O som da música bate no meu peito como se fosse meu próprio coração. As luzes piscam em vermelho, roxo, azul — tudo se mistura, tudo gira, tudo pulsa. Mas nada, absolutamente nada, é mais intenso do que a presença dele.
Dante segura meu queixo com firmeza, polegar roçando meu lábio inferior como se fosse dele, como se tivesse direito. E o pior é que, naquele momento, eu não sei se não tem.
— Você sempre olha as pessoas assim? — Minha voz sai mais rouca do que deveria. Quase falha.
Ele solta um sorriso enviesado, aquele tipo de sorriso que não deveria ser permitido em locais públicos, porque é praticamente um atentado à sanidade alheia.
— Não. — Desliza os dedos pela lateral do meu pescoço, até parar na minha nuca. — Só quando eu sei que elas querem que eu olhe.
E meu corpo trai qualquer tentativa de negação, porque eu tremo. De leve, imperceptível... mas ele sente. Claro que sente.
— Tá com medo, princesa? — A palavra escorre da boca dele como veneno doce.
— Medo? — Rio, mais pra esconder o colapso interno do que por humor. — Medo é uma coisa que se sente quando você quer fugir. E... — mordo o lábio, segurando o olhar dele — eu não quero fugir.
Ele aproxima ainda mais, e agora nossos corpos estão colados. A mão dele desliza pela minha cintura até pousar na base das minhas costas. Quente. Firme. Dominante.
— Boa garota... — sussurra, com aquele tom rouco, arrastado. — Quebra mais uma regra pra mim.
— Que tipo de regra? — Minha respiração já não é minha. Já não controlo nada.
Ele segura meu queixo de novo, me obriga a olhar nos olhos dele, e responde num sussurro carregado de promessas perigosas:
— Fica.
Duas letras. Uma sentença. Um abismo.
Meus olhos piscam em direção às minhas amigas na pista. Luna me encara de longe, ergue a sobrancelha, faz um sinal quase imperceptível com a mão — aquele clássico "só uma noite" que ela vive repetindo.
Eu respiro fundo.
Ele percebe. Aperta mais minha cintura, como se quisesse garantir que eu não vou fugir.
— Eu devia ir pra casa... — murmuro, mais pra mim do que pra ele.
— E eu devia ser um bom cara. — Ele sorri. — Mas, adivinha? Nenhum de nós quer ser o que deveria.
Meu coração dispara. E explode.
Então ele segura minha mão. Direto. Sem pedir. Sem perguntar. Sem cerimônia.
— Vem.
— Pra onde? — pergunto, mesmo já andando, mesmo já deixando que ele me puxe no meio da multidão.
Ele olha por cima do ombro, sorriso meio cínico, meio promissor.
— Descobrir o quanto você aguenta quebrar suas próprias regras.
Atravessamos a pista, passamos por portas que eu nem sabia que existiam naquele lugar. Escadas escuras, corredores apertados. O som da música vai ficando mais distante, até ser só um eco abafado.
Ele empurra uma porta, e entramos num terraço. A cidade se estende à nossa frente, iluminada, vibrante, viva. O vento bate forte, bagunçando meu cabelo.
Dante me puxa pela cintura, me gira, e minhas costas colidem com a parede fria. O contraste da parede com o calor dele me faz perder o ar.
— Você tem ideia do que tá fazendo? — pergunta, a boca tão perto da minha que eu sinto o gosto da provocação no ar.
— Não. — Admito, sem pensar. — E acho que nem quero ter.
Ele sorri de novo. Aquele sorriso que diz "boa escolha".
E então, ele me beija.
Mas não é um beijo qualquer. É possessivo. É urgente. É como se ele estivesse decidido me desmontar, me fazer esquecer qualquer coisa que eu já fui antes dele.
Mãos firmes seguram minha cintura. Minha nuca. Meu corpo inteiro se molda ao dele como se sempre tivesse pertencido ali. Eu seguro a camisa dele, aperto, puxo. Porque é isso. Porque agora eu sou só desejo. Só impulso. Só vontade.
Quando ele se afasta, ofegante, mordendo meu lábio inferior antes de soltar, me encara com aquele olhar que parece capaz de incendiar prédios.
— Você não faz ideia, princesa, do que começou.
E talvez eu não faça mesmo.
Talvez eu só vá descobrir... quando já for tarde demais.
ŞİMDİ OKUDUĞUN
When I'm With You
RomantizmEla sempre foi aquela garota que seguia as regras, que ouvia os conselhos das amigas, que mantinha o controle - até encontrar ele. Bastou um olhar, um toque, uma palavra sussurrada no ouvido... e tudo aquilo que ela acreditava desmoronou. Ele é o ti...
