⊹°.★ Capítulo 30: Outra vez? ★.°⊹

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⋆° . 𐙚LUCY VAN PELT . ˚☆

Química nunca foi minha matéria preferida, mas não quer dizer que eu fosse péssima, até por que eu estava na turma avançada, além disso, hoje estava fluindo bem. Pelo menos o projeto estava interessante: nosso grupo precisava desenvolver uma solução eletrolítica* eficiente para um experimento de galvanoplastia*. Basicamente, tínhamos que criar um banho químico capaz de revestir um metal com outro através de reações eletroquímicas.

Eu estava encarregada das anotações e da parte teórica, Taylor se concentrava na montagem dos eletrodos, e Elliott era responsável pelas soluções e pelos cálculos das concentrações corretas. Ele parecia bem animado mexendo nos reagentes, e eu tentava acompanhar sua lógica enquanto rabiscava as informações no caderno.

— Se a gente aumentar a concentração de nitrato de prata, o revestimento vai ser mais rápido, mas corre o risco de ficar desigual — falou Elliott, derramando cuidadosamente a solução no béquer.

Taylor olhava para nós dois, balançando a cabeça.

— Eu ainda não entendi o que exatamente estamos tentando fazer.

Suspirei, tentando resumir de um jeito mais simples.

— A gente tá tentando cobrir essa peça de cobre com uma camada de prata. Tipo quando banham bijuteria pra parecer joia.

— Ahhh! Por que não falaram assim antes?

Elliott riu, pegando outro frasco.

— Porque "banhar bijuteria" não é um termo científico muito respeitado.

— Mas eu entendi — ela rebateu com um sorriso convencido.

Eu ri e voltei a me concentrar nas anotações. Elliott continuava manuseando os reagentes, e então, com seu tom despreocupado, soltou:

— Aí, já percebeu que o ácido sulfúrico é o equivalente químico de um relacionamento tóxico?

Levantei os olhos, confusa.

— Como assim?

Ele sorriu.

— Gruda em você, te corrói aos poucos e, no final, destrói tudo.

Eu ri.

— Meu Deus! Isso foi muito bom.

Taylor franziu a testa.

— Eu não entendi.

Ainda rindo, abaixei os olhos para o caderno.

— É a sua gente é meio lerda mesmo... — murmurei.

Sem querer julgar a população loira, até porque o meu futuro marido é um deles.

Nós ficamos um tempo tentando explicar para Taylor a nossa piada tão simples, demorou alguns segundos mas ela entendeu, e então todos voltamos a rir.  Foi quando notei algo.

Schroeder.

Ele passou pela nossa mesa a passos firmes, os ombros rígidos, o olhar fixo na porta. Parecia... tenso.

Peanuts 2006: Notas de Beethoven | SchrucyOnde histórias criam vida. Descubra agora