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Jade

Isa: Vem não, Jade. Deixa de fogo no rabo, já conheço você e sei que tu tava querendo a muito tempo ficar com ele, só tava fazendo charme. — fala, enquanto da leves batidas em seu rosto com a esponjinha, espalhando a base — Fiz o fácil pra você, te ajudei. Também não tenho paciência pra tu bebada, quase não gosta de viçar, mas quando bebe, não quer parar. — reviro os olhos.

Jade: Foi falsa e ponto, não interessa se eu tava querendo ou não, como uma boa amiga que você é, deveria ter me puxado dali, como eu queria ir com você, me ajudar a não cair na tentação dele. — ela para de bater a esponja no rosto e vira a cabeça para mim, tirando o olhar do espelho.

Isa: Até parece, Jade. Se eu fizesse isso, eu ia escutar você reclamando a noite toda que era pra ter ido. Ai, para, que a horas atrás tu tava era dando pra ele. — voltar a olhar para o espelho — Nem adianta tu tá aqui enchendo a minha mente com isso, já, já vai tá sentando nele de novo.

Jade: Você é insuportável, mas beleza. Quando for com você, eu faço igual. Depois não venha reclamar dizendo que não era pra eu ter te deixado. — faço um belezinha com a mão para ela e me levanto da cama, andando em direção a minha bolsa.

Hoje era o último dia do ano, dia 31 de dezembro. Eu e Isadora já estávamos nos preparativos, íamos ver daqui da casa mesmo, já que dava pra ver a praia.

Depois de passar a metade da tarde trancada no quarto com Kennedy, porque ele não deixava eu sair de jeito nenhum, só deixou eu sair depois que eu disse a ele que tava passando mal de fome, tive até que fingir que a minha pressão tava caindo, aí ele ficou morrendo de medo e deixou eu ir.

Ficou enchendo a minha mente o tempo todo em que eu fiquei com ele, dizendo que eu tinha que ter postura, entender e colocar na cabeça que eu tava me metendo com ele, que não me queria ver ficando com outro, se não ele ia me deixar careca e blá-blá-blá. O mesmo papo de sempre. Eu escuto? Não. Mandei ele calar a boca, parar de ser chato, se não a gente nunca mais iria ficar, aí ele ficou falando que eu queria meter marra pra cima dele, mas a gente ia ficar quando ele quisesse e não quando eu quisesse.

Dei nem ouvido pra esse maluco, sério mesmo. Kennedy tira a minha paciência facinho, facinho. Só basta abrir a boca dele, por isso que ele calado é uma obra de arte.

É simples, se entrarmos em uma acordo de, por exemplo, eu fico com quem eu quiser e ele também, mas nunca na frente do outro. Mas não, quer ficar comigo enquanto come meio mundo. Só se eu for muito otária. Eu também não sei se eu tô preparada pra ficar apenas com ele, não quero me envolver a esse nível. O destino acabou nos juntando de uma forma que foi inevitável, uma coisa que era pra ser apenas visitas íntimas, foi virando uma posse da parte dele.

Mas também não vou negar, esses 2 meses que passei visitando ele, me ensinaram muita coisa, no começo, eu era apenas uma menina que estava sendo obrigada a fazer visitas íntimas pro dono do morro, só por ter um coração bom e não querer o pai morto. Mas agora, eu sou uma mulher que entendeu que nem sempre tenho que pensar nos outros. Não me arrependo, não mesmo, eu fiz porque eu, apesar de tudo, amo o meu pai e não queria ver ele morto, ele poderia ser tudo, mas nunca chegou ao ponto de fazer algo de errado comigo. Só que eu posso fuder a minha vida agora, porque nesse tempo, eu me envolvi com uma pessoa diferente das outras, com ele as coisas são diferentes e agora possa ser que eu esteja presa a ele, coisa que eu sabia desde o começo que poderia acontecer.

[...]

Saio de dentro do quarto, fechando a porta logo em seguida. Já estava pronta, já eram por volta das 23 horas e alguns minutos, pouco tempo pra iniciar um novo ano.

As meninas já estavam lá fora, elas estavam muito apressadas, então mandei elas irem logo. Não tenho pressa, é tudo no meu tempo. As duas ingratas, ajudei as duas no cabelo e não me esperaram.

Pego o meu celular e ascendo a tela, olhando ser 23:40. Pensava que era mais cedo, mas faltava apenas 20 minutos pra meia noite. Começo a andar pelo corredor, logo descendo para a área de baixo da casa.

Faltavam vinte minutos para a virada do ano. Desço as escadas, o salto alto ecoando levemente na madeira polida, e me dirigo à área de lazer. A casa pulsava com a energia da festa, o som alto da música, junto a todos com os seus copos de bebida na mão. O espaço, amplo e arejado, oferecia uma vista privilegiada para a praia, onde as ondas quebravam com força contra as areias claras, iluminadas pela lua cheia.

Kennedy estava sentado em uma das espreguiçadeiras, um copo de uísque na mão, observando a multidão com um ar pensativo. Seus olhos, no entanto, encontraram os meus por entre a multidão. Mas naquele momento, só existia ele e eu. Seu olhar, possessivo, de homem que não se importa em transgredir regras, me envolveu como uma teia invisível. Ele me encarava como se eu fosse a coisa mais linda do mundo, a única pessoa presente naquele ambiente repleto de gente. Kennedy tentou me intimidar, lançando olhares ameaçadores, mas eu não me intimidei. Seu olhar era um desafio, uma declaração silenciosa de posse, e eu o respondi com a mesma intensidade, um jogo silencioso de poder travado entre nós dois.

A música, as risadas, tudo se apagou, restando apenas a eletricidade que emanava do nosso contato visual, uma promessa silenciosa do que estava por vir.

O olhar de Kennedy, intenso e possessivo, continuava grudado em mim, um imã invisível que me prendia em seu campo gravitacional. Ele deu uma tragada lenta no baseado, a fumaça escapando em pequenas volutas que dançavam na brisa noturna. Seus olhos, escuros e penetrantes, percorreram meu corpo com uma audácia que me arrepiou. Era um olhar que dizia muito mais do que palavras, um olhar que prometia perigo, desejo, e uma entrega sem reservas. Eu retribuí o olhar, desafiadora, sentindo um arrepio percorrer minha espinha.

A eletricidade entre mim e ele era quase palpável, um fio invisível que nos conectava em meio à multidão. Mas a magia foi quebrada bruscamente quando senti um toque leve, mas firme, em meu braço. Dani e Isadora, as duas sorrindo, me puxaram suavemente, interrompendo o nosso jogo silencioso de olhares.

Isa: A gente tá te gritando faz uns 5 minutos garota. — meu olhar vai em direção a elas, que estavam na minha frente.

Jade: Tava procurando vocês, acabei me viajando e nem escutei vocês falarem. — engulo a saliva.

Dani: Vamo pra grade, falta só doze minutos.

Ainda sentia o peso do olhar de Kennedy sobre mim, uma presença incômoda e excitante ao mesmo tempo, mas as amigas me puxavam para longe, para o turbilhão da festa, interrompendo a eletricidade que nos unia. O fascínio, a tensão, a promessa velada... tudo ficou para trás, substituído pela alegria forçada e os cumprimentos superficiais da noite de Ano Novo. Mas em algum lugar, dentro de mim, a sensação de seu olhar, a promessa de um encontro secreto, ainda ardia como uma brasa.

genteeee, desculpa peso sumiço, com motivossss.
a alguns dias atrás eu cheguei aqui e contei pra vocês o motivo do meu sumiço, meu celular tinha quebrado. mas assim q eu peguei ele, no outro dia ele quebrou de vez, não tinha mais concerto. então fiquei um bom tempo sem celular, só consegui comprar agora, desculpem 🥹
vou voltando aos poucos gente, não prometo muita coisa. esse tempo q fiquei longe minha criatividade sumiu, não prometo muita coisa, mas vai dar certo, aos poucos as coisas vão se ajeitando. ❤️

Através das Grades [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora