.° × SCHRODER SCHULZ × °.
Levei Lucy para casa depois da escola. O nosso diálogo durante o caminho foi tranquilo, sem grandes provocações da parte dela, o que era um milagre. Ela parecia pensativa, e eu também.
Aquele abraço ficou na minha cabeça por mais tempo do que eu gostaria de admitir.
Foi por impulso.
Quando estacionei na frente da casa dela, desci do carro primeiro e fui até o outro lado para abrir a porta do carona. Ela saiu e eu a acompanhei até a porta da casa dela.
Antes de entrar, Lucy parou e virou para mim, cruzando os braços com aquele olhar típico de quem estava prestes a soltar uma de suas pérolas.
Claro, não seria ela se não fizesse algo assim.
— Então... vai querer dar um beijo de despedida agora, ou vai deixar isso pro dia do casamento?
E olha só, ela fez de novo.
Eu sorri de leve, balançando a cabeça, desviando o olhar.
Silêncio.
Seu tom brincalhão diminuiu, e sua expressão suavizou.
— Eu sei que parece que eu só falo essas coisas pra te irritar, mas eu realmente gosto muito de você. Mesmo. — Ela respirou fundo. — Eu nunca fantasio com ninguém, em 17 anos nunca me senti atraída por nenhum garoto além de você. O que eu sinto é real, não é só uma brincadeira de criança.
Olhei para ela. O brilho em seus olhos era intenso, sincero. Lucy raramente abaixava a guarda desse jeito. Aquilo me desarmou por um momento.
— Eu sei, Lucy. É que… eu só não sei reagir a isso.
Ela sorriu, satisfeita, mas logo o brilho provocativo voltou.
— Então... vai rolar o beijinho de despedida?
Revirei os olhos.
— Não. Até parece.
— Aff, Schroeder, você tá sendo muito insensível. Desse jeito eu vou ter que terminar com você!
Cruzei os braços.
— Como é que se termina algo que ainda nem começou, Lucy Van Pelt?
— Eu não sei, mas eu vou.
Ela deu de ombros e entrou em casa, batendo a porta.
Soltei um suspiro e me virei para voltar ao carro, mas antes que eu pudesse abrir a porta e dar a partida, a porta da casa dela se escancarou de novo.
— Espera aí! — Ela praticamente gritou. — Você disse "ainda"?!
Sorri de canto e entrei no carro.
— Tchau, Lucy.
E fui embora. Ou melhor, para a casa do Charlie Brown.
°˖ ☾ . Schroeder ⋆ 𖤓 。°.
Bati na porta da casa do Charlie, e quem atendeu foi a Débora.
— Ah, é você. — Ela abriu passagem. — Pode subir, ele tá no quarto.
Subi as escadas sem muita cerimônia. Nem me dei o trabalho de bater antes de entrar, até porque a probabilidade de o Charlie estar com uma garota ali era absolutamente nula.
— Ei! Da próxima vez, você poderia bater antes de abrir a porta. — Ele reclamou, puxando um roupão às pressas.
Nada de garotas. Mas tinha o corpo dele quase nú. Usando penas uma cueca branca e uma correntinha de ouro no pescoço.

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Peanuts 2006: Notas de Beethoven | Schrucy
FanfictionOito anos se passaram desde que Lucy Van Pelt deixou sua cidade natal para viver em Londres com sua família. Agora, aos 17 anos, ela está de volta, mas tudo está diferente: seus antigos amigos cresceram, amadureceram, e o colégio não é mais como ela...