Alguns meses depois...
As luzes dos sets haviam se apagado, os roteiros estavam finalizados e os figurinos já devolvidos aos armários. As gravações tinham chegado ao fim, e com elas, os dias corridos que haviam colado os quatro de forma tão natural quanto inesperada.
Pelo menos, era isso que Joong tentava repetir pra si mesmo enquanto cruzava os corredores da GMMTV com um olhar inquieto.
Desde que as gravações terminaram, Dunk passava muito tempo com Pond. Muito. Tarde da noite, fins de semana, dias úteis… Era como se, de repente, eles fossem uma nova dupla inseparável.
“Não é como se ele estivesse fazendo algo errado,” Joong murmurou pra si, mas a tensão em sua mandíbula desmentia a frase. Ele fingia não se importar. Mas fingir não significava conseguir.
Do outro lado da cidade, Phuwin estava mais calado do que de costume. Também tinha notado o sumiço repentino de Pond, as desculpas esfarrapadas, o celular desligado. Era idiota pensar que ele perderia o interesse… certo?
Dois dias depois, a bomba estourou.
Foi uma amiga em comum — aquela fofoqueira adorável que ninguém levava a sério até estar certa — que contou: Pond e Dunk estavam em uma praia, hospedados em um resort intimista, do tipo que só casais apaixonados frequentavam. Joong prendeu o celular contra o peito e sentiu o estômago revirar.
Eles viajaram. Juntos. Sem mim.
No mesmo instante, ligou para Phuwin:
— A gente precisa conversar.
— Se for sobre o Pond e o Dunk, tô pegando a chave do carro.
— Te pego em 10 minutos.
[...]
Chegaram ao resort no fim da tarde. O céu estava tingido em laranja, a brisa do mar trazia consigo o cheiro de sal e a melodia das ondas quebrando suavemente na areia.
Joong estava pronto pra gritar, pra arrancar Dunk dali no braço.
Mas quando ele virou o corredor de madeira que levava à praia, estancou.
Havia velas espalhadas na areia em forma de um coração. Pétalas vermelhas marcavam um caminho, e ao centro, Pond e Dunk os esperavam — vestindo roupas brancas, com sorrisos nervosos e um brilho nos olhos.
— Sabia que vocês viriam, disse Dunk, andando até Joong e segurando suas mãos. Eu precisava de uma desculpa convincente pra te trazer até aqui.
— Espera… Joong arregalou os olhos. Você armou isso tudo?
— Eu e o Pond. Precisávamos que vocês achassem que estávamos fugindo. Mas, na verdade… estamos pedindo que fiquem.
Phuwin estava paralisado olhando Pond. Quando se deu conta, já estava com lágrimas nos olhos.
— Você é idiota, sabia?
— Mas agora sou seu idiota oficialmente… se você disser sim.
E ele disse. Joong também. Entre beijos, risos e lágrimas felizes, os quatro terminaram aquela noite sob o céu estrelado, com os pés na areia, partilhando cobertores, histórias e promessas.
Ali, sem scripts, sem câmeras, sem pressão — apenas com o barulho do mar e o som suave de seus corações em sintonia — todos eles sabiam:
Às vezes, a melhor cena da história é aquela que ninguém escreveu. Mas que o amor fez questão de dirigir.
Fim.
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Cenas Que o Script Não Previu
FanfictionDurante as gravações de sua nova série, Joong e Dunk se veem cercados por sentimentos inesperados, tensões nos bastidores e laços que vão muito além das câmeras. Entre cenas, ensaios e noites mal dormidas, os dois atores descobrem que a linha entre...
