Capítulo 4

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"Time is never time at all

- O tempo nunca é o tempo, afinal -

You can never ever leave without leaving a piece of youth

- Você nunca pode partir sem deixar um pedacinho de juventude -

And our lives are forever changed, we will never be the same

- E as nossas vidas são mudadas para sempre, nunca mais seremos os mesmos -

The more you change the less you feel

- Quanto mais você muda, menos você sente -

Believe, believe in me, believe

- Acredite, acredite em mim, acredite -

Believe that life can change, that you're not stuck in vain

- Acredite que a vida pode mudar, que você não está preso em vão -

We're not the same, we're different tonight

- Não somos os mesmos, somos diferentes hoje à noite -

Tonight, so bright... Tonight

- Hoje à noite, tão brilhante... Hoje à noite -"

(The Smashing Pumpkins - Tonight Tonight)

David era um cara legal, três anos mais velho que eu, e nosso namoro começou gradualmente - por culpa dele. Se dependesse de mim, estaríamos de mãos dadas desde o berçário. Minha paixonite era visível, eu nunca fui boa em esconder meus sentimentos, e ele sabia disso.

Éramos amigos desde a infância, por causa do relacionamento dos nossos pais. Crescemos dividindo experiências e dúvidas. E quando eu tinha doze anos de idade ele me beijou pela primeira vez, com a desculpa de que precisava treinar suas técnicas, para não decepcionar as garotas do colégio, aí eu tive a certeza de que ficaríamos juntos para sempre. Só que bem depois, talvez quando eu tivesse um corpo torneado e começasse a usar sutiã.

Anos mais tarde, ele levou um fora de uma menina, que o trocou por outro rapaz do colegial - que jogava futebol no time da escola e era o carinha mais popular da escola - e David percebeu que não havia ninguém mais perfeita para ele do que eu.

No dia da minha festa de quinze anos ele me pediu, oficialmente, em namoro. Diante de todos os convidados, com o microfone na mão e com meu pai pronto para voar no pescoço dele. David era meu príncipe. Aquele foi o dia que eu descobri os benefícios de um meia-taça com bojo.

Agora, ele era não era mais um garoto. Era um homem de vinte e um anos de idade, forte, determinado e inteligente que me socorreu no meio da madrugada fria, quando meus pesadelos com carros e faróis vindos em minha direção não passavam e eu poderia jurar que eu conseguia ouvir o som da derrapagem bem perto dos meus ouvidos antes de acordar com os lençóis emaranhados no corpo.

— Calma, meu amor. É só uma fase. — ele dizia com a voz calma, de uma forma tão madura que eu nunca havia visto antes. — Nós vamos superar isso. Juntos. Dê-se algum tempo. Faz apenas duas semanas que tudo aconteceu.

— E se não passar? — eu questionava todas as vezes. — E se esse vazio ficar aqui para sempre, como eu vou aguentar? — Tentava desesperadamente achar uma saída do buraco negro no qual eu me encontrava.

Quando Acreditei em DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora