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Boa leitura. Comentem bastante! ;)

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L A L I S A


Muito tempo depois do horário em que Jennie deveria ter me visitado, um pajem entregou um pedido vago de desculpa da parte dela. Fiquei chateada, mas o plano que eu elaborara exigia duas pessoas, e não era algo que Bambam pudesse ser pego fazendo – eu precisava de ajuda. Enviei uma mensagem pedindo a Jennie que me encontrasse antes da troca de turno da meia-noite.

A pressão que eu sentira o dia todo no peito sumiu quando ela surgiu no corredor em frente à sala do Conselho feito uma sombra, mas não havia tempo de perscrutar meus sentimentos. Tínhamos que focar em pegar a adaga.

— Sinto muito por esta tarde - ela disse, pedindo desculpa de chofre — Esbarrei em Kook enquanto me dirigia ao seu quarto, e não consegui me livrar dele. Ele me levou para os túneis, e…

— Tudo bem. - Eu a cortei — Que bom que está aqui agora.

Tentei não pensar no que meu irmão andara fazendo com ela nas catacumbas. Quando era mais novo, ele costumava levar garotas bonitas lá para baixo para tentar beijá-las, e pensar nele beijando Jennie quando ela deveria estar conspirando comigo era irritante.

Expliquei meu plano para recuperar a faca, mostrando a Jennie o grampo de cabelo que pretendia usar para abrir a fechadura da sala de comando de Ryka. Com os detalhes acertados, tomamos nosso rumo junto à parede de pedras rústicas do corredor, aproveitando as sombras compridas projetadas pelas poucas arandelas cujas chamas ainda ardiam no meio da noite.

— Está vendo o guarda? - Jen sussurrou.

— Shh. - Levei o dedo aos lábios para pedir silêncio, esperando que o guarda passasse pelo corredor onde estávamos escondidas.

Jennie se desequilibrou um pouco ao se inclinar para espiar ao meu lado, e eu a agarrei bem a tempo de impedir que ela derrubasse a armadura atrás da qual nos escondíamos. Por que a Capitã Ryka insistia em manter aquelas latas velhas semienferrujadas em exibição era um mistério. Olhei feio para Jennie, embora eu soubesse que ela não podia me ver no escuro.

A garota obviamente não tivera muita experiência de se esgueirar na infância. Até mesmo chegar ali tinha sido como fazer um cavalo andar sobre ovos. A malha de aço tilintou quando o vassalo passou por nós. Era hora. Todo o plano dependia de conseguirmos chegar à porta da sala de comando da capitã e entrarmos durante o breve período em que o guarda estivesse atrás da dobra do corredor. Saí de trás da armadura.

— Ei, você! - o vassalo gritou, virando-se com sua alabarda em posição de ataque.

Droga.

O vassalo deu uma risadinha assim que surgi sob a luz tênue – um dos sons menos amigáveis que eu já ouvira.

— O que faz aqui, Sua Alteza? - ele perguntou, baixando a arma — Procurando carne fresca de vassalo?

Ele movimentou sua alabarda de forma sugestiva. Percebi que havia dado de cara com Jox – o único vassalo arrogante e idiota o bastante para falar de forma condescendente com um membro da família real. Um dia eu ainda faria com que fosse dispensado para garantir que não voltasse a incomodar mais ninguém.

— Sim, Jox. É claro. Por isso estou aqui. Porque não consigo parar de pensar em você. - Senti meu estômago revirar e uma ânsia de vomito me dominar por minhas próprias palavras.

Fogo E Estrelas (G!p) - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora