{Cleópatra Nunes}
Passar um tempo a sós com a Margareth, me fez ver que ela é carinhosa, cuidadosa, amorosa, me trouxe segurança, uma paz... Algo inexplicável... É uma sensação muito boa, e eu só dormi ao lado dela...
Fecho os olhos, retornando a noite anterior. Era real, ou impressão minha, mas os olhos da espanhola brilhavam ao meu olhar, e a maioria do tempo, não vi nenhuma malicia respingar em sua voz, ou em seus olhos... Apenas hoje cedo... mas aquela mulher alí...
Corre o risco de eu estar gostando dela?
Meu celular apita enquanto vibra ao meu lado, fazendo eu pular de susto. Acho que viajei muito na sensação de ter minha chefe perto demais de mim. Olho quem me ligava, marcava ser minha mãe. Será que aconteceu algo grave?
- oi mamãe, tudo bem? Aconteceu algo? - pergunto assim que aceito a ligação.
- Claro que não está bem, estava vendo um site de fofocas, e a notícia que me aparece é de uma empresária espanhola bilionária, namorando a jovem modelo brasileira! Em todos os sites de notícias e fofocas!
Um calafrio percorre por minha espinha, arregalo meus olhos levando a mão livre até a boca, engulo em seco sentindo minha respiração se descontrolar pelo nervosismo.
Como isso? Como assim?
Várias pessoas, inclusive paparazis, jornalistas e outros devem ter visto eu e a Sullivan siando juntas, além de eu ter sido sua acompanhante, e os cochichos já terem começado logo quando passamos por aquele tapete vermelho na entrada. Mas como tudo isso foi parar em sites brasileiros? São países diferentes... Não deveria nem chegar lá, ou pelo menos demorar mais pra chegar umas noticias dessas, ai eu teria muito mais tem...
- Cleópatra? Me explique.
Novamente engulo em seco, olhando para o redor em busca de algo oara me dar um suporte, e encontro meu ursinho de pelúcia, o agarro con todas as minhas forças, fecho os olhos e me concentro em casa palavra que vou falar a partir desse momento.
Não pode ter um erro.
- ah sim, eu acompanhei minha chefe esse final de semana em um evento. - Deus por favor me ajuda. Me levanto indo para a cozinha, a procura de um copo de água, de preferência água com açúcar. - esse evento tinha... tinha várias pessoas importantes, inclusive influenciadores daqui, jornalistas, fotógrafos... - mexo o açúcar na água, tomando um gole. Preciso me acalmar, se não infarto agora mesmo. - e você sabe como essas pessoas da imprensa são, doidos por coisas que nem existem, criam boatos, notícias falsas e soltam nas redes pra ter mais audiência, e afins. - eu não sei como minha mãe reagiria se eu chegasse pra ela e falasse, "mãe eu tô conhecemdo uma mulher, que é minha chefe, ah e ela é 16 anos mais velha que eu", seria loucura eu falar isso. - mas não se preocupe, isso só passa de um boato escandaloso que a imprensa quer que os outros acreditem.
Eu nunca menti desse jeito pra minha mãe, e não gosto de estar fazendo isso... Mas... Se eu falar a verdade e ela me deserdar?
- é, você tem razão, as pessoas estão cada vez mais maldosas, e fuchicam na vida dos outros, sem necessidade ou até mesmo direito.
Solto um suspiro de alívio ao ouvir a voz da mulher do outro lado da tela, mais suave, e que ela acreditou no que eu disse. Espero não me arrependo de ter mentido.
- sim, esse mundo tá horrível, cada vez mais pior. - me sento, ainda me acalmava do susto que levei.
- filha, preciso terminar umas coisas aqui, a gente conversa depois, se cuida.
Minha mãe desliga a ligação, e sou obrigada a procurar qualquer site de fofoca para ver se realmente havia essa "noticia" lá, e é, tinha notícia, foto minha e da Margareth, foto só minha, boatos de antigos namoros de Sullivan. Só espero que meu pai não veja isso, se ele ver vai ser 10 mil vezes pior que mamãe.
Tá tudo bem... É apenas boatos... E do jeito que Ma é, assim que ver, vai mandar tirar todas essas notícias falsas.
Na geladeira, procuro suco de maracujá, além de ser o meu sabor preferido de praticamente tudo, isso acalma pra caramba.
Hoje na Velouría vamos selecionar as melhores fotos, provavelmente para sair em revista, e afins, além de também estarmos pensando em eu fazer uma publicidade de uma nova linha de roupas, exclusiva e de gala, e que valem mais que os meus órgãos e os da Athena juntos no mercado negro... Juro que não sei como alguém pode pagar um absurdo em um vestido.
É só um vestido.
Após tomar um copo de suco de maracujá pra acalmar os nervos, me jogo no sofá. Como seria se eu e a Margareth Sullivan namorassemos? Ela me assumiria em público? Iria comigo pra todos os lugares e vice versa? A gente ia tomar banho juntas? Assistir filmes, e desenhos?
Resmungo ao ser interrompida mais uma vez nesse dia, mas dessa vez, foi pela campainha da casa. Pela mor de Deus, uma hora dessas. Abro a porta, e me deparo com um entregador, entregador de flor, já que ele tinha em suas mãos um buquê enorme de tulipas.
- bom dia, Cleópatra Nunes? - o homem pergunta, e eu concordo com a cabeça.
- sim, sou eu mesma. - confirmo, e o entregador estende o buquê em minha direção.
- mandaram entregar, só assina aqui pra mim por favor. - mostra uma prancheta, para a confirmação da entrega.
Pego a caneta, assino, e o rapaz entrega o buquê em minhas mãos, e vai embora, tão rápido, como se estivesse atrasado em algo, sem nem dar tempo de eu perguntar quem foi que pediu pra entregar. Talvez o coitado realmente esteja atrasado pra outra entrega, algo assim.
Acho que tenho um palpite. Esse palpite é tatuada, morena, mais velha, séria, e dona de uma empresa de roupas.
Fecho a porta, e olho o buquê, em busca de algum bilhete, e depois de olhar tanto, eu achei um pequeno cartão com algo escrito.
Abro o bilhete pronta para ler, e muito curiosa. "Acho que o último buquê que lhe dei já deve ter murchado." Automaticamente olhei para o vaso de vidro, onde ainda existia as rosas do buquê que Margareth me deu no domingo.
Acho que eu nunca ganhei tanto buquê assim na minha vida.
Desamarro o laço feito com fita, desmontando o buquê, mas nesse momento, outro papel cai no chão, em cima do meu pé pra ser mais específica, como a curiosidade matou o gato, me agacho e pego o cartão. "Infelizmente por imprevistos, eu e Elizabeth não vamos poder acompanhar e fazer parte da seleção de fotos, peço desculpas por isso, mas sei que você vai se dar bem com Mariá."
Imprevisto? Será que aconteceu algo grave?
Sei que Mariá é a chefe do setor de marketing, tudo que for dessa área, passa primeiro por ela, e pelo que ouvi falar um pouco, ela é boa no que faz, e é uma pessoa bem de boa. E eu espero que ela seja bem de boa, já não basta a chefe que quase me fez infartar nos primeiros dias... Nesses primeiros dias.
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"Achei que a autora tinha morrido", pois é, eu quase morri mesmo, mas tô viva.
Gente eu estava decidida em entregar os capítulos que eu tava devendo, mas ai os professores marcaram prova, trabalho, apresentação e eu tô cheia de coisa pra fazer, então provavelmente semana que vem não vai ter capítulos, mas eu vou estar escrevendo eles, ou pelo menos tentando.
Peço desculpas se tiver algum erro, eu reviso, reviso, reviso, leio, e releio, e quando posto, acho um erro🤡, ai minha vida é sofrida.

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Girassóis à Beira-Mar
RomanceMargareth Sullivan, uma empresária espanhola tão fria quanto o mar que tanto ama, vê sua vida meticulosamente organizada virar de cabeça para baixo quando conhece Cleópatra Nunes, e está disposta a fazer o que for preciso para ter a senhorita Nunes...