⊹°.★ Capítulo 32: Drama da família Brown ★.°⊹

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.° × SCHROEDER SCHULZ × °.

Já passavam das nove quando cheguei na casa do Charlie.

Depois que eu fiquei horas com a Lucy, Linus decidiu chegar e estragar o clima. Depois disso nós achamos melhor eu ir embora. Se os pais da Lucy me viessem lá e descobrissem que ficamos sozinhos em casa, pensariam coisa errada — que nem o Linus pensou.

Idiota.

E como um amigo descente, eu decidi ir até a casa do Charlie pra atualizar ele sobre os avanços românticos que eu estava tendo com a minha... futura esposa.

Lucy...

A casa dele estava do mesmo jeito de sempre: Quieta, sem emoção, e, claro, sem os responsáveis legais — dizer "pais" era um termo muito forte para se referir ao senhor e senhora Brown, eles eram tão ausentes quando o Alexandre.

Cheguei, subi as escadas e entrei no quarto sem bater, não era meu costume entrar assim, mas eu estava inquieto demais para querer parar e esperar ele abrir a porta.

Quando abri, encontrei o Charlie jogado no sofá do quarto, com um saco de Doritos no colo e o controle da TV largado no chão.

— Caralho, até que enfim, mano — ele reclamou assim que me viu. — Achei que ia ter que acender uma vela e rezar pra você aparecer.

— Ah, para — falei, me jogando no sofá, ao lado dele. — Advinha.

Ele se virou pra mim com os olhos desconfiados.

— Você e a Lucy?

— Hm — murmurei, tentando parecer tranquilo. — É... Eu e a Lucy, nós...

— Espera aí... CARALHO, SCHROEDER, VOCÊ FINALMENTE BEIJOU A LUCY?!

Ele pulou do sofá.

— Eu juro por Deus, achei que vocês iam ficar naquele flerte intenso e frustrante até o fim do ensino médio, ou até a faculdade! Mas aconteceu! Finalmente!

— Você parece mais emocionado do que eu fiquei na hora.

— Eu tô! Mano, ISSO É UM MARCO HISTÓRICO!

Revirei os olhos, mas não consegui evitar um meio sorriso.

— Tá, calma — ele se jogou de volta no sofá. — Agora a pergunta de ouro: vocês se comeram?

— O quê? — Olhei pra ele, rindo de nervoso. — Caralho, Charlie, você é muito direto.

— Responde, porra!

— Não. A gente não transou.

Ele parou. A empolgação deu lugar a uma expressão de pura frustração.

— QUÊÊÊÊÊÊÊÊÊ?!

— Eu queria — falei, sincero. — Muito. Mas... sei lá. Na hora, a Lucy fez uma cara meio... assustada. Tipo, ela tava curtindo, mas ao mesmo tempo tinha um pingo de espanto ali, ou foi o que me pareceu. Então eu parei.

— E você falou o quê?

— Falei que não tinha proteção.

— Mas você TINHA! — Ele apontou pra mim com indignação. — Você sabe que eu sempre boto umas camisinhas no seu porta-luvas pra eu ter reserva! Você literalmente tem uma farmácia lá por minha causa! Você mentiu!

— Sim — falei, dando de ombros. — Menti. Foda-se.

— Mas por quê?!

— Porque a cara dela não era de quem tava segura. Era de quem tava no calor do momento, cheia de tesão e meio confusa. E eu não vou ser o cara que aproveita isso pra comer a garota que eu gosto, só porque eu posso. Ela vai menstruar essa semana, tá no período fértil. Se rolasse agora, ia ser só porque ela tava excitada pra caralho, e não porque ela tava pronta. E eu quero que, quando isso acontecer, seja porque ela quer mesmo. Sem dúvida. Sem medo. Sem impulso. Só... vontade e confiança.

Peanuts 2006: Notas de Beethoven | SchrucyOnde histórias criam vida. Descubra agora