𝓐va sempre desejou ser uma garota comum, mas a vida lhe impôs desafios que a tornaram tudo, menos normal. Cresceu em um ambiente familiar marcado pela violência e abuso emocional. Seu pai, um homem agressivo e cruel, transformou sua infância em um...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
♔︎✰
___________
𖦹 𝓐va Donavan pov's ♔︎✰
Eu nunca fui de brigar à toa. Mas confusão? Ah, confusão bem feita era como assistir a uma peça de teatro ao vivo.
Kwon, como sempre, estava no centro da bagunça — provocador, brilhante, impossível de ignorar. Ele desafiava outros capitães para uma “competição de chute”, uma brincadeira quase infantil, mas que de alguma forma tomava proporções épicas quando era ele quem organizava. A regra era simples: quem chutasse mais alto, ganhava. Só isso. Não era uma luta oficial, não envolvia técnicas complexas, mas tinha algo hipnótico na forma como ele conduzia o jogo. Era como se todo o campo respirasse sob o comando dele.
E, até agora, ele estava vencendo — o que não era surpresa. Kwon era um dançarino disfarçado de lutador. Seus pés cortavam o ar como lâminas invisíveis, cada chute parecia uma extensão do próprio pensamento. Rápido, preciso, elegante. Ele saltava como se a gravidade fosse apenas uma sugestão.
Eu também era boa com os pés. Ninguém me dava muito crédito por isso, talvez por causa da minha altura ou da forma como eu costumava ficar na retaguarda. Mas havia um segredo, algo que poucos sabiam: durante um dos campeonatos mais exigentes, enquanto Wolf estava no Sekai Taikai e eu era supervisionada por senseis menos atentos, meu joelho cedeu. Um estalo seco, uma dor aguda e a certeza de que algo havia sido arrancado de mim. Desde então, mesmo depois de sessões infindáveis de fisioterapia, nunca mais senti que aquele joelho era completamente meu. Às vezes parecia psicológico — uma memória que meu corpo não conseguia esquecer. Outras vezes, era apenas dor crua, latente, me lembrando que havia um preço para tentar ser indestrutível.
Um coro de vozes me arrancou dos pensamentos.
— Vlad, Vlad, Vlad! — A torcida dele estava em êxtase, batendo palmas e gritando como se ele fosse um herói de guerra prestes a vencer um dragão.
Virei o rosto e vi Vlad, sempre com aquele ar de general russo em tempos de guerra, preparando-se para um chute giratório. Seu semblante era de pura concentração, os músculos tensos, os olhos fixos em algum ponto invisível no céu. Quando ele saltou, foi como se o lugar prendesse a respiração por um segundo. O giro foi forte, o movimento quase perfeito... mas o chute não alcançou a marca de Kwon.