Bem, melhor eu já ir para a escola mesmo...
Arrumando o meu cabelo, roupa confortável(mais especificamente, uma saia com suspensório, gravata borboleta e blusa branca formal) e mochila, fui para a escola. Chegando, vejo as mesmas gororobas de sempre, e então...
- E aí, Coração de Gelo? - Escuto uma voz irritante atras de mim. Alan.
Pensa num otário...
Ele tinha cabelos negros, corpo alto e seu cabelo era meio bagunçado e cacheado.
"O emo(fedido) playboy da escola"
O quê "curte a vida", "pega todas", "maconheiro", entre outros títulos.
O que ele é meu? Antes, amigo. Agora uma bad boy fogão que pisa nos outros para se sentir melhor com a vidinha do pai trabalhando sem parar, a mãe comprando cigarro e a madrasta fazendo merda e culpando ele.
- Está exausta? O que houve? Deu demais ontem a noite? - Alan começa a gargalhar. Estava óbvio que ele só disse por dizer, como sempre. Mas mesmo assim...
- E você? Te pagaram pouco pela foda? - Pergunto enquanto me sento no meu lugar habitual, organizando meu caderno sem olhar para ele.
- Fique tranquila, fui bem comido naquela noite. -Ele diz, se sentando atrás de mim. Alan chega a ser insuportável e... bem Boy Lover quando quer.
- Que bom para você. Espero que tenha passado pomada. - Apenas digo sem cerimônia, botando fones de ouvido e fechando os olhos.
- Qual é! Hoje a Fernanda faltou, não quer companhia? - Alan tenta provocar, dando aquela porra de sorriso presunçoso e puxando meu cabelo!...
Querendo acabar com a sua alegria, me levantou e me sento ao lado de alguém. Sem me importar com quem seja. O importante foi ver o sorrisinho presunçoso desaparecer, o que foi Hilário!
- ... - Senti um silêncio do outro lado da mesa, e preocupada e talvez curiosa, olhei para o lado, e vi. Um garoto negro com cabelos de tranças soltos para trás. Eu pensei no primeiro segundo que era o ator Kedar Williams.
James Barner.
Um líder de basquete que todos gostam e amam. Baladeiro e que todas as garotas querem. Clichê é bom, mas as vezes temos limites.
-Fugindo de um otário nota zero? - Ele me pergunta, reparando em Alan e em como me encarava intensamente do outro lado da sala. Moleque estranho...
- É só um bebê acidental que procura algum amor materno. - Murmuro, me aconchegando na cadeira e abrindo um livro de leitura romântica que tanto amo.
- Que pesado Haha! - Ele soltou uma risadinha lenta, como se estivesse me analisando. - Eu sou James.
Reparo na mão dele se estendendo, procurando apertar a minha. Apertei, dando um acenou com um sorriso neutro e sem sentimento. Como se ouvisse uma aula e o professor estivesse olhando para você.
- ... E você? - James pergunta, olhando como se fosse óbvio a sua pergunta. Com um olhar até mesmo esperançoso.
- ... Mia. - Murmuro, arrumando a mesa sem prestar tanta atenção. As vezes, parece que até um lápis é mais interessante que qualquer outra pessoa ou conversa.
- Você parece diferente das outras garotas. - Ele soltou uma risada, como se fosse a coisa mais romântica já ouvida. Me fazendo cerrar os dentes e meu corpo tremer com o arrepio agonizante. Mas forcei um sorriso. Quantas vezes já ouvi isso?
- Você reparou que sou uma sereia? Ou que eu tenho asas?? Uau, que atencioso! - Digo enquanto faço gestos com a mão de forma exagerada, como um personagem de desenho animado mostrando amor. Aquilo me dá nojo.
- Ah, vai! Nem é uma frase tão brega. - James me da mais uma risada, como se fosse uma piada de comediante. (Odeio esse tipo de coisa).
- Você é emocionalmente solitário? - Pergunto, esperando quebrar o clima o suficiente para ele finalmente calar a boca e percebo sua excitação na conversa desaparecer e ficar quieto, como se estivesse confuso. Uma piada tão besta daquelas nem faz o piadista rir. Nem piada é, é puro sarcasmo.
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• Uma Rosa Com Espinhos •
Romance• As rosas mais bonitas são sempre arrancadas. Uma garota que tem seus próprios problemas, porém sempre vê a vida como poesia. 3 garotos, diferente de cada um, e honestamente, insanos. Uma amiga sempre otimista e ativa, mas mal informada. O mundo...
