⊹°.★ Capítulo 29: ciúmes, insegurança e blá blá blá ★.°⊹

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.° × SCHROEDER SCHULZ × °.

A manhã de segunda-feira veio com uma leve ressaca emocional do dia anterior. Não que eu estivesse mal, pelo contrário, só que algumas coisas ainda estavam ressoando na minha cabeça.

Lucy sendo Lucy.

A tiara que era a cara dela.

Os olhos dela brilhando.

O abraço espontâneo.

Casamento...

Porra!

Passei a mão pelo cabelo, tentando não sorrir feito um idiota no meio do corredor da escola.

Eu estava andando pelos corredores ao lado do Charlie — que, como sempre, não calava a boca. Eu só queria ficar na minha pensando na garota pela qual eu sou apaixonado, mas eu tinha que aguentar o fardo de ter um amigo dramático e paranóico. Dessa vez, o alvo das suas reclamações era A Garota das Cartas.

— Amanhã vai fazer sete dias que ela não me responde. Sete dias porra! — Ele enfatizou, balançando os dedos na minha frente. — Você acha que ela morreu? Foi sequestrada? Ou pior… será que ela perdeu o interesse em mim?

Suspirei.

— Ou, sei lá, talvez ela só tenha uma vida.

— Mas sete dias, cara! Desde que isso começou eu nunca fiquei sem receber uma carta dela, e de repente, puff, na primeira carta que eu mando ela some.

Na semana passada, Charlie havia deixado uma carta na caixa de correio dele, então, assim que ela, A Garota das Cartas, abrisse a caixa pra deixar a carta dela, ela iria ver a dele. Foi a forma que Charlie encontrou para eles se comunicarem. Aparentemente deu meio certo.

Meio porque por um lado, ela havia pego a carta, e por outro, ela nunca mais voltou a mandar algo para ele.

Será que tinham muitos erros ortográficos? Não, duvido muito, ele é genial quando o assunto é texto dissertativo argumentativo, melhor que eu em escrever redações. Provavelmente, o único erro dele foi ter se soltado ao ponto de falar várias atrocidades...

— Será que eu tenho que mandar outra carta? Ou será que isso me faria parecer desesperado?

— Com certeza. Faria você parecer que mandaria todos os seus amigos checarem o batom, o perfume e a letra de cada garota de West High só pra descobrir quem ela é.

— Mas que porra, para de falar merda.

— Então para de me perguntar o óbvio.

Antes que ele pudesse insistir nesse drama, avistamos Franklin mechendo no armário dele e ajeitando os livros. Me aproximei e o cumprimentei normalmente:

— E aí?

Franklin fechou o armário e se virou para a gente. Ele parecia bem humorado hoje.

— Fala aí.

Charlie, por outro lado, já chegou no surto:

— Agora, Franklin, me diz uma coisa… você já ouviu falar de alguém que gastou 125 mil dólares num presente? Porque o Schroeder aqui gastou. Numa tiara. Do século retrasado. Pra Lucy. CENTO E VINTE E CINCO MIL!

Franklin ficou paralisado. Literalmente, o cara travou.

— Você tá zoando, né?

— Eu queria, mas é verdade. — ele falou me encarando com um olhar de quem estava julgando até a minha alma — 125 mil dólares... Eu tô passado! Você tá passado? Porque eu tô passado.

Peanuts 2006: Notas de Beethoven | SchrucyOnde histórias criam vida. Descubra agora