.° × SCHRODER SCHULZ × °.
O motor do carro roncou suavemente antes de ser desligado. O dia estava apenas começando, e a escola já estava cheia de estudantes indo e vindo, conversando, rindo, discutindo sobre as matérias, novos conteúdos e mais um monte de coisas chatas. Assim que saí do carro, ajustando a alça da mochila no ombro, olhei ao redor e, como sempre, os olhares estavam mirados em mim.
Nada de novo.
Foi então que vi Charlie Brown saindo do seu Impala preto, um modelo igual ao do Dean Winchester. O carro era incrível. E, como esperado, o carro chamava atenção tanto quanto o dono.
Algumas pessoas olhavam para ele com admiração, enquanto outras simplesmente se acostumaram a ver Charlie Brown no seu ritual matinal, de fechar a porta do carro com uma batida firme e colocar as mãos nos bolsos, andando com aquele ar despreocupado.
Ele me viu e ergueu a mão em um aceno preguiçoso.
— E aí — disse, se aproximando. — Conseguiu dormir depois do que eu te falei ontem?
Suspirei, ajustando a mochila.
— Consegui… mais ou menos.
Charlie riu, me dando um soco leve no ombro.
— “Mais ou menos”? Significa que você pensou na Lucy até dormir? — provocou.
Sim…
Revirei os olhos e seguimos para dentro da escola.
Como sempre, a movimentação ali dentro era caótica, mas nós chamávamos atenção, atenção o suficiente para que eles abrissem espaço para passarmos. Não que fosse intencional, mas era como se nossa entrada fosse um evento.
"Olha só, dois loiros, atletas, bonitos, altos e ricos."
Se soubessem como eu sou, com certeza me odiariam e nunca mais me dariam palco.
Foi na entrada do prédio principal que encontramos Franklin, encostado contra o próprio armário, mexendo no celular. Quando nos viu — quando viu Charlie — se aproximar com cara de quem não quer nada, ergueu uma sobrancelha.
— Que foi? — perguntou.
Charlie estalou a língua.
— Tsc. Preciso da sua ajuda com uma coisa.
— Se for outro caso do seu cachorro roubando seus tênis ou comida, eu tô fora.
— Não é isso — Charlie revirou os olhos. — Eu tenho recebido umas cartas anônimas. Todos os dias. Sempre que chego em casa, tem uma nova. Isso já faz uma semana.
Franklin franziu a testa.
— Então você tem uma admiradora secreta.
— Pois é. Schroeder acha que ela é uma stalker.
Dei de ombros.
— Bom, a explicação mais lógica encontrada foi uma stalker. Essa garota sabe muito sobre o Charlie. Mas tipo, detalhes bem específicos.

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Peanuts 2006: Notas de Beethoven | Schrucy
FanfictionOito anos se passaram desde que Lucy Van Pelt deixou sua cidade natal para viver em Londres com sua família. Agora, aos 17 anos, ela está de volta, mas tudo está diferente: seus antigos amigos cresceram, amadureceram, e o colégio não é mais como ela...