Boa leitura ;) Comentem bastante 😉
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J E N N I E
Na manhã seguinte, a chuva deu lugar a um sol radiante e a uma brisa fria que fazia as árvores tremerem e balançarem. Logo seria outono. Encontrei Lisa do lado de fora do celeiro, ansiosa por nossa aventura.
— Preparada? - ela perguntou. Usava roupas de montaria velhas demais para uma princesa, seus cabelos castanhos presos em um coque que ela poderia facilmente enfiar dentro de um chapéu.
— Sim - falei. A empolgação corria nas minhas veias.
Desde a noite anterior, eu não conseguia parar de pensar no momento em que havíamos terminado de descer a escada, imaginando o que aquilo queria dizer e quais seriam as intenções dela. Ela me olhara como se eu fosse tudo para ela, e me assustava o quanto eu desejava que aquilo acontecesse novamente. Kook deveria ser o único em meus pensamentos, mas eu não conseguia tirar Lisa da cabeça.
— Tem certeza de que não seremos pegas? - questionei, temendo o pior.
— Não. Mas nos saímos bem ontem à noite, não? - Lisa deu um sorriso de canto de boca e entramos no celeiro, deixando o vento lá fora.
Ela me conduziu até o depósito de grãos e fechou a porta. A sala cheirava a aveia em flocos e milho seco, melado e o aroma forte de fardos de alfafa prensados.
— E agora? - perguntei.
— Vou guardar a porta. Há uma muda de roupa para você no silo vazio mais distante do feno.
— Não posso usar meu traje de montaria?
— Seu traje de montaria custa mais do que algumas pessoas da cidade ganham em uma estação inteira, e há ladrões que adorariam despi-la para roubar suas roupas. A cidade não é mais tão segura quanto costumava ser. - Lisa cruzou os braços — Vá se trocar depressa. Não queremos ser pegas.
Fui até o silo e peguei umas peças de roupas amarrotadas feitas de tecido rústico. Torci o nariz.
— Eu não disse que seriam bonitas - Lisa falou.
— Não me importo. - Joguei os ombros para trás. Se eu podia sair por uma janela do segundo andar na chuva, certamente usar roupas de camponês por algumas horas não me mataria.
— Ótimo. - Ela sorriu novamente para mim, uma boa recompensa.
Lisa virou-se para a porta, apurando os ouvidos para escutar se alguém se aproximava. Despi minha jaqueta de montaria e estiquei a mão para desamarrar o espartilho. Meus dedos imediatamente emaranharam os cordões. Xinguei baixinho, embora sem a mesma desenvoltura que Lisa.
— Algum problema? - Lisa perguntou.
— Os cordões do espartilho deram um nó. Pode me ajudar? - Eu esperava que minha voz tivesse soado calma. A ideia de tê-la tocando em mim me enchia de ansiedade.
Eu nem conseguira abraçá-la na noite anterior sem estremecer com uma emoção nada comum. Ela gesticulou para que eu virasse de costas para ela e começou a desatar com habilidade o nó que eu dera. Seus dedos roçaram suavemente em mim enquanto ela desemaranhava os cordões.
Finalmente o espartilho foi solto, permitindo que eu respirasse profundamente. Ergui os braços e ela o puxou pela minha cabeça, enrolando e guardando a peça dentro do silo onde minhas roupas já tinham sido colocadas. Qualquer frio que pudesse ter sido causado pelo vento que vinha de fora desaparecera.

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Fogo E Estrelas (G!p) - Jenlisa
RandomESSA ESTÓRIA É DE TOTAL AUTORIA DE AUDREY COULTHURST, PORTANTO, TODOS OS DEVIDOS CRÉDITOS VÃO PARA ELA! Duas jovens princesas, unidas por um acordo matrimonial. A princesa Jennie sempre soube o que o futuro lhe reservava: noiva desde criança do prín...