Terra de Ninguém.

030

Cicatriz.
Buzios, Rio de Janeiro.

Olhei na direção do Gibi que tava jogando truco com os tio da Isis e dei risada do muleque berrando, papo que a familia da loirinha é bagulho doido mermo nem parece que são recheados da grana, humildade pra carai.

Eu ainda tava tentando entender o porque que eu tava aqui, larguei meus b.o da minha comunidade pra brotar pra cá.

Mais namoral mermo era só olhar pra loira gostosa que não desgrudava de mim que eu viajava pra caralho e nada fazia sentido na minha mente.

Isis: vamo andar?

Olhei pra ela analisando cada detalhe percebendo que ela fazia o mesmo comigo.

– bora po.

Ela levantou do meu colo arrumando a saida de praia que é uma calça de crochê rosa e eu levantei atrás catando minha garrafinha de cerveja que já tava no final, virei o restinho e joguei junto com as outras que tavam em um canto da areia.

Virei meu boné pra trás e cheguei perto da Isis que tava gravando um video, coloquei a mão na cintura dela pra passar sem empurrar ela e ela virou o celular na minha direção me gravando.

Fiz o sinal do 2 antes de pegar no pescoço dela e dar um selinho nela que sorriu olhando pra tela parando de gravar.

Isis: ficou fofo mais você é foragido e eu não posso te assumir nem como meu ficante.

Peguei na mão dela e sai andando junto com ela sem lugar exato de ida.

– um dia tu vai me assumir como teu marido carai, nem que cê fique foragida junto comigo.

Isis: minha liberdade eu não abro mão nunquinha Luan.

– to zuando contigo loirinha, arrisco tua vida não Isis.

Isis: teu golpe é do caralho em.

– vai achando que é golpe, só vai achando mermo.

Isis: então cê ta falando sério? meu marido?

Falou na maior ironia e eu ri junto com ela.

– e eu tenho cara de quem vai casar um dia Isis?

Isis: você eu não sei mais eu vou, só falta o homem que tenha cara de quem quer casar.

Parei de andar puxando ela pra mim e beijei ela no odio apertando a bunda dela com força e soltei ela que riu da minha cara mostrando língua.

– se liga Isis Vitória.

Isis: quero casar na praia em, se não for na praia eu não aceito.

– problema é teu, eu meto uma arma na tua cabeça e quero ver tu não aceitar.

Isis: não aceito e pensa que se você atirar em mim dai sim que nois não vai casar mesmo, já que você vai ter matado tua própria noiva.

Olhei pra ela que soltava a porra da fumaça daquele pod enquanto sorria pra mim toda bobinha.

– minha noiva? me amarrei nesse bagulho ae.

Isis: meu querido desacelara um pouco, segura a emoção.

Tirei meu beck do bolso vendo que a gente já tava mais distante da praia movimentada.

– emoção, emoção seu cu pilantra, mais ta certa po, tem essa porra de noiva mermo não, nois pula é tudo e tu já é minha muié.

Isis: sem aliança, sem compromisso.

– vou meter é um filho em você dai sim nois vai ter uma aliança pro resto da vida.

Isis: quero ver você arrancar meu implanon, sou cuidada meu amor.

– arranco na base do tiro em dois segundos.

Isis: só tenta encostar em mim.

– cê brinca muito né loirinha? fica desafiando bandido pra tu ver.

Isis: você é meu bandido Luanzinho, encosta en mim só se for na cama.

Olhei pra ela analisando aquele corpo esculpido pelos deuses e sorri de canto dando um trago na minha maconha com a mão que eu não tava segurando a mão dela.

– ta entrando na minha mente cada vez mais Isis, de mim cê não escapa fácil , bota fé?!

Ela me olhou com deboche e eu preferi nem falar nada pra essa desgraçadinha, uma hora ela ia se tocar que só ela ta brincando.

Brincando sozinha, porque meu papo é reto.

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