⊹°.★ Capítulo 24: Todo nós na terapia ★.°⊹

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.° × SCHROEDER SCHULZ × °.

O corredor da escola estava cheio — como sempre.

Pessoas passavam apressadas, conversavam, riam. Eu mal entendia o que as vozes diziam, nem me importava. Meus olhos varriam os rostos. Eu estava ansioso, determinado.

Eu preciso encontrá-la.

Eu queria resolver isso de uma vez. Na verdade... Eu precisava resolver isso. Esse era o sentimento. Necessidade.

Eu estava pensando nisso desde a conversa com Charlie e agora finalmente teria a chance.

Procurei por ela por outros corredores, até que, enfim…

Encontrei.

Lucy estava um pouco à frente, encostada nos armários, conversando com alguém.

O cabelo escuro caía em perfeitas ondas sobre os ombros, a roupa gritando o nome dela — mini saia jeans e uma blusa branca de mangas compridas — e a expressão dela era a de sempre, iluminada.

Meu estômago revirou de um jeito estranho.

Porra.

Como era possível que só de olhar para ela eu sentisse essa merda toda?

Eu não pensei muito.

— Lucy.

Minha voz era firme. Ela virou o rosto na minha direção, os olhos azuis encontrando os meus com uma leve surpresa.

O contato visual. Foi tudo o que eu precisei.

Avancei em sua direção, sem hesitar. Foi estranho e repentino, pois num segundo eu estava prestes a abrir a boca, e no instante seguinte, meus lábios estavam sobre os dela.

Eu a beijei…

Num ato voluntário.

Eu puxei Lucille Van Pelt pela cintura, e então eu a beijei...

O que está acontecendo?
Por que eu fiz isso?

Naquele segundo, o meu mundo inteiro parou.

O beijo não foi suave.

Foi intenso.

Exigente.

Eu senti o calor do corpo dela, o cheiro da pele, a pressão dos lábios. Meu coração martelava contra o peito como se quisesse explodir.

E o mais surpreendente pra mim foi o fato de que ela correspondeu, mesmo brava, mesmo depois de ontem, depois das minhas palavras, o vácuo, ela correspondeu.

Quer dizer que estou perdoado?

Os dedos dela agarraram minha camisa, me puxando para mais perto. O tempo pareceu ter congelado apenas para que pudéssemos apreciar o momento. O barulho ao redor desapareceu.

Só existia ela…

O gosto dela…

O calor dela…

Peanuts 2006: Notas de Beethoven | SchrucyOnde histórias criam vida. Descubra agora