C2 MAGNÓLIA
- Você fez o quê?! - olho para meus pais que riem sem parar.
- Vocês podem parar?
- Fia, o Tinder seria mais rápido ou alguém da igreja da sua vó - revirei os olhos tomando um gole generoso de cerveja - Pensando bem, melhor não ouvir os concelhos dela.
- Isso é um fato, agora me diga. Já falou com ele?
- Não.
- Foto, já viu?
Engoli em seco com a memória da foto que recebi naquela manhã, céus. Se aquele homem for aquilo tudo, eu nunca mais saio de casa. Sento todos os dias com gosto.
Suspirei entregando a foto, e minha mente viajou para o dia em que conheci dona Tonila. Fui com a minha avó em uma viagem interestadual da igreja, e uma das visitas era em duas casas de repouso. Que mais parece um condomínio de luxo apenas para a terceira idade, lá tomando um chá contando empolgada sobre o namoro de dois amigos estava ela.
Me aproximei e jamais conheci senhora mais divertida, me contou sobre sua vida, de como bateu no primeiro marido quando descobriu que ele está a traindo. E que meses depois fugiu com medo dela, e que se casou dois anos depois com um banqueiro chato que não sabia usar a ferramenta. Mas ela deu um jeitinho e ensinou do jeito que ela gostava, me contou que teve apenas um filho. Pois o marido havia pegado cachumba e ficado estéril, e que esse filho e a nora foi a maior felicidade dela.
E então ela com os olhos brilhando falou do neto, com o nome peculiar.
Cornelyos.
E eu me vi perguntando mais sobre ele nas duas semanas em que ficamos na cidade, e ela me convenceu a mandar uma carta para ele que estava em missão. Não nego que a ideia de ter um romance com um militar mexeu com meu lado de leitora, além da carta mandei biscoitos. No último dia, conversamos muito e trocamos whatsapp.
Segui minha vida, tranquilamente no último mês. E em um momento de bebedeira, mandei mais uma carta. A vergonha me tomou, pois foi uma carta com fantasias e romance.
"Cornelyos,
Minhas mãos tremem lhe escrevendo pela segunda vez, sei que não deveria mas quero continuar. Quero saber do que gosta, de como gosta. Além de um marido quero um amante, que me faça tremer apenas com um olhar. Estou sendo sincera, eu não estou projetando você em alguém. Estou projetando o que sua avó descreveu, discreto, forte, protetor e o que mais me encantou é o cuidado que tem com ela.
Meu corpo ferve apenas com a imagem que se forma em minha mente, quando sua avó fala de você pra mim.
Isso é loucura? Talvez sim.
Mas eu gosto, gosto de imaginar como seu corpo vai reagir com minhas palavras. Então para mostrar que estou mais do que feliz em você receber minhas cartas, quero compartilhar minhas fantasias.
A imagem que vem em minha mente quando estou sozinha no quarto, é de você Cornelyos, sentado na poltrona. Com sua postura rígida observando minhas mãos me dando prazer. Sinto um arrepio percorrer meu corpo ao imaginar seus dedos em minha pele quente, o olhar intenso nos meus.
Porém, além desses momentos. Imagino nós dois juntos no futuro, tomando café da manhã, passeando comigo agarrada ao seu braço, e eu então teria apenas para mim o sorriso mais gentil e sincero de todos.
Eu irei rir maravilhada da sua falta de delicadeza, pois sei que se esforçaria para me ver sorrir.
Meu coração acelera com o simples fato de saber que aprecia minhas cartas, que dedica minutos do seu tempo para mim.
Antes de me despedir, uma pergunta: O seu coração também acelera, quando lê minhas cartas?
Com amor, Magnólia"
Imaginei minha surpresa, quando dez dias depois chegou em minha casa um envelope pequeno, pardo. Imaginei ser alguma propaganda mas quando vi o selo do exército, meu coração errou batidas e tive que sentar. O deixei sobre minha cama, como se fosse uma bomba preste a explodir.
Depois de um banho e duas cervejas eu abri com as mãos trêmulas, e minhas pernas tremeram com a foto.
- Obrigada Deus! - foi o que saiu da minha boca, junto havia um cartão. A letra firme quase agressiva, não deixava dúvidas.
Ele havia me respondido.
- MAGNÓLIA!
- Aí mãe que susto!
- A foto menina - estendeu a mão e resmunguei tirando da bolsa.
- Nossa.
- Deixa eu ver bem - meu pai pediu - Porra!
- É, eu tive uma reação bem parecida também - dei de ombros e minha mãe cruzou os braços me olhando - Pode falar mãe.
- O que um rapaz bonito e de boa vida, ainda tá fazendo solteiro?
- Também não sei, a dona Tonila disse que ele é reservado.
- Tem que ver isso certinho, fia. Vai que ele é abusador - que ele se lambuse do meu corpo amém - Para de fazer essa cara de tarada, menina!
- Bom, ele respondeu as cartas.
- Com uma foto?
- E um cartão, mas não vou mostrar é pessoal - ri muito com a indignação deles, são dois fofoqueiros.
Acabei dormindo na casa deles, quando amanheceu ainda olhando para o teto. Estiquei o braço e no canto escondido da minha bolsa, peguei o cartão para reler.
"Senhorita Magnólia,
Agradeço as cartas, são muito reconfortantes e íntimas. Aprecio a amizade que fez com a minha avó, por vezes ela esquece a vida fora daquele lugar.
Atenciosamente, Cornelyos.
P.S: A resposta para sua pergunta é, sim"
- Esse homem vai me foder, e eu nem vou fingir que não vou gostar.
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Bjs da Tata 💚 🥰
BINABASA MO ANG
Uma Carta Para Cornelyos
ChickLitUm agente em missão Uma professora do jardim de infância Cornelyos é um homem forte por fora, mas frágil por dentro. Um militar rígido, porém afetivamente travado, que sofre por medo de se envolver e ser ferido. Ele é moldado por traumas ou decepçõ...
