⊹°.★ Capítulo 25: Pensamentos de culpa e pensamentos de ódio ★.°⊹

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⋆° . 𐙚Lucy Van Pelt . ˚☆

Hoje.

O dia em que eu resolveria tudo com Schroeder.

Eu sabia que tinha errado.E sabia que ele também tinha. Nós dois falamos coisas horríveis um para o outro, coisas que eu nunca achei que sairíam da minha boca — nem da dele. Mas saíram. E agora tudo estava uma merda.

Eu não queria mais carregar essa sensação terrível comigo. Ela me pesava nos ombros, me deixava cansada, amarga, sufocada. Eu odiava ficar assim com alguém. Assuntos inacabados. Me impediam de dormir, de pensar conscientemente, de me permitir estar tranquila.

Era a culpa?

Durante a noite de ontem eu relembrava aquela briga e pensava no que poderia ter feito diferente, no que poderia ter dito ou não dito.

Eu imaginava se ele não estava fazendo o mesmo. Porque, no fundo — até mesmo no raso —, ele também estava errado.

Porque, mesmo eu me sentindo culpada, eu sabia que não era a única que deveria pedir desculpas. Eu não era a única que tinha estragado tudo.

E, no entanto, quem parecia carregar esse peso da culpa era eu. Porque Schroeder... bem, Schroeder era Schroeder. Ele sempre encontrava um jeito de se fechar no próprio mundo e me deixar do lado de fora, como se eu fosse só mais um ruído de fundo na vida dele.

Eu estava cansada disso.

Eu não queria mais implorar pela atenção dele.

Não queria mais fingir que estava tudo bem quando claramente não estava.

Não queria mais ver os meus sentimentos sendo deixados de lado, sendo ignorados ou reduzidos a “só amizade” quando qualquer um podia ver que não era só isso.

Não dessa vez.

Eu pediria desculpas.

Aceitaria as desculpas dele.

Mas era só isso!

Se ele quisesse consertar as coisas entre nós, ele teria que se esforçar. Eu já tinha me machucado demais por essa história e não iria investir romanticamente nele. Se fosse para termos algo romântico, isso teria que partir dele.

Eu já estava no meu limite.

Eu passaria a me respeitar daqui pra frente e nunca mais me humilharia por Schroeder Schulz.

Esse era o meu plano.

Só que o dia começou, e Schroeder simplesmente não apareceu.

⋆° . 𐙚Lucy ˚. ☆

A primeira aula passou. Nada.

A segunda aula passou. Nenhum sinal dele.

Na terceira aula, eu já estava impaciente, olhando para a porta toda vez que alguém entrava. Mas não era ele. Nunca era ele.

Agora, na aula de física, eu estava sentada próxima de Elliott e Mya, tentando fingir que não me importava. Tentando fingir que não estava decepcionada. Tentando ignorar a ansiedade apertando o meu peito.

Claro, era óbvio que isso aconteceria. Aquele loiro fodido simplesmente não faz questão. Por isso não veio? Ele quer adiar? Quer me enrolar? Me torturar?

Schroeder sempre complicava as coisas.

Mya se virou para mim, os olhos semicerrados em uma expressão de análise. Ela parecia me estudar, como se tentasse decifrar meus pensamentos apenas pelo contato visual

Peanuts 2006: Notas de Beethoven | SchrucyOnde histórias criam vida. Descubra agora