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Boa leitura ;) Comentem bastante para que eu volte mais rápido. 😉

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J E N N I E

Eu me sentei com o Conselho pela segunda vez dois dias depois da morte do rei. A sala sem janelas no coração do castelo na qual os Conselheiros se reuniam era asfixiante mesmo com um vento gelado soprando do lado de fora. Em qualquer outra circunstância, eu teria mantido a cabeça erguida ao me sentar à mesa com os Conselheiros, mas eu não estava na reunião por mérito próprio.

Jungkook não me perdia de vista um segundo desde que os Cavaleiros Brancos haviam anunciado a morte de seu pai. Embora eu andasse pelo palácio com ele, e tivesse permanecido por vontade própria ao seu lado quando ele se ajoelhou diante de seu cavalo para aceitar a coroa dos clérigos dos Seis, ele me mantinha tão aprisionada quanto a Lisa.

Ainda era cedo, mas eu ansiava por notícias da minha família – alguma observação reconfortante ou conselho sobre como desfazer a bagunça que minha vida se tornara.

Desde o momento em que o rei morrera, nossos rostos – meu e de Kook – tomaram, juntos, o lugar do dele. Todos os dias, Mina me vestia e me enfeitava com as joias mais extravagantes que eu tinha. Mas embora meu exterior refletisse perfeição, por dentro eu me sentia despedaçada e perdida. Tudo dependia da minha capacidade de manter o controle, de manter a pose até que eu encontrasse um jeito de chegar até Lisa.

Eu tinha menos de um mês até o casamento para achar um jeito de ficarmos juntas, para impedir que Lady Beaumont a levasse embora e para, de algum modo, encontrar e me livrar do artefato dos Dissidentes antes que minha Afinidade fosse descoberta. O artefato já havia revelado um usuário de magia na corte, e, apesar de ele nunca ter feito outra coisa na vida a não ser servir à Coroa, foi mandado para a masmorra aos berros.

Os semblantes em volta da mesa eram de exaustão após dois dias de cerimônias e tarefas administrativas correlatas. Ninguém tivera tempo de ficar de luto – o que sequer existia quando um ataque a Iridia se tornara prioridade máxima.

A coroação de Kook no dia anterior havia sido mais um adendo ao funeral do rei do que uma ocasião separada. Foi pura obrigação e quase nada de celebração. Até o vinho que tomamos após a coroação teve um gosto amargo em nossas línguas.

Agora, nos preparávamos para a guerra.

— A fronteira de Iridia será mais vulnerável perto de Taegukdo - Lady Beaumont explicou, apontando no mapa esticado sobre a mesa — A capital deles fica nas montanhas do norte, e o meu povo pode atacá-los pela nossa fronteira ao sul.

Jungkook assentiu com um vinco entre as sobrancelhas, posicionando vários marcadores de vidro sobre o mapa.

— Acho que podemos enviar reforços, mas teremos que manter o grosso de nossa cavalaria em nossa própria fronteira ao leste. Talvez aumentar a cavalaria existente que mandamos após os ataques dos bandoleiros - Kook disse.

— Dará certo, contanto que planejemos as coisas direito. Kartasha é a maior cidade fortificada de Iridia ao sul. Se vocês conseguirem atacá-la assim que protegermos essa área aqui, poderemos nos posicionar bem - Lady Beaumont explicava — A rainha será pressionada a recuar.

Jungkook assentiu novamente. Será que ele ao menos sabia com o que estava concordando? Nem todos os seus cavaleiros retornariam da batalha. Eles dariam suas vidas por vingança – uma vingança que nem era a deles. Mas eu via o que estava por trás daquilo. A tristeza não conseguia esconder a ira que ardia em fogo lento nos olhos de Kook quando ele falava de seu pai.

Fogo E Estrelas (G!p) - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora