{Margareth Sullivan}
Acordei obviamente primeiro que minha mulher que nem sonha que é minha mulher ainda, mas é. Tomei banho, me arrumei, desci para a cozinha e fiz uma das poucas coisas que eu sei fazer na cozinha, vitamina de banana com whey protein e aveia, coloquei ração para Rajar, que estava jogado no sofá, como se o sofá fosse dele, comprei uma cama especialmente para gatos pra ficar de enfeite, segui pra academia que existia dentro da minha casa mesmo.
Não costumo usar essa academia, geralmente vou em outra que é de um bairro perto daqui, mas quando não estou a fim de sair, uso essa, e eu não vou pisar um pé fora daqui enquanto Cleo está aqui, a não ser que seja realmente necessário.
Fiquei uma hora e meia treinando, o que é menos do que eu faço, mas tudo certo, enquanto ia para meu quarto, mandei mensagem para Fabian, e para a secretária do meu andar para deixar tudo pronto para mim viajar com a modelo em breve.
Assim que entro no quarto, vejo a cacheada agarrada a um travesseiro, já que antes ela estava agarrada em mim, é essa visão que eu quero todos os dias de manhã. Tomo outro banho bem rápido, até porque ninguém merece ficar com cheiro, e com o corpo melando de suor. Agora minha roupa é mais formal, uma blusa social vermelha vinho, uma calça preta também social, e claro que saltos nos pés.
Coloco os saltos depois.
Desço a escadaria com o par de saltos na mão, confiro o horário, vendo que faltava uns 18 minutos para as 06horas. Pego meu celular, e ligo para minha irmã.
- bom dia Eliza. - falo em um tom mais animado, apenas para perturbar ela.
– hum... que porra... é 05:42, me deixe dormir - a voz de sono na mulher é evidente.
- sei de um lugar que você vai adorar investir. - coloco no viva voz, e deixo o aparelho em cima do balcão.
Aproveitei para pegar meu tablet, coloquei no YouTube, só para aprender fazer pelo menos um café da manhã descente pra minha hóspede.
– sério? Onde? - sua voz até mudou, passatempo favorito de Elizabeth Sullivan: investir em restaurantes, lanchonetes e afins.
- onde eu não sei ainda, mas vou me informar, porém o restaurante tá em estado crítico. - aviso. - a chefe de lá, é melhor amiga da Cleópatra, e não deixou ela ajudar, e a Cleo veio me pedir ajuda, a pobre da garota não tá recebendo nada pelo trabalho dela lá.
– vá lá e faça uma negociação pra mim com o dono, marque algum dia pra mim assinar o contrato.
Vou fazer panquecas, parece ser bem simples, e fácil... Na minha cabeça é mega simples e fácil.
- certo. - sorrio de lado, a Sullivan mini nunca me decepcionou... quer dizer, só com as mulher que ela arruma.
– como você tá? Choveu a noite toda...
- ah, tô bem, só... - engulo em seco. - é difícil lembrar daquela noite.
– não fui sua culpa, sabe disso.
- eu estava dirigindo. - me encosto no balcão de mármore, enquanto mexo a massa da panqueca sei lá das quantas aqui.
– estava chovendo, podia ter acontecido com qualquer um.
- mas não foi com qualquer um. - retruco. - você também podia ter morrido.
– mas não morri Margareth, não foi sua culpa cara!
- ele... - paro de falar ao ouvir barulho de passos. - a gente conversa depois.
Desligo a ligação, balançando a cabeça para afastar qualquer pensamento que fosse sobre Santiago.

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Girassóis à Beira-Mar
RomanceMargareth Sullivan, uma empresária espanhola tão fria quanto o mar que tanto ama, vê sua vida meticulosamente organizada virar de cabeça para baixo quando conhece Cleópatra Nunes, e está disposta a fazer o que for preciso para ter a senhorita Nunes...