capítulo 27

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{Elizabeth Sullivan}

E cá está eu mais uma vez em uma delegacia. Não que eu vá presa toda hora, nem que minha irmã vá presa a toda hora, mas quando se vem em uma delegacia mais de três vezes, pra mim já é o suficiente pra ser amiga da recepcionista, das tia da limpeza.

Já faz horas que estamos aqui, Margareth mais uma vez está dentro daquela sala, a mesma sala que já me tirou ela algumas vezes.

Me recordo da pequena discussão que eu e minha irmã tivéssemos dentro do escritório da Velouría. Não sou de dar razão a Ma, mas dessa vez, sei que ela está completamente certa, eu não posso dar um desgosto desses tanto pra ela, quanto pra mamãe.

As vezes, me pego pensando... Minha irmã faz de tudo por mim, e eu sei disso, ela sempre fez, claro que com a skin de badsister, mas... Sempre foi ela, quem ia nas reuniões do meu colégio quando nossa mãe não podia, ou quando eu brigava e o diretor chamava os responsáveis, era ela que ia, que me acalmava, e que acima de tudo me apoiava.

Além de me ensinar a bater em quem fazia bulliyng comigo, ela simplesmente ameaçava as pessoas por mim... Me ajudava em atividades que eu tinha dificuldades, aprendia em dobro só pra isso... E agora... Agora veio a Cleo, eu gosto dela, mas e se ela veio pra roubar a minha irmã de mim? Tipo... agora não vai ser mais eu e a Margareth, vai ser a Margareth e a Cleópatra... E eu? Eu não achei ninguém que me amasse de verdade, ou alguém que tivesse alguma consideração por mim, sempre foi eu, Kenna e Margareth...

Kenna... Um nome que me assombra constantemente, durante todos esses anos, junto com ele, vem várias perguntas... Ela realmente me amou? Porque foi embora? Havia alguma consideração?

Saio de meus devaneios ao ouvir o toque de meu celular, o número que me ligava estava salvo como "cunhada", será que aconteceu alguma coisa? Margareth matarum se for.

- Cleo? Tudo bem? - pergunto enquanto me levanto da cadeira em que eu estava.

- eu... É... Eu tô gostando da sua irmã. - fala rápido embolando algumas palavras da última parte.

Como se ninguém soubesse.

- foi difícil você descobrir? - ando de um lado ao outro, por falta do que fazer. - porque todo mundo já tá sabendo, inclusive a Margareth.

- ela já sabe? - consigo escutar a respiração da garota parar, por exato 1 minuto, e 49 segundos.

- óbvio. - me sento novamente. - quando vou ganhar meus sobrinhos?

Ouvi do outro lado da tela, a mulher engasgar, provavelmente pelo susto de tudo que eu falei. Tão inocente. O barulho de água, talvez sendo colocada em um copo foi ouvido por mim, seus movimentos não pararam, fazendo com que eu ouvisse alguns ruídos.

- é... o que aconteceu pra vocês não irem pra empresa hoje? - muda de assunto.

O que eu falo pra ela? Margareth não me disse nada de falar ou não pra ela a verdade, até porque, como ela ia saber que a futura namorada dela mega tímida, ia me ligar pra me contar que tá gostando dela.

- a gente tá na delegacia. - sou sincera.

Segundos... Minutos... Mais minutos... e o outro lado da linha em completo silêncio... Será que matei ela no susto? Não! Se eu tiver feito isso vou ter cavado minha própria cova.

- Cleopa...

– porque vocês estão na delegacia?

- a Margare...

– manda o endereço. - foi a única coisa que a mulher diz antes de desligar a ligação.

Ela nem deixou eu terminar de falar.

Mando o endereço da delegacia, eu queria saber quando é que eu consegui o contato da Cleópatra, e que ainda tá salvo como "cunhada".

Faz horas dês que eu acabei meu depoimento e Margareth entrou, ou ela tá matando o delegado qual vai colher o depoimento, ou o delegado tá matando ela. Me sento novamente, pego meu celular afim de mexer nas redes sociais.

Não sei quanto tempo fiquei alí, me entretendo com o celular, mas minha atenção só foi chamada quando a mulher de pele negra adentrou a delegacia aparentemente desesperada.

- me explica o que houve! - diz com a voz ofegante e afobada.

Meus olhos cai em suas roupas... É impressão minha... Ou ela tá de pijama? Uma blusa de alça fina, de seda amarela, juntamente com uma calça de pano leve também amarelo claro, e uma rasteirinha... Tá bom então.

- respira, tá tudo bem. - tento parecer o mais calma. Mas tem um problema... Eu não tô calma.

E não tá tudo bem.

Puxo a garota para se sentar ao lado de onde eu estava, fazendo o mesmo ato, peço mais uma vez calma a ela, antes que eu comece a explicar para a outra.

- eu tenho uma boate, um tanto famosa. - pauso, pensando se coloco Cleo fora ou dentro da história. Opto por tirar deixar fora. - Margareth nunca vai, mas no dia que foi, acabou agredindo um homem, na calçada da boate, os seguranças aparentemente não viram. - óbvio que viram, mas se pá, minha irmã pagou eles. Balanço o pé ansiosa, e angustiada. - e agora, ela, e eu fomos chamadas aqui... tô um pouco preocupada porque ela não tem uma ficha limpa, já perdeu o réu primário a muito tempo... - encaro a moça. - mas creio que ela vai escapar dessa.

Cleópatra me abraçou de lado, um abraço como se falasse "eu também acho que ela vai escapar disso, ela consegue."

Horas, e mais horas. Policiais passavam ali a todo momento, alguns fortemente armados, o que fazia com que a garota ao meu lado se assustasse um pouco. Uma voz familiar fez com que eu ergue-se minha cabeça, observando atentamente o corredor, e os passos que vinham de lá, um sentimento de alívio percorre meu corpo quando vejo Margareth ao lado de um homem de barba grande.

Me levanto, com o coração já calmo, mas pelo visto, a cacheada não havia percebido a presença da minha irmã alí.

- não é possível que você não saiba como eu sou, dês do tempo do colégio. - a voz da Sullivan mais velha ecoou pelo cômodo, pude ver quando a atenção de Nunes foi direcionada a ela.

- eu sei bem como você é Sullivan, mas as coisas não funcionam assim. - diz o barbudo.

Margareth Sullivan não teve tempo de responder o homem, eu não tive tempo de chegar até ela, o cara da barba não teve chance de dizer mais alguma coisa, pois minha futura cunhada, pu chamo de cunhada? Agiu primeiro que todos nós, correndo para os braços da minha irmã, a beijando, nos deixando de queixo caído, nem mesmo Ma sabia reagir.

Pois eu sei. Tiro meu celular do bolso, tirando uma foto das duas, infelizmente o homem meio ruivo barbudo, atrapalhou a foto com sua cara de bocó.

Com certeza meu casal favorito!

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Minhas semanas ainda estão meio corridas, mas mesmo assim, perdão gente, pele falta de capítulos, espero que não tenha nenhim erro, e se tiver, relevem.

Espero que gostem do capítulo.

Girassóis à Beira-Mar Onde histórias criam vida. Descubra agora