O Irmão do meu pai

Vem comigo!

*Juliana*

Eu vou tentar resumir como tudo começou , apesar de ter passado por muitos momentos ruins morando com minha tia e meu tio , mas foi numa manhã de sábado do dia 13 de abril de 2008, que eu decidi abandonar a minha vida medíocre com meus tios e viver a minha história , meu nome é Juliana , e o que eu vou contar parece um pouco assustador , mas até as coisas mais assustadoras podem te levar a um lugar surpreendente.

_ Juliana! Arruma essa bagunça agora, não gosto que você joga suas calcinhas pela casa - disse minha tia

_ Não sei como consegue ser mais chata tia ! - respondi saindo do meu quarto

_ Já juntou suas bagunças? - e ela foi caminhando até a mim com um cabo da vassoura na mão

_ Sério? As calcinhas nem são minhas, não uso extra-G - e mostrei pra ela segurando a peça pelas pontas do dedo

_ Acho que você está precisando ficar um tempo há mais dentro de casa , talvez deva te proibir de ver o Hugo , estaria fazendo um favor a ele , até  agora não sei como ele namora uma menina como você - e ela dizia ironicamente , deixando um sorriso de lado no ar

_ Perdão tia , mas dessa vez foi a senhora que começou

_ Quem começou tudo isso foi sua mãe , que foi embora e ao invés de levar a cria dela junto , abandona feito um animal , e eu que tenho que segurar as pontas pra ela !

_ Não mencione minha mãe nessa história , se a senhora está cansada de mim nesta casa , é só dizer que eu vou embora , nem olho para trás , apenas vou - e nesse momento meus olhos encheram de lágrimas , e minha mente queria entender o porque de tanto ódio que minha tia tinha de mim

_ Acha que consegue sobreviver lá fora sem mim ? - disse ela bufando de raiva - _  Mas se acha que é capaz , vá , mas o momento que tirar o pé desta casa , não será mais bem vinda , menina ingrata ! Tudo que fiz até hoje foi por você - diz ela gritando ofegante

_ Ok tia , eu estou cansada das suas ameaças , estou farta de tantas dores de cabeça , meu pai sempre envia dinheiro para ajudar com minhas despesas , e você agi como se eu não tivesse direito sobre nada nesta casa , sendo que você sabe a verdade , além de não faltar alimento graças ao papai , mas se você também acha que consegue sobreviver sem essa ajuda , eu acho melhor me retirar - me retirei dali apenas vestindo a roupa do corpo

A cada dia eu me tornava mais exausta na casa da minha tia , então fui juntando roupas , dinheiro que o meu pai mandava , e planejando algo diferente para o meu futuro , meu sonho sempre foi juntar o suficiente e sair daquele ambiente que não me pertencia , mas nunca pensei que ia chegar tão longe. Pedi o Hugo para investigar de onde vinha as cartas que ele me mandava e ele descobriu o endereço da casa do meu pai , e com essa informação , eu poderia finalmente conhecê-lo , já que quando a mamãe me abandonou , eu era muito pequenina , não consigo lembrar da minha infância, minha única memória na infância eu tinha 5 anos , foi quando cai no pátio do colégio e minha tia me deu uma surra por sujar as roupas brancas da escola. Mas por fim depois de caminhar algumas horas pensando na vida , consegui pegar o metrô e fui rapidamente a casa da minha melhor amiga Lany, assim que cheguei apertei a campainha 4 vezes , queria que fosse tudo rápido, assim eu não corria o risco da minha tia me alcançar . E a mãe da Lany me atende em seu portão

_ Oi tia! Oi ruan!  - A mãe da Lany atendeu a porta com o ruan no colo

- Oi meu amor, da "oi" pra ela bebê! - diz ela brincando com ruan - _ Ju querida , Lany está no quarto com o Hugo , é até uma surpresa tê-la aqui , quer falar com ela ?

_ Pera aí , Hugo ? Eu posso subir?

_ Claro meu amor ... - e ela olha um pouco assustada

_ Licença ! - fui subindo as escadas, e abri a porta rapidamente , e para minha surpresa , minha melhor amiga e meu namorado estavam se beijando - _ O que é isso? - Falei com voz de choro

_ Não é o que você pensa Ju - disse Hugo assustado

_ Não é.....O que eu.... Pen....so? - Quando percebi já estava soluçando

_ Amiga desculpa, por favor,  você está entendendo errado - lany tentou se aproximar

_ Não encosta em mim , eu só vim pegar minhas malas , quando eu sair vocês podem continuar com a farsa de vocês ! - Gritei com ela com a voz rouca , eu amava demais o Hugo e a Lany , me senti mortalmente traída pelos dois

_ Foi ela que me beijou amor - Hugo falou apoiando a mão em meu ombro

- Tira.... Essas..... Mãos..... Imundas de mim, e quer saber? Quero que vocês dois me escutem, eu estava pensando em desistir de fugir por vocês, mas agora, nada me segura, quero que vocês sejam felizes para sempre ! - eles ficaram em silêncio e eu rapidamente sai dali chorando. Peguei minhas malas, me despedi da mãe da Lany e do Ruan, e fui direto para o aeroporto de Brasília, chegando lá abri as malas para pegar o dinheiro que havia juntado para comprar as passagens, olhei tudo e nada. Apoiei os cotovelos nas coxas e coloquei a mão sob o rosto e comecei a chorar, estava completamente acabada, suja e com fome, aceitei pelomenos alguns centavos de um mendigo, que me ajudou um pouco, minha vida acabou logo ali, até um homem lindo sentar do meu lado, ele aparentava ter vinte e dois anos, nossa eu só tenho dezesseis, que ridículo da minha parte.

_ Oi - e ele puxou conversa

_ Oi - Falei meia assustada e ao mesmo tempo confusa

_ Vai viajar? 

_ Eu? Não, estou sem dinheiro, juntei tanto tempo pra nada , mas acabei de fugir de casa , talvez seja um castigo para voltar pro meu inferno pessoal

_ Não acha que está sendo mimada fugindo dos seus pais assim ? Tá achando que a vida é brincadeira  ?

_ Ei! Eu sei que não é brincadeira , antes de dar palpite , pergunte sobre , e pela sua arrogância , nem se me pedisse desculpas eu diria - e me levantei de perto dele

_ Ok, está certa , talvez eu estivesse descontando meu dia frustrante em você , foi eu que puxei assunto , mas já que você está sozi....

_ Eu não quero saber - disse interrompendo ele , pois  aquela conversa havia me deixado desconfortável demais

_ Eu sinto muito , não queria ser arrogante , quando te avistei de longe , senti de oferecer uma ajuda - e ele se levantou também

_ Que tipo de ajuda ? - perguntei curiosa

_ Eu apenas ia dizer pra você vir com....

_ Diz logo ! - o interrompi novamente , estava um pouco nervosa com a situação

- Vem comigo!