Através das Grades [M]

50.

Jade ✨

Enquanto a contagem regressiva final se aproximava, estávamos ali, na grade juntas, com a vista que dava exatamente para o mar. Dani, agarrada com Nino, sorria radiante, os dois envoltos em um abraço apertado. Isadora, por sua vez, estava imersa em uma ligação de vídeo, o brilho da tela do celular iluminando seu rosto enquanto ela conversava animadamente com alguém do outro lado, provavelmente compartilhando a emoção da espera pela virada do ano.

Logo a contagem regressiva é ecoada por algumas pessoas que estavam ali. Dez, nove, oito... A contagem regressiva ecoava, mas o mundo ao meu redor se esvaía, diluindo-se em um borrão de cores e sons. Só existia ele, seu olhar me prendendo como um ímã, uma força invisível que me puxava para perto, mesmo com a multidão vibrante ao nosso redor. "Feliz Ano Novo!" explodiu em um grito uníssono, champanhes estouraram, abraços se multiplicavam, mas tudo isso era um cenário distante, um filme mudo em segundo plano. Seus olhos, intensos e escuros, encontraram os meus, e naquele instante, o tempo parou.

Os homens ao seu redor comemoravam, esguichando champanhe para o alto, mas ele permanecia fixo em mim, um sorriso de canto surgindo em seus lábios. Um gesto sutil, um convite silencioso, suas mãos me chamando. Por um momento, hesitei, presa entre a realidade da festa e a força irresistível daquela atração. Mas o ímã era mais forte. Com passos hesitantes, mas firmes, comecei a caminhar em direção a ele, deixando para trás o barulho e a multidão, seguindo o chamado inegável do meu destino.

A distância que nos separava diminuía a cada passo, o espaço entre nós preenchido por uma tensão palpável, uma eletricidade que só nós podíamos sentir. A música, os gritos, os fogos de artifício, tudo se transformava em um mar de sons abafados, um pano de fundo para o nosso encontro silencioso e inevitável. Seu olhar, intenso e possessivo, me guiava, me impulsionava, me envolvendo em uma teia invisível de desejo e expectativa. Cheguei perto, sentindo o calor do seu corpo, o perfume inebriante de sua pele misturando-se ao aroma de uísque e pólvora que pairava no ar.

Ele estendeu a mão, seus dedos longos e fortes roçando levemente os meus enquanto eu parava diante dele. Não havia palavras, não eram necessárias. O olhar, o toque, a proximidade, tudo isso falava mais do que qualquer declaração verbal. Naquele instante, o novo ano havia apenas começado, mas para nós, uma nova era se iniciava, uma era regida pelo desejo, pela paixão, pela força irresistível de uma atração que transcendia o tempo, o espaço e a própria celebração ensurdecedora que nos cercava. Era apenas ele e eu, em um universo particular, imersos em uma promessa silenciosa de tudo o que estava por vir.

Imperador: Feliz ano novo, minha princesa. — a voz dele, rouca e grave, era como uma carícia que me percorria a espinha, um arrepio delicioso que se espalhava pelo meu corpo. Um sorriso fraco é lançado por mim, seus olhos me encontram, a sua mão desce para a minha cintura, me prendendo ali, enquanto os fogos são lançados atrás de nós.

Jade: Feliz ano novo, Kennedy. — a resposta saiu como um sussurro, quase que roubada do silêncio que nos envolvia.

Imperador: Você tá linda, princesa. A mais linda. — sussurra, em meio a todo barulho que estava ao redor de nós — Eu te curto pra caralho, Jadynna, pra caralho mermo. Eu te quero só pra mim, pô. Tu também gosta de mim que eu tô ligado, gosta de pagar de durona. — eu engulo em seco, escutando as suas palavras — Vamo sair daqui, vamo conversar em outro canto. Já tão começando a olhar, quero conversar contigo eu e tu só.

Jade: E a gente vai pra onde? — tento me afastar dele, mas ele não deixa, me prende mais entre o seu corpo.

Imperador: Bora descer pra praia. — ele solta minha cintura e segura na minha mão, eu não falo nada e nem me recuso a ir. Kennedy começa a me puxar, como se eu fosse uma boneca sendo levada por ele. Logo já estávamos descendo as escadas da casa, que dava para a praia.