Isis Vitoria.
Rocinha, Rio de Janeiro.E aqui ta eu de novo, ta virando rotina vir pra cá e cada vez eu me preocupava mais com o nivel que isso aqui ta chegando.
Mais hoje eu vim com a Karine já que ela tem um assunto pra resolver com o Gibi humano.
Cicatriz: dorme comigo hoje?
Deu um tapa estalado na minha coxa deixando a mão por ali apertando o local com força enquanto a outra mão tava no volante.
Faz nem 10 minutos que ele me trombou na rua, eu ia tomar sorvete com a Laiza e o Vini quando ele apareceu lá vindo falar comigo na frente de todo mundo e me arrastou pro carro dele falando pra gente ficar um pouco junto.
– tenho prova amanhã amor.
Cicatriz: te levo cedo pra casa.
Olhou pra mim e eu olhei pra ele pensando se deveria.
Cicatriz: te ajudo a estudar a madrugada inteira.
Dei risada jogando meu cabelo pra um só lado e olhei pra frente vendo o movimento da rua principal da Rocinha, gente pra caralho, tanto a pé nas calçadas onde ficavam as lojinhas e os camelôs nas barraquinhas, tanto de mototaxi que pra todo lado que você olha vê a roupinha amarela deles.
É incrivel o tanto de turista que vem pra cá mais sinceramente eu super entendo, Rocinha é um espetáculo e eu me arrependo muito de não ter vindo antes.
Sinto falta da minha favela, a Penha, amo demais aquele lugar.
– você conhece o dono da Penha?
Perguntei curiosa, vai que ele tem rixa com o povo de lá e eu aqui me envolvendo com ele vou poder ir ver o resto da minha familia nunca mais.
Cicatriz: to ligado em quem é mais não sou próximo não, só encontro nas reunião da facção, porque?
– bateu curiosidade, tenho que ver um dia pra subir lá ver minha vó e fiquei pensando que se você tivesse alguma confusão por lá eu não ia poder ir né?
Cicatriz: tenho nada contra ninguém de lá não mais quando cê for me avisa pra eu ficar ligado, não tenho b.o com ele mais vai saber o que ele pensa de mim se ele inventar de encostar em tu eu faço o inferno nesse Rio de Janeiro.
Olhei pra ele vendo a cara fechada dele e os meus pelinhos se arrepiaram junto com o frio na barriga que eu senti.
– fala essas coisa não que tudo em mim fica mole.
Cicatriz: to só te avisando Isis, bagulho não é nem só ele, qualquer um po, já matei um por tua causa e se vier mais 50 que fiquem te olhando com maldade eu mato os 50.
Engoli o seco lembrando do homem do baile, eu demorei a raciocinar mais no dia que eu raciocinei eu fiquei me corroendo pensando que um homem tinha perdido a vida por minha causa.
Tive uma crise de pânico e contei tudo pra minha mãe que mesmo ficando assustada e preocupada pelo fato do Luan literalmente ter matado um cara na minha frente também achou o motivo suficiente pra ele ter feito o que fez.
Minha mãe virou defensora desse homem e eu fico pensando se um dia tudo isso que a gente ta tendo acabar ela vai me esculachar até eu voltar com ele.
Ele parou o carro em frente a uma barraquinha de cachorro quente e me olhou fazendo gesto pra eu descer, sai de dentro do Corolla branco que ta brilhando de tão limpo que ta.
Fomos até lá e ele pediu dois lanches e mandou avisarem quando ficasse pronto enquanto isso a gente foi até a pracinha que tinha ali e sentamos em um banco, ele passou a mão por cima do banco apoiando o braço no meu pescoço me "abraçando".
Cicatriz: eai vai dormir comigo mermo não?
– juro que eu tenho que estudar amor, ainda mais matemática que eu sou um caos.
Cicatriz: já te dei o papo que eu te ajudo, vivo cuidando das finanças dos bagulho lá de cima sou bandido mais não sou burro.
– e a Karine? ela veio comigo hoje né.
Cicatriz: cê ta ligada que o Gibi cuida dela.
– Gibi ta comprometido Luan não quero que minha prima vire amante de um traficante, dai ela perde o cabelo e fica chorando em cima de mim.
Cicatriz: Gibi pensa igual muleque ainda.
– ele vai ter que amadurecer, aé tava ansiosa pra te contar e acabei esquecendo.
Cicatriz: da até medo.
– Karine ta grávida e é dele.
Vi ele arregalando os olhos e dei risada concordando com a cabeça mesmo sem ele falar nada.
– tive a mesma reação, mentira porque eu fiquei mais em choque já que quem viu o resultado primeiro foi eu.
Cicatriz: vo zoar tanto ele, puta que pariu, muleque tava rindo da minha cara naquele dia que cê mandou a foto dos testes.
– mal sabia que os testes eram por causa dele.
Cicatriz: quando tu for fazer um de um filho nosso eu quero que cê me fale pra eu tar contigo descobrindo.
– cê quer ter filho mesmo? quando você fala eu acho que é brincadeira.
Cicatriz: quero po, sou maluco nessa ideia de ter um pivetinho pra andar pra cima e pra baixo com ele no colo, bota fé?
– meu sonho é um menino também mais não sei se eu dou conta, sou ciumenta demais, meu filho vai sofrer horrores.
Cicatriz: nosso filho, vou meter um em tu ainda.
– to segura o suficiente pra isso não acontecer.
Olhei pra ele e ele já tava me encarando na mesma intensidade que me mata toda vez.
Cicatriz: linda pra caralho, to amarrado demais em tu namoral.
Ele colocou a mão no meu rosto e eu sorri passando a unha no pescoço dele que se arrepiou.
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Terra de Ninguém.
FanfictionRocinha, Rio de Janeiro. Quando nós dois fica junto acaba os estresse, os problemas desaparece e você flutua, nós dois ficamos tão leve. Não sei se você sabe mas a gente sabe, nossa vibe combina e tu querendo ou não virei uma cena, desse filme da su...