Conversa Importante

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O dia vinte e quatro tinha chegado e com ele, os integrantes das duas famílias acordaram agitados, principalmente Henry e Nicolas, que estavam compartilhando o mesmo quarto. Enquanto os Mills se ocupavam em preparar a ceia tradicional da família, os Swan ficaram com a tarefa de organizar a casa para a celebração. 

Em certo momento, a matriarca dos Mills deixou a cozinha nas mãos das filhas, que tinham como apoio Daniel e Henry, e foi colocar em prática algo que já estava em sua mente há um tempo. 

— Eu sei que no fundo você percebe que algo está errado e que, está tudo bom demais para ser verdade. — A voz de Cora estava baixa, quase conspiratória. 

— Eu sinto como se algo estivesse fora de lugar. — Mary respondeu em tom baixo.

— Esse namoro delas, eu tenho certeza que é falso. — O choque no rosto de Mary foi visível. Ela não esperava aquela informação.

— A troco de que elas fariam isso?

— Eu tenho uma grande parcela de culpa nisso. Regina acha que a quero em um relacionamento a todo custo, mas não é bem assim. Talvez eu não tenha me expressado da melhor maneira, mas irei consertar isso. — Falou convicta e Mary apenas assentiu, tentando acompanhar o raciocínio de Cora. — O que importa agora é que elas não estão namorando de verdade.

— Mas, eu vejo o sentimento estampado no rosto das duas. Não pode ser mentira. — protestou.

— O namoro é mentira, com certeza. Mas, o sentimento não. E eu duvido muito que elas já tenham percebido o quanto se gostam. — Mary pensou por alguns instantes.

— Certo! Faremos elas perceberem que se gostam e que nossas famílias juntas, de verdade, é uma boa ideia. Entendi! — Cora não tinha falado nada, mas era exatamente naquilo que estava pensando. Sua expressão deixou claro a surpresa que a atingiu. — Já nos enfrentamos muitas vezes no tribunal, não é difícil para mim acompanhar a sua linha de raciocínio. 

— É por essas e outras, que você sempre teve o meu respeito, Mary. — riram. — Agora vamos decidir o que fazer e como fazer. Precisamos ser sutis ou elas irão perceber.

— Certo! Hoje vai ser um belo dia para criar situações e testar até onde elas já se envolveram. 

No momento em que Cora iria responder, a voz de Renata a chamou da cozinha, dizendo que elas precisavam de ajuda. A matriarca dos Mills, mesmo a contragosto, se despediu de Mary e voltou para a cozinha, onde encontrou a ave natalina em uma forma, já temperada e pronta para ir ao forno. 

— No que vocês precisam da minha ajuda? — perguntou. 

— A Renata quer que a senhora prove o tempero. — A legista falou, com a voz levemente irritada. — Como se não fôssemos acostumadas a fazer isso todos os anos. 

— Todos os anos, não, porque a bonita aí quase não aparece mais para o Natal, então eu prefiro não arriscar. — Renata estava de um lado da cozinha, com os braços cruzados em frente ao peito, enquanto Regina estava do outro lado, exatamente da mesma forma. — Então, eu acho melhor a senhora experimentar.

— Pelo menos, a bonita aqui, confia no próprio potencial de acertar o tempero da ave, sem precisar ficar correndo para a mamãe o tempo inteiro. 

Cora assistia aquela cena com a expressão mais fechada que tinha no rosto, mas por dentro ela estava segurando uma boa risada. Não importava a idade que suas meninas tinham, as discussões seriam as mesmas de quando eram apenas crianças querendo dividir o mesmo brinquedo. A senhora Mills olhou para Henry, seu marido, que falhava em esconder o quanto estava se divertindo com aquela cena. Já Daniel, estava um pouco mais retraído, quase fora da cozinha. Certamente, ele tentou concordar com Regina e se deu mal. 

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⏰ Última atualização: Apr 07 ⏰

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