Jade ✨
Andréa: Então quer dizer que ele realmente foi solto? — eu concordo com a cabeça e ela faz o contrário, nega — Tinha escutado boatos sobre isso, que ele tinha voltado, mas pensava que poderia ser alguma fofoca, já que não é de hoje que fazem fofoca.
Jade: Inclusive o baile de ontem foi em homenagem a sua volta. O que era pra ser um baile de Natal, acabou sendo um baile em comemoração a volta dele. — estiro minha perna no sofá, vendo Paçoca vim para cima de mim.
Andréa: Agora entendi o porquê de você dizer que não era pra eu te esperar, e chegou ontem tarde. — sorrio de lado, levando a lixa até a minha unha, começando a lixar — Vão continuar se envolvendo ainda?
Jade: Não. — contigo lixando minha unha — Ontem mesmo eu dei um basta.
Andréa: E o que ele fez? — olho para ela.
Jade: Ai, mãe. O que todos o traficantes, a maioria deles fazem, querem ser dono das mulheres. — me arrumo no sofá — Ele queria ser meu dono, me privar das coisas, e eu não quis permitir isso. Achei melhor encerrar o que não tinha começando e nem iria, porque na realidade as visitas eram só quando ele tava preso. E eu prefiro assim. — solto um suspiro, vendo ela erguer a sobrancelha.
Andréa: Tem certeza que prefere assim? — fala em tom de ironia — Parece que ontem você não preferia assim, passou o dia todo com ele, e tá toda marcada, dá pra ver as marcas de longe. — coloco a mão no rosto e nego com a cabeça.
Jade: Mãe. — falo em um tom envergonhada e escuto ela rir — Para com isso.
Andréa: A verdade, Jade. Não senti um pingo de verdade em tudo que tu falou, com certeza deve tá chateada por isso, se não já tiver gostando dele. — arregalo os meus olhos ao escutar a última frase.
Jade: Tá doida? Tenho nem pique pra gostar de Imperador. — ela ergue a sobrancelha novamente — Tô falando sério, mãe. Imperador é muito complicado. Se eu falar que eu tô gostando dele, talvez eu estaria mentindo, mas não vou negar, são dois meses convivendo com ele, com o tempo eu aprendi a lidar e a gostar da companhia dele.
Andréa: Sei... — fala ainda em tom de ironia — Se você estar dizendo. Quem sou eu para discordar?
Jade: Se eu realmente tivesse gostando dele, eu diria. — eu acho que diria — Mas não tô, e nem quero. Imperador é furada, tô correndo disso. Até porque ele é um traficante, dono do morro em que eu moro, e agora está mais do que nunca sendo perseguido pela polícia, tem que ter peito pra passar por essas coisas. Não sei se eu teria.
Andréa: Quando a gente ama, Jade, a gente passa por tudo. — levanta da cadeira — O amor te faz ficar cego, mas é bom que você pense assim, não discordo de você, realmente você teria que ter muito peito e poderia até se prejudicar por causa dele, seria um sofrimento para mim, ótimo que você pensa assim. — escuto ela falar calada. Ela não está errada, o amor é cego — Vou me arrumar que marquei de ir na feira com Marlene. — eu apenas concordo com a cabeça.
As palavras da minha mãe me fazem ficar pensativa. O melhor seria eu correr o quanto antes, antes que eu comece a gostar dele. Mas também me faz ficar na dúvida, não sei se eu gosto apenas da companhia dele, ou se eu gosto dele. São dúvidas e mais dúvidas.
Kennedy é difícil de lidar, pra caralho. Mas quando você convive com ele, você percebe que ele não é um bicho de sete cabeças. É só questão de convivência. No começo, ele me tratou bem, me mostrou autoridade, mas não me tratou mal em nenhum momento. Depois ele começou a querer me controlar, começaram as nossas discussões, e agora, eu não sei mais. Eu realmente não sei.

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Através das Grades [M]
Fanfiction+16| a visita íntima era apenas um detalhe em um jogo maior, o jogo do amor.