⊹°.★ 08: Irmãos Van Pelt ★.°⊹

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⋆° . 𐙚LUCY VAN PELT . ˚☆

Meu humor deu um salto para 100% quando Charlie e Schroeder nos entregaram algumas sacolas cheias de guloseimas. Havia também remédios, mas, sinceramente, quem se importa com analgésicos quando há barras de chocolate? O chocolate por si só já resolvia todos os meus problemas.

— Eu amo vocês, amigos. — Linus abraçou a sacola como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.

— Também te amamos, Grande Abóbora. — Charlie respondeu, divertido.

— Será que ama mesmo? Porque depois que eu te contar o que ele fez... — deixei no ar, encarando Linus com um sorriso malicioso.

Ele arregalou os olhos, alarmado.

— Lucy! — Seu pulo do sofá foi instantâneo, o pânico estampado na cara.

Obviamente, eu não ia contar nada sobre Sally. Charlie arrebentaria a cara dele, e se tem alguém que pode bater no Linus, esse alguém sou só eu. Somente eu.

Todo mundo sabe da regra sagrada entre os caras: "é proibido tocar na irmã do amigo". Só que pior do que quebrar essa regra, é tratar a garota feito nada depois.

— O que ele fez? — Charlie franziu o cenho.

— Eu não fiz nada! — Linus se defendeu rápido demais.

— Ah, acho que fez sim... — Schroeder interveio, um brilho de diversão no olhar.

— Cala a boca. Você não sabe de nada. Ela tá inventando.

Schroeder cruzou os braços e inclinou a cabeça levemente.

— Sua cara de preocupação diz o contrário.

— Charlie Brown, prepare o coração, porque lá vem bomba. — provoquei, me divertindo.

Linus, num reflexo desesperado, agarrou a almofada mais próxima e a lançou na minha direção.

— Ai! Seu imbecil! Acertou bem no meu olho!

Não tinha acertado nada, mas eu queria fazer esse drama para deixá-lo ainda mais encrencado. Além disso, sou uma ótima atriz.

— Lucy, para de esfregar assim. Vai acabar ficando vermelho. — Schroeder se aproximou, analisando meu rosto com atenção.

Ele segurou meu pulso, afastando minha mão devagar, inclinando-se para checar meu olho mais de perto. Sua expressão era séria, focada.

— Ah, docinho, tá ardendo... me dá um beijinho pra eu sarar? — brinquei, encarando-o com um sorriso provocador.

Ele suspirou pesadamente e revirou os olhos.

— Deixa de bobeira, garota.

— Estou falando sério! Me beija que eu melhoro rapidinho. — Fiz um biquinho exagerado, mas logo comecei a rir ao ver a cara dele, um misto de irritação e incredulidade.

Só que, de repente, a expressão de Schroeder mudou.

Ele me olhava de um jeito diferente agora, focado, atento. O rosto ainda inclinado perto do meu. O olhar dele desceu até a minha boca, hesitante. Ele analisou bem meus lábios antes de subir de novo, percorrendo meu rosto inteiro — que, para minha infelicidade, não estava em sua melhor forma.

Peanuts 2006: Notas de Beethoven | SchrucyOnde histórias criam vida. Descubra agora