. Era meu primeiro teste aqui e eu estava com medo de não me sair bem.

Assim que entrei na sala me deparei com dois homens e uma mulher. Eles me fizeram as perguntas mais básicas e me entregaram um papel com o diálogo que eu iria interpretar.