⊹°.★ Capítulo 35: Jantar Na minha casa ★.°⊹

2.6K 235 1.4K
                                        

⋆° . 𐙚LUCY VAN PELT . ˚☆

Já haviam se passado oito dias desde que o Schroeder falou aquilo pra mim.

O pedido...

Oito longos, deliciosos, ansiosos dias.

Agora já estávamos em setembro, também tinha um outro evento que estava me deixando ansiosa, a festa do Charlie Brown que seria na semana que vem. Eu estava contando os dias. Literalmente. Tinha até marcado no calendário.

Mas voltando para o pedido e a minha ansiedade desnivelada. Não era um tipo de ansiedade ruim — era daquelas boas, que fazem o estômago se contorcer de empolgação. Como antes de uma viagem muito sonhada. Ou de um show da sua banda favorita. Ou... de um pedido de namoro vindo do amor da sua vida.

Será que ele vai me pedir em namoro na frente de todo mundo?

Eu, o centro das atenções, todo mundo ao redor parando pra ver, sorrindo, assistindo o meu momento... Deus. Eu brilhando. Eu sendo amada. Me sentindo a própria protagonista de um romance jovem e deslumbrante.

Ou então... uma coisa mais íntima. Silenciosa. Romântica. Só nós dois. Um toque, um olhar. Um pedido. E depois... bom, depois a gente se despiria com carinho e calma. Sem pressa de voltar ao mundo.

Sorri sozinha, estirada na cama, o rosto meio enfiado no travesseiro, as pernas cruzadas. Tinha sido um dia cansativo, mas aqueles pensamentos me mantinham ativa.

Aí bateram na porta, me puxando para a realidade.

— Pode entrar — falei, ainda sem tirar a cara do travesseiro.

A maçaneta girou, e Linus apareceu encostado no batente, com o rosto meio curioso.

— Seu "namorado" tá te esperando lá embaixo — anunciou, fazendo aspas com os dedos. — Cês marcaram de sair? Ele tá... Arrumado.

Levantei a cabeça devagar, franzindo o cenho.

— Hã? A gente não marcou nada, não...

Linus deu de ombros, já se afastando.

— Só tô dizendo. Ele tá lá. Se eu fosse você, não fazia ele esperar.

Meu coração deu um mini solavanco — aquele tipo de solavanco que só o Schroeder era capaz de provocar.

Levantei rápido, ajeitei o cabelo no espelho, dei um beliscão leve na cara pra avermelhar um pouco e desci correndo as escadas. Quando cheguei no final da escada, lá estava ele.

Encostado na parede, com uma pasta em uma mão e um tubo comprido na outra — parecia um daqueles tubos onde meu pai guardava plantas arquitetônicas dos projetos dele. Quando me viu ele sorriu. O tipo de sorriso que não se aprende. Se nasce com.

Como eu te amo Schroeder Schulz.

Corri até ele e o abracei com força. Era sempre maravilhoso. Como voltar pra casa depois de um dia exaustivo.

Ele me deu um beijo rápido, suave, antes de abrir um pouco os braços pra mostrar o que trazia.

— Eu vim fazer um favor pra Susan — disse ele. — Ela me pediu pra trazer uns documentos... e esse tubo aqui, que parece ter umas plantas. Aparentemente é de uma casa de verão que ela tá querendo em Miami. Disse que o seu pai ia saber o que fazer com isso.

Papai é um arquiteto brilhante e um designer de interiores melhor ainda.

Franzi o cenho, ainda curiosa.

— Ah... tá. E por que você se ofereceu pra isso?

Ele sorriu de canto. Ah, esse sorrisinho de canto...

Peanuts 2006: Notas de Beethoven | SchrucyOnde histórias criam vida. Descubra agora