⊹°.★ Capítulo 26: Eu estou tentando ★.°⊹

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⋆° . 𐙚Lucy Van Pelt . ˚☆

Foram os dez segundos mais silenciosos da minha vida.

Nem mesmo o vento assobiava entre as árvores. Nenhum carro passou na rua. Nenhum inseto fez barulho.

Nada.

O silêncio era tão infernal que parecia pressionar meus ouvidos. Como se o próprio mundo tivesse parado para assistir ao que estava prestes a acontecer.

Então, Elliott quebrou o silêncio:

— Boa noite, Schulz.

A voz dele soou casual, quase divertida, mas era impossível ignorar a tensão no ambiente.

Schroeder continuou imóvel por um segundo antes de finalmente responder, a voz grave e carregada de irritação:

— O que ele tá fazendo aqui?

Elliott soltou uma risada baixa, como se estivesse se segurando para não rir mais alto.

— Não acredito.

Schroeder franziu o cenho.

— O quê?

— Nada... — Elliott balançou a cabeça com um meio sorriso. — Eu só não acredito que você realmente fez ela ficar magoada e agora tá bravo porque eu tentei consertar a merda que você fez.

O maxilar de Schroeder se contraiu.

— Eu não te pedi nada. Eu tô aqui justamente pra resolver isso. Você não tinha nada que se meter em assunto que não é seu.

Elliott arqueou a sobrancelha, como se achasse aquilo engraçado.

— Ah, claro. Porque você tá sempre fazendo um ótimo trabalho quando se trata dela, né? Se eu não tivesse me metido, ela teria passado o dia inteiro remoendo essa merda e se sentindo um lixo. Você não presta pra ela.

Schroeder soltou, seco:

— Vai se foder.

Eu fechei os olhos e pressionei os dedos contra as têmporas.

— Parem de latir vocês dois. — falei baixo, porém, impaciente.

Os dois se calaram imediatamente.

Abri os olhos e encarei Elliott primeiro. Acariciei seu ombro com carinho.

— Ei. Obrigada por hoje. Sério mesmo. Mas agora eu tenho que resolver isso com ele. Tá?

Ele deu de ombros, como se já esperasse essa resposta.

— Beleza.

Mas antes de se afastar, puxou minha cintura e me deu um beijo no rosto.

Meu corpo ficou tenso.

Mas o arrepio que percorreu por toda a minha extensão não foi pelo beijo.

Foi pela respiração pesada que Schroeder soltou naquele exato momento. Pelo grunhido baixo que escapou dos lábios dele.

Elliott percebeu. É claro que percebeu.

Ele se virou para Schroeder com um sorriso abusado nos lábios e disse:

— Não magoa a minha garota de novo, Schulz.

Schroeder fechou os olhos com força, como se estivesse tentando se segurar. Respirou fundo. Se virou de costas.

A respiração dele estava ainda mais pesada agora.

Eu permaneci imóvel, ouvindo o barulho do motor da moto se afastar.

Peanuts 2006: Notas de Beethoven | SchrucyOnde histórias criam vida. Descubra agora