⋆° . 𐙚LUCY VAN PELT . ˚☆
Química nunca foi minha matéria preferida, mas não quer dizer que eu fosse péssima, até por que eu estava na turma avançada, além disso, hoje estava fluindo bem. Pelo menos o projeto estava interessante: nosso grupo precisava desenvolver uma solução eletrolítica* eficiente para um experimento de galvanoplastia*. Basicamente, tínhamos que criar um banho químico capaz de revestir um metal com outro através de reações eletroquímicas.
Eu estava encarregada das anotações e da parte teórica, Taylor se concentrava na montagem dos eletrodos, e Elliott era responsável pelas soluções e pelos cálculos das concentrações corretas. Ele parecia bem animado mexendo nos reagentes, e eu tentava acompanhar sua lógica enquanto rabiscava as informações no caderno.
— Se a gente aumentar a concentração de nitrato de prata, o revestimento vai ser mais rápido, mas corre o risco de ficar desigual — falou Elliott, derramando cuidadosamente a solução no béquer.
Taylor olhava para nós dois, balançando a cabeça.
— Eu ainda não entendi o que exatamente estamos tentando fazer.
Suspirei, tentando resumir de um jeito mais simples.
— A gente tá tentando cobrir essa peça de cobre com uma camada de prata. Tipo quando banham bijuteria pra parecer joia.
— Ahhh! Por que não falaram assim antes?
Elliott riu, pegando outro frasco.
— Porque "banhar bijuteria" não é um termo científico muito respeitado.
— Mas eu entendi — ela rebateu com um sorriso convencido.
Eu ri e voltei a me concentrar nas anotações. Elliott continuava manuseando os reagentes, e então, com seu tom despreocupado, soltou:
— Aí, já percebeu que o ácido sulfúrico é o equivalente químico de um relacionamento tóxico?
Levantei os olhos, confusa.
— Como assim?
Ele sorriu.
— Gruda em você, te corrói aos poucos e, no final, destrói tudo.
Eu ri.
— Meu Deus! Isso foi muito bom.
Taylor franziu a testa.
— Eu não entendi.
Ainda rindo, abaixei os olhos para o caderno.
— É a sua gente é meio lerda mesmo... — murmurei.
Sem querer julgar a população loira, até porque o meu futuro marido é um deles.
Nós ficamos um tempo tentando explicar para Taylor a nossa piada tão simples, demorou alguns segundos mas ela entendeu, e então todos voltamos a rir. Foi quando notei algo.
Schroeder.
Ele passou pela nossa mesa a passos firmes, os ombros rígidos, o olhar fixo na porta. Parecia... tenso.

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Peanuts 2006: Notas de Beethoven | Schrucy
FanfictionOito anos se passaram desde que Lucy Van Pelt deixou sua cidade natal para viver em Londres com sua família. Agora, aos 17 anos, ela está de volta, mas tudo está diferente: seus antigos amigos cresceram, amadureceram, e o colégio não é mais como ela...