⊹°.★ Capítulo 13: Stalker? ★.°⊹

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.° × SCHRODER SCHULZ × °.

A noite estava silenciosa.

Os ponteiros do relógio passavam um pouco das onze quando larguei o livro que tentava ler e decidi encarar a parede do meu quarto, pensativo.

O momento do jantar ainda rodava na minha mente. Eu estava vendo e revendo aquelas cenas.

Não porque o meu pai tenha dado alguma notícia bombástica ou feito um grande discurso. Na verdade, ele não fez absolutamente nada. Nada além de agir como um pai e um marido normal.

E isso era estranho.

Muito estranho.

Suspirei, virando para o lado. O abajur lançava uma luz fraca sobre a escrivaninha, iluminando partituras espalhadas pela mesa. Toquei as teclas do piano ao meu lado, mas não senti vontade de tocar música alguma.

Foi então que o celular vibrou.

Peguei o aparelho e vi o nome piscando na tela: Charlie Brown.

Uma mensagem.

|💬 Charlie: Posso dar uma passada aí na sua casa pra gente conversar? To com saudades do meu loirinho :)

Fiz uma careta.

A essa hora?

|💬 Schroeder: Não.

A resposta foi rápida e seca. Mas antes mesmo que eu pudesse soltar o celular, ele vibrou de novo.

|💬 Charlie: Putz, meu… olha pela janela.

Franzi o cenho e levantei da cama, caminhando até a janela do quarto.

E lá estava ele.

Charlie estava parado na calçada, mãos enfiadas nos bolsos do moletom, balançando o corpo de leve como se estivesse impaciente. Mas o que me fez hesitar foi a expressão no rosto dele — uma mistura de cansaço e urgência, como se ele realmente precisasse falar com alguém.

Suspirei.

Abri a janela.

— Você sabe que pode simplesmente dar meia volta, ir pra casa e dormir, né?

Charlie ergueu os ombros.

— Não consigo. Tenho que falar com você.

Mordi o lábio. Não queria socializar. Mas também não queria mandar ele embora.

— Entra pela porta de trás — falei.

Ele sorriu de leve.

— Obrigada amorzinho. — ele disse, como piada.

°˖ ☾ . Schroeder ⋆ 𖤓 。°.

Minutos depois, Charlie entrou no meu quarto, jogando-se na poltrona perto da escrivaninha.

— Beleza — falei, cruzando os braços. — O que aconteceu?

Ele respirou fundo, passou a mão pelos cabelos e então puxou um envelope do bolso.

— Eu tô recebendo cartas.

Levantei uma sobrancelha.

— Não é a primeira vez. — eu disse.

— Mas essas cartas são diferentes, e muito especiais.

— Hm. E são de quem?

— Aí é que tá. Eu não sei!

Peguei o envelope, abrindo cuidadosamente. O cheiro suave de perfume preencheu o ar, e no canto, havia uma marca de batom. Era um beijo.

Tenho que admitir, é fofo.

Peanuts 2006: Notas de Beethoven | SchrucyOnde histórias criam vida. Descubra agora