Boa leitura ;) Comentem bastante para que eu volte mais rápido. 😉
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J E N N I EO ar frio da noite soprava em meu quarto, fazendo as chamas da minha lareira tremeluzirem e gerando fagulhas por trás da grade de proteção. Tremendo, fui mais para perto do fogo e apoiei as mãos nos cavalos empinados que decoravam o metal. Os cavalos tinham crinas ao vento, como aqueles das cercas e dos portões que Lisa e eu vimos ao caminharmos por Thalassia. Mesmo agora, eu podia sentir o gosto agridoce da cerveja e o conforto e a liberdade de estar ao lado de Lisa. Se tudo saísse de acordo com o plano, ela logo chegaria.
Atrás de mim, uma série de cabrestos e cordas amarrados ia do grosso pé da minha cama até o lado de fora da janela aberta. Obtê-los tinha sido tão fácil quanto Lisa prometera: ela os havia contrabandeado pelo túnel do celeiro, enfiado dentro de uma caixa de presente coberta de fitas brilhantes, e feito sua aia entregar o mimo nos meus aposentos.
Ficar sentada escutando a leitura de poesias terrivelmente maçantes com uma expressão agradável no rosto horas antes tinha sido fácil. Saber que em pouco tempo eu veria Lisa tornara tudo suportável. Kook havia comentado o quão feliz eu parecia estar, e eu respondera que aquela poesia era especialmente adorável. Não era verdade, mas não importava.
A luz tênue da sala de estar fazia seus olhos azuis terem o exato tom de cinza dos olhos de Lisa. Ver traços de Lisa nele colocava um sorriso plácido em meu rosto. Se a possibilidade de ver Lisa tornava meu tempo com Kook mais aprazível, era mais uma maneira que ela tinha de tornar minha vida melhor, mais um motivo pelo qual eu não poderia perdê-la jamais.
Vesti minha capa e arrastei uma cadeira até a janela onde a corda estava pendurada. O frio não me impedia de espiar pela janela de tempos em tempos até ver Lisa parada no jardim lá embaixo, mal conseguindo enxergar seu rosto entre as sempre-vivas plantadas ao longo da parede do castelo. Acenei, resistindo ao impulso de gritar “olá” quando ela deu vários puxões na corda para testá-la.
Escalar não parecia fácil, mas ela conseguiu subir, os velhos cabrestos e as cordas aguentando firme. Quando ela passou pela janela, minhas mãos e meus pés perderam completamente a noção do que deveriam fazer. Ela recolheu a corda e fechou as venezianas, e então ficamos nos olhando por um instante que se prolongou até eu tomar consciência das minhas bochechas tão vermelhas quanto a coberta de seda sobre minha cama.
— E então… er… como foi seu dia? - perguntei enfim.
— Ah, você sabe. O de sempre. Enchi a cara de cerveja barata em Thalassia. Rosnei para algumas crianças. Chutei uns cãezinhos. - Ela tirou o chapéu, deixando sua trança descer por suas costas.
— Você não fez isso! - Dei uma risadinha.
— Bem, mais ou menos um quarto disso é verdade - ela disse, seus olhos brilhando de alegria — Passei mesmo o dia na cidade, e Bambam e eu fomos a uma das tavernas mais nojentas que frequentamos, já que não tivemos muita sorte no Cão Surdo. Mas não sei por quanto tempo mais poderemos continuar frequentando a Barbela. As ruas parecem perigosas agora.
— Conte para mim como é a Barbela - Sinceramente, eu não me importava, mas a melodia de sua voz em meus ouvidos era tão agradável que eu a ficaria escutando ler o inventário da tesouraria dos quatro Reinos do Norte. Com prazer. Sentamos lado a lado na minha espreguiçadeira.

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Fogo E Estrelas (G!p) - Jenlisa
RandomESSA ESTÓRIA É DE TOTAL AUTORIA DE AUDREY COULTHURST, PORTANTO, TODOS OS DEVIDOS CRÉDITOS VÃO PARA ELA! Duas jovens princesas, unidas por um acordo matrimonial. A princesa Jennie sempre soube o que o futuro lhe reservava: noiva desde criança do prín...