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Imperador 👑

Nino: Bora? — chega na minha frente e eu concordo com a cabeça.

Assim que cheguei, fui colocar minhas coisas no quarto. Tomei banho e me arrumei pra poder descer.

Eu ainda não tinha visto Jadynna. Nino disse que ela tinha descido pra piscina com as meninas, mas agora eu ia ver e quero ver bem a cara dessa filha da puta. Não quer ter nada comigo? Beleza. Mas vai ter que sustentar me aguentar bem pertinho dela.

Vou acompanhando Nino e Cabra até lá em baixo. Ponho minha mão por dentro da camisa, arrumando a pistola na cintura. Arrumo a postura, finalmente chegando na área da piscina. Respiro fundo, passando o meu olhar para o local ao som do pagode que estava tocando.

Vários manos que eu já conhecia, aliados do meu morro. As mulheres que estavam com eles, algumas sentadas com eles, outras dançavam e bebiam. Os olhares vem diretamente para mim, eles já começam a se levantar para vir me cumprimentar, mas eu não dou a mínima pra eles c meu olhar vai diretamente e somente nela. Ela que estava sentada na borda da piscina.

Passo a língua pelo meu lábio, vendo o seu rosto virar em minha direção. Ela usava um biquíni azul, mostrando todo o seu corpo que eu tocava para todos que estavam aqui. O cabelo molhado e o corpo também, mostrando que tinha entrado. Prendo meu olhar nela, ignorando todos que vinham falar comigo, mas já ela faz o contrário, revira aqueles olhos verdes dela, que mesmo de longe eu via ela revirando eles e tira o seu olhar de mim, voltando a olhar para a amiga, já que a mulher de Nino levanta e ele vai em direção a ela.

Nego com a cabeça e tiro o meu olhar dela. Essa garota gosta de brincar comigo.

Menor: E aí, Imperador. — olho para ele, que vem me cumprimentar — Feliz pra caralho que tu tá na pista, mô cota sem te ver. — abre um sorriso.

Imperador: Lili cantou, mano. — ele leva o cigarro até a boca — Voltei e prendendo nunca mais voltar pra lá, papo reto.

Menor: Esse é planejamento, pô. Ninguém quer voltar pra lá, nem quer ir e nem voltar. — concordo com a cabeça — Bora sentar ali, pô. Nós troca uma ideia melhor. — ando com ele até onde ele e os outros que vieram estavam sentados e me sento ali, já começando a trocar um papo com o puxadores de saco.

Só falo para não parecer chato, mas na moral, eu odeio conversar com esses manos. Só falam merda e eu não tenho nenhum pingo de paciência pra isso. Eles falam, falam e eu não entendo porra nenhuma, nem faço questão de entender e de prestar atenção, vou respondendo o básico e concordando sobre tudo, Cabra que vai me ajudando e entrando nos assuntos, mas eu só queria prestar atenção em uma coisa.

Uma coisa que tem 1,60 e estava dançando o pagode que tocava ao lado da sua amiga. Eu prendo meu olhar nela, enquanto vejo ela dançar com aquele biquíni minúsculo. Minúsculo em cima e minúsculo em baixo, aquela porra deveria se chamada nem de biquíni, papo reto. Tava nem cabendo nos peitos dela, tavam tudo querendo pular pra fora. Em baixo tava pequeno pra um caralho, o fio dental afundando na sua bunda grande. Os olhares vão todinho nela, essa garota pode fazer porra nenhuma, mas ela chama a atenção por onde vai.

Cabra: Essa Isadora é linda pra caralho. — eu ignoro o que ela, apenas olhando pra ela. Essa garota gosta de testar a minha fé.

Imperador: Para de falar merda e vai pegar uma bebida pra mim. — falo com ele, ainda sem olhá-lo. Eu precisava de uma bebida pra me acalmar, papo reto — Na moral, pô.

Cabra: Tô indo. — sinto ele levantando.

A cada balanço de quadril, a cada sorriso lançado para os outros, a minha paciência se esvaía como areia entre os dedos. Ela sabia o que estava fazendo. Sabia exatamente o quanto me deixava louco.  E gostava disso.

A conversa com os outros era um borrão, um ruído de fundo na sinfonia da minha frustração.  As palavras deles, vazias e sem importância, se chocavam contra a minha raiva que se criava em meu peito. Eu respondia com monossílabos, concordava com a cabeça, meu olhar fixo em Jadynna.

Ela parou de dançar por um instante, pegando um copo de alguma bebida colorida.  O movimento lento, a forma como seus dedos deslizaram pela borda do copo, era uma tortura.  Nossos olhares se cruzaram por um segundo, um segundo carregado de tensão, de desafio. Ela sorriu, um sorriso pequeno, quase imperceptível, típico do sorriso provocativo, mas que me atingiu como um soco no estômago.

Aquele sorriso era uma declaração de guerra.

Respiro fundo, tentando controlar a raiva que me consumia, já não tinha mais paciência.

Cabra me cutucou, levando o copo de bebida até mim e chamando minha atenção de volta para a conversa banal. Eu forcei uma simpatia, mas por dentro, uma tempestade se formava. Jadynna voltou a dançar, e com ela, a minha vontade de acabar com aquela brincadeira de gato e rato. Essa noite ia ser longa. Muito longa.

O ritmo mudou, o pagode dando lugar a um funk pesado, que sacudia o chão e os corpos.  As mulheres, antes espalhadas pela área da piscina, agora formavam um único bloco pulsante, rebolando em uníssono. Mas entre todas elas, Jadynna brilhava como uma estrela.  Seu biquini azul, quase invisível sob o movimento frenético, destacava-se em meio a todas elas que dançam ali. A bebida em sua mão, um copo de algo colorido e forte, era erguida em um brinde silencioso à sua própria beleza, ela levava a bebida até os lábios e dava um gole.

E a cada movimento dela, a minha paciência se desintegrava como açúcar em água quente.  Aquele requebrado desafiador, a maneira como ela bebia, como ela sorria para os olhares famintos que a perseguiam... era uma afronta direta, um escarro na minha autoridade. Ela brinca comigo.

Os olhares dos outros homens, a cobiça, a admiração, o desejo... todos eles estavam ali, visíveis, palpáveis, me corroendo por dentro. E Jadynna, a única responsável por essa tormenta, continuava dançando.

Nino, vinha se aproximando, enquanto a mulher dele se juntava as duas amigas. Minha paciência tinha se esgotado, evaporado como fumaça em um vento forte. Eu tava prestes de perder o controle, papo reto. E talvez, essa fosse exatamente a intenção dela.

Me fazer perder o controle.

Mas eu me forcei a respirar fundo, a controlar a fúria que, segundos antes, me consumia. Ignorar Jadynna seria mais difícil do que enfrentá-la, mas era a única forma de recuperar o controle, de mostrar que eu era o Imperador, e não um cãozinho faminto correndo atrás de sua presa.

Continuei a conversar com Nino e Cabra, com um tom casual, como se nada tivesse acontecido. Respondi às perguntas dos meus aliados com a mesma frieza que mantinha o meu olhar fixo em Jadynna.

A provocação dela continuou, intermitente, sutil, mas eu a ignorava. Cada sorriso, cada movimento de quadril, eram como pequenas picadas, mas eu não reagi. 

Através das Grades [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora