⊹°.★ Capítulo 34: Aliança? ★.°⊹

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⋆° . 𐙚LUCY VAN PELT . ˚☆

Aula de História, a última aula do dia. Que perfeição! Adoro poder sentar e ouvir alguém falando sobre a vida de pessoas mortas e acontecimentos do passado que são absurdos e que refletem o eurocentrismo. Eu gosto mesmo... sem ironia alguma!

Eu entrei na sala e meus olhos bateram direto na terceira fileira da esquerda, penúltima carteira. A minha. E ao lado dela estava sentado o Elliott.

Olha só quem temos aqui.

Suspirei, ajeitando a alça da minha bolsa no ombro. Não era como se eu não soubesse. Eu lembrava que ele se sentava ali. E lembrava melhor ainda da conversa com o Schroeder ontem - na qual, com os olhos fechados e um resquício de insegurança na voz, ele tinha me dito o que pensava de mim e Elliott.

Eu entendi o que ele quis dizer. Não foi drama. Não foi controle. Foi só... medo. E eu entendi. Porque eu também teria, se os papéis fossem invertidos. Ainda assim, não dava pra mudar de carteira.

Mas dava pra ser discreta. Se o Elliott começasse com uns papinhos atravessados, eu saberia como cortar. Talvez. O problema era: eu já não conseguia mais distinguir 100% o que era gentileza e o que era flerte. Sem querer me gabar claro, mas os garotos estão sempre insistiu em mim... De novo, sem querer me gabar. Isso é mais um motivo de querer me jogar de um lugar alto do que querer me exibir.

Cheguei até meu lugar com um sorriso leve. Elliott virou na hora, com aquele jeito dele, meio casual, meio pronto pra uma conversa. Por que tem que ser tão simpático?

- E aí, Lucy. Você sumiu hoje - disse ele, com um sorriso largo.

- Oi, Elliott. - sorri de volta, educada. - Eu... tava por aí. Tive aulas separadas de você hoje... E fiquei um tempão na biblioteca separando material pro trabalho de física. To na turma avançada e já temos trabalho. - disse me sentando.

- Ah. Com o Professor Blair, né? - Ele fez uma careta exagerada. - Ele é dahora, mas sempre parece que ele está a ponto de desmaiar... a qualquer momento.

- Ele parece um pouco anêmico mesmo. - brinquei. - Mas a aula é boa.

- Você curte física?

- Não sei se curtir é a palavra, mas... é interessante.

Ele assentiu.

- Aí, 'cê acredita que o Charlie Brown chamou os Thunders pra tocar na festa de abertura da temporada?

- Sério? - me ajeitei na cadeira, animada. - Nossa, isso é incrível, de verdade! Deve ser divertido pra vocês, né?

- A gente ficou animado. - ele respondeu com um sorriso sincero. - Tipo, é um evento bem falado. E o Charlie tem um jeito meio idiota, mas sabe organizar uma festa.

- Legal. Vocês vão tocar o que?

- Então, ele passou uma playlist com várias sugestões. Tipo, músicas que ele achava que tinham a vibe da festa. Mas deixou claro que, se a gente quisesse adaptar ou misturar com autorais, ele tava de boa.

- Legal da parte dele.

- A gente decidiu fazer exatamente isso. Vamos pegar umas da playlist, fazer covers do nosso jeito, e misturar umas músicas nossas que combinem com o clima. Fica mais com a cara dos Thunders, sabe?

- Sim! - concordei, sorrindo. - Isso é ótimo. Vocês mantêm a identidade da banda.

Ele assentiu, satisfeito com minha resposta.

- Quer saber quais a gente escolheu?

- Mmmh... Manda.

- Tá. - ele puxou o caderno e começou a listar nos dedos. - A gente vai fazer "Mr. Brightside" do The Killers...

Peanuts 2006: Notas de Beethoven | SchrucyOnde histórias criam vida. Descubra agora