⊹°.★ Capítulo 28: Presente ★.°⊹

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.° × SCHROEDER SCHULZ × °.

As gotas de chuva escorriam pelo para-brisa do carro quando cheguei em casa. havia acabado de anoitecer, por conta da chuva, não estava uma noite muito silenciosa, e a minha mente também não.

Desde o momento em que acordei hoje até o momento de agora — o qual eu havia acabado de chegar do leilão — só conseguia pensar nela.

Lucy...

A imagem que criei dela ao lado de Elliott me perseguia como uma maldição. Não sabia exatamente para onde ele a havia levado, nem o que estavam fazendo. Mas sabia que estavam juntos. E isso era o suficiente para me deixar puto.

Apertei a mandíbula, sentindo um gosto amargo de ódio na boca.

Por que diabos eu estou tão incomodado? Ela gosta de mim, não dele. Então... por quê?

Eu sabia o porquê, só era orgulhoso de mais para admitir.

Não era só incômodo. Era algo muito pior. Uma raiva... ciúme, que queimava lento, se acumulando em cada canto do meu corpo.

Durante todo o leilão, tentei me concentrar nos lances, nas peças raras sendo anunciadas, nos rostos ao meu redor. Mas, no fundo, minha mente estava em outro lugar.

Ou melhor, com outra pessoa.

Mas que inferno!

Ela sabia exatamente como me deixar nesse estado.

E talvez o que mais me irritasse fosse o fato de que ela nem estava tentando fazer isso, era acidental.

Eu queria ignorar isso. 

Queria ser indiferente. 

Mas como ser indiferente quando ela sempre foi minha maior fraqueza?

Fechei os olhos por um momento.

A única coisa que conseguiu tirar meu foco dessa maldita sensação foi um objeto específico.

Uma tiara.

O homem no palco anunciou com entusiasmo: "Uma peça única, pertencente a antiga condessa, Amélie Duvall, no século 19. Uma peça feita de ouro branco, cravejada de diamantes, e adornada com lindas pedrinhas de safira. Um verdadeiro símbolo de elegância e história."

No segundo em que a vi, meu cérebro gritou:

É a cara da Lucy. Leva pra ela!

Pensei nisso antes mesmo de perceber o que estava fazendo.

Os lances começaram.

Outros interessados levantavam suas plaquetas, e, a cada novo valor, minha determinação crescia. 

Era estúpido?

Talvez.  Mas não importava.

Alguém ofereceu 80 mil dólares.

Subi para 90 mil.

100 mil.

110 mil.

Houve um momento de hesitação na sala. Um último lance de 120 mil.

— 125 mil. — Minha voz saiu firme, cortando o silêncio momentâneo.

E então, silêncio.

O martelo bateu na mesa.

— Vendido!

E assim, a tiara era minha.

125 mil dólares.

Peanuts 2006: Notas de Beethoven | SchrucyOnde histórias criam vida. Descubra agora