⊹°.★ Capítulo 04: Bebida barata ★.°⊹

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⋆° . 𐙚LUCY VAN PELT . ˚☆

Cinco dias.

Era estranho pensar que já fazia quase uma semana desde que eu tinha voltado para Sundale. O lugar ainda tinha o mesmo cheiro de grama cortada, as mesmas casas charmosas e ruas largas. Mas eu? Eu tinha mudado.

Não que eu estivesse infeliz aqui, longe disso. Eu tinha reencontrado meus amigos, começado a me readaptar à rotina, e até o Linus foi bem recebido pelos rapazes do time de baseball. Mas, ao mesmo tempo, havia essa sensação incômoda de que o tempo tinha passado para todos e que, de alguma forma, a vida seguiu sem mim.

Agora, era sábado à noite, e Sally havia nos convidado para sua festa de aniversário.

— Vai ser tranquilo, né? — perguntei, enquanto passava rímel.

— Com certeza. — Linus respondeu, deitado na cama, mexendo no celular. — Bolo, refrigerante, um pouco de música eletrônica, adultos para supervisionar. Coisa de festa de 16 anos.

— Aham. — Assenti, terminando de passar o gloss num tom de vinho.

Eu estava vestida com uma mini-saia jeans cintura baixa, uma blusa vermelha justa e um par de tênis brancos. Para finalizar, coloquei alguns acessórios dourados. Olhei para Linus, que agora estava de pé, arrumando o cabelo no espelho.

— Você acha que essa camisa me deixa meio quadrado? — ele questionou, franzindo a testa.

Revirei os olhos.

— Linus, a última coisa que qualquer pessoa vai reparar em você hoje é se você está quadrado.

Ele ergueu uma sobrancelha.

— Por quê?

— Esquece. E você está ótimo.

⋆° . 𐙚Lucy ˚. ☆

A casa dos Brown ficava a algumas ruas da nossa. Quando éramos crianças, eu não tinha consciência de classe, mas agora percebia como os Brown eram uma família bem-sucedida financeiramente. A rua era cercada por casas caras, todas bem iluminadas e perfeitamente cuidadas.

Assim que chegamos, percebi nosso grande erro de julgamento quanto à festa de Sally.

Não havia bolo.

Não havia refrigerante.

Não havia adultos supervisionando a festa.

A música estava alta, a casa cheia de adolescentes espalhados por todos os cantos, copos vermelhos nas mãos, risadas misturadas ao cheiro de álcool no ar.

— Bom… — murmurei. — Pelo menos não tem ninguém distribuindo drogas no meio da sala.

— Por enquanto. — Linus rebateu, ajeitando a postura.

Antes que pudéssemos continuar, Sally apareceu, vestindo um conjunto rosa que era, ao mesmo tempo, fofo e, por conta de suas belas pernas, também ousado. Seu sorriso estava radiante.

— Vocês vieram! Bem-vindos à minha festa! — ela disse animada.

Linus continuava ali, parado, sem reação.

Peanuts 2006: Notas de Beethoven | SchrucyOnde histórias criam vida. Descubra agora