⊹°.★ 10: Schroeder Schulz é um grande gostoso ★.°⊹

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⋆° . 𐙚 LUCY VAN PELT . ˚☆

Educação Física.

A última — e pior — aula do dia.

O uniforme era apertado e desconfortável, a quadra abafada, e a ideia de me obrigarem a correr, pular e suar era simplesmente ridícula. Se dependesse de mim, eu nem estaria aqui.

E, como se isso não bastasse, meus amigos estavam ausentes. Mya e Elliott não tinham essa aula comigo, o que só tornava tudo mais insuportável. Eu não conhecia ninguém ali e, sinceramente, nem fazia questão.

Suspirei pesadamente enquanto me sentava no banco da arquibancada para amarrar os cadarços. Foi quando ele apareceu.

Schroeder Schulz, saindo do vestiário.

E, de repente, minha revolta se dissipou.

Ele usava uma bermuda preta simples e uma camisa de compressão de mangas curtas. Tecnicamente, nada demais. Mas, por algum motivo, nele parecia uma afronta.

Os braços estavam expostos, os músculos definidos, as pernas bem trabalhadas, e a camisa ajustada deixava visível o contorno de seu abdômen. Como se não bastasse, ele ainda era alto. Alto o suficiente para que qualquer garota tivesse que erguer o olhar para falar com ele.

Puta. Que. Pariu.

Ele já era impressionante no dia a dia, mas aquilo? Aquilo era desleal.

Minha mente foi tomada por um único pensamento: Eu to fodida.

Porque, me conhecendo como me conheço, não vou conseguir focar em outra coisa pelo resto do dia — pelo resto da minha vida!

Esse garoto foi esculpido pelos deuses, forjado pelos próprios anjos celestiais e enviado à Terra para servir de tentação.

Santo Deus.

— A vida é injusta, não acha? — uma voz feminina cortou meus devaneios.

Pisquei algumas vezes e virei o rosto. Uma garota estava sentada ao meu lado, observando Schroeder com um olhar afiado e um sorriso calculado.

Não precisei de muito para reconhecê-la. Ela fazia química avançada com a gente e, pelo que percebi, também andava no círculo dele já que estava sentada com ele durante a aula de química.

Ela era muito bonita, tinha uma aparência intimidadora, sim, mas era muito bonita. Suas unhas eram longas e afiadas, pintadas de um vermelho vinho, os lábios carnudos realçados por um batom escuro, e nos olhos o delineado perfeitamente traçado e lápis preto na linha d'água. Ela exalava confiança e sedução, como uma daquelas femme fatales dos filmes antigos, eu era apaixonada por aquela estética.

— O quê? Você tá falando comigo? — perguntei, incerta.

Quer dizer, não é sempre que uma garota bonita e descolada fala comigo.

— Sim — ela respondeu, sem desviar os olhos de Schroeder.

Por um segundo, achei que ela fosse continuar admirando a vista silenciosamente, mas então ela sorriu de canto e soltou:

— Sabe, é uma pena que só exista um dele. Assim temos que dividir. E eu odeio dividir.

Meu cérebro travou.

Ele virou um objeto agora? Tipo um gloss compartilhado de boca em boca?

Olhei em volta, e aparentemente eu não era a única que estava babando por ele. Bem que Patty avisou.

"As garotas são loucas por ele."

Foi o suficiente. Levantei e imediatamente marchei em direção a Schroeder.

Peanuts 2006: Notas de Beethoven | SchrucyOnde histórias criam vida. Descubra agora