Jasmine Volkov -
Dia : 22 - Quarta-feira (nublado)Observo as paredes acinzentadas do quarto, as roupas jogadas no chão após uma noite intensa, do que deveria significar prazer entre um homem e uma mulher, mas a cama ao menos está bagunçada o suficiente.
Dizem que quando um casamento está monótono, o sexo vira um costume manual, porque pessoas casadas costumam transar. Então, talvez não seja anormal agradecer quando seu marido goza e sai de você.
Ponho os pés no chão, calçando minhas pantufas pretas, diferentes das que tinha na adolescência. Sinto saudades de reclamar quando minha mãe ou minha avó entravam no quarto sem bater.
Abro a porta do banheiro e reparo nas cuecas jogadas pelo chão. Respiro fundo e as apanho. Cole acha que só porque temos empregada isso dá o direito de deixar tudo jogado no chão com a desculpa "ela arruma".
Coloco tudo no seu devido lugar e faço minha higiene. Tudo aqui em casa é bem calado durante o processo; nosso apartamento é cheio, mas é tão vazio... Vovó diz que é falta de uma criança. Cole quer muito ser pai, mas eu não quero ser mãe! Não posso deixar toda a minha carreira por causa de uma criança.
Tomo anticoncepcional escondido desde que comecei o noivado. Cole não gosta de transar usando camisinha; para ele, é um incômodo. Subo o zíper do uniforme, que aperta muito minhas curvas; mais um motivo para os homens se acharem no direito de assédio.
— Se não é minha esposa mais sexy deste mundo! — Cole bate palmas ao entrar no quarto. Ele se aproxima e beija meu pescoço, com o cabelo escuro enroscando no brinco. — Essa roupa te cai muito bem! — Suas mãos descem até meu estômago, fazendo carinho, como se houvesse um bebê.
— Gostou mesmo? Pensei que teria ciúmes de ter uma esposa tão bonita! — Sorrio, não muito verdadeiro, mas ainda assim é um sorriso.
— Ciúmes? Não! Você é que deveria ter cuidado em ter um marido tão perfeito e carinhoso. — Ele solta meu corpo e exibe os músculos no espelho. — São perfeitos para proteger você e nosso futuro bebê.
— Cole... — Suspiro, baixando o volume da voz. — Já fiz cinco testes de gravidez na semana passada; todos deram negativos. Não deveria ficar tão eufórico assim.
Cole abriu um sorriso e revirou os olhos. Ele se senta na cama brincando com a aliança; meu estômago se revira.
— Acha que sou infértil? — Cole dá uma risada nasal. — Porque é impossível que eu seja infértil; sempre consigo gozar tranquilamente! — Como se sua porra fosse o suficiente para engravidar qualquer mulher.
— Não sei, Cole! — Seguro a escova de cabelo, começando a arrumar as mechas loiras. — Talvez quem possa ter algum problema de fertilidade seja você; porque somente eu sou culpada?
— Porque você é a mulher! Caralho, eu transo com você toda noite! — Ele se levanta mais agressivo. — Minha ex-namorada não tinha esses problemas; inclusive você sabe que ela perdeu um bebê meu.
Coloco a escova de cabelo em cima da penteadeira; Cole baixa a cabeça parecendo arrependido. É uma característica comum dele: fala várias coisas que me magoam e depois finge que nada aconteceu.
— Merda! Me desculpa; eu... não deveria ter falado isso. — Cole beija meu pescoço; viro o rosto para o outro lado. — Você entende que é só porque estou frustrado, não é? Queria tanto um bebê seu, mas tá tudo bem; tudo no seu tempo. — Ele sorri. — Vamos aumentar a carga horária de fodas no dia.
— Não vai dar! Meus horários mudaram e vou ter que passar mais tempo agora na delegacia. Sabe o quão importante é pra mim subir de cargo como delegada? — Afasto-me de propósito, arrumando alguma desculpa para não ficar por perto.

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Impuro amor profano - Trisal gl
FanfictionJasmine Volkov sempre foi uma policial exemplar, seguindo as regras à risca e dedicando sua vida ao trabalho. Criada para acreditar que o lugar de uma mulher era no lar, ela provou o contrário ao construir uma carreira sólida, mesmo que seu casament...