capítulo 21

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{Cleópatra Nunes}

Ela tem medo da chuva?

A música abafava o som da chuva, o que eu via estar dando resultado, já que Margareth começava a relaxar novamente.

Margareth Sullivan tem medo da chuva?

Continuei a picar os tomates, enquanto a tatuada servia vinho para nós duas.

- queria te fazer outro convite. - coloca a taça na minha frente.

Outro convite? Só esse mês ela já deve ter feito uns 5 convites.

- qual seria? - beberico o líquido do copo.

- viajar para Rússia, junto a mim, pra fazer umas fotos, e é óbvio, aproveitar a viagem. - mexe alguma coisa na panela.

Rússia? Perdi algum episódio? O que ela colocou na panela que eu nem vi? Mas ela quer que eu vá pra Rússia? Fotógrafar?

- ah... eu não sei... - volto a me sentar em uma das banquetas, já que havia terminado de cortar o fruto.

- é uma oportunidade única rainha. - rainha? - talvez você não temha mais a oportunidade de viajar, se divertir.

Vamos aos pontos, viajar com minha chefe vai ser uma perdição, não quero parecer tarada não, mas aquele beijo...

Para de pensar nesse beijo Cleópatra.

- eu posso pensar? - esse meu "posso pensar?" significa que eu vou falar com a Athena primeiro pra saber a opinião dela.

- pode, mas você não tem muito tempo, apenas um dia, já que preciso organizar tudo. - diz e eu concordo com a cabeça.

Viajar só eu e Margareth? Fico pensando se pode dar muito ruim, ou muito bom.

A conversa fluiu tranquila, a espanhola ne contou que iria aproveitar para passar uma semana na Rússia, pra ver a mãe, e afins. Também contei um pouco da minha vida, que eu tinha um sobrinho, e assim foi.

E acreditem se quiser, não é que ela já trabalhou como babá? Quem imagina que, sem querer ofender, essa brutamonte gosta, e se dá bem com crianças? Ela não se dá bem nem com adultos... Ah... não... mas eu entendo ela, não me dou bem com uns adultos não, não é que não me dou bem, é que eu não gosto mesmo.

Mas quem é que gosta de uns certos adultos né? Dá vontade de tirar do planeta, mas nem os aliens merecem.

De repente, me lembro de uma ajuda de que eu precisaria pedir para Margareth, sobre uma coisa.

- ah... eu... eu queria uma ajuda sua. - observo a mulher montando os pratos.

Ela é bem perfeccionista né?

- pode falar. - seu olhar se desviou da montagem que fazia por apenas segundos, para me encarar.

Essa imagem dela tão concentrada me renderia uma ótima foto.

- é que a Athena... Ela tá trabalhando em um lugar péssimo, ela aceitou ser cozinheira lá de graça, e não quis minha ajuda queria saber assim... - procuro as palavras, que não surgem por puro nervosismo. - se você não poderia arranjar uma pessoa, pra que eu dê o dinheiro... e a Athena não desconfie que é eu... - sugiro, lhe olhando atentamente.

Os minutos de silêncio foram agoniantes, por um momento pensei em retirar o que eu disse, se ela achar que eu sou interesseira?

- talvez... eu não possa te ajudar, mais sei de alguém que pode. - trouxe os pratos para a bancada, voltando para buscar a garrafa de vinho.

- quem? - pergunto animada.

Vou finalmente poder ajudar minha amiga.

- Elizabeth, ela tem um certo vício por comprar, ser sócia ou apenas ajudar donos de restaurantes, e ela queria esses dias, comprar um restaurante. - passa por trás de mim, se sentando na banqueta ao lado. Esse povo rico tem umas manias esquisitas né? - quem saiba ela não queira comprar o restaurante.

- ela compraria?

- é a Elizabeth. - diz como se fosse óbvio que sim. - mas agora, quero que você experimente neu ravioli, e fale se está aprovado.

Puts... sou suspeita pra falar de massa, amo massa.

- ok... - levo uma garfada até a boca, mastigando e apreciando o sabor... Caramba... isso tá realmente muito bom. - tá de parabéns, a única coisa que você sabe fazer você faz muito bem feito.

Eu não estava preparada para ver o sorriso que se abriu no mesmo instante no rosto da minha chefe, um sorriso de orelha a orelha, que fez quase que meu coração sair pela boca.

- se minha jurada gostosa disse que tá bom, quem sou pra discordar. - a mesma leva o garfo até a boca, parecendo se lembrar de algo. - perdão pelo gostosa... Mas você é muito gostosa, isso ninguém pode discordar.

Abaixo a cabeça, envergonhada é pouquinho perto do que eu estou... Margareth e seus pensamentos que devem falar mais alto que ela.

Minha boca tá coçando pra mim soltar o elogio mais barato que existe no planeta terra.

Mas algo me tirou da imaginação a mulher e minha cantada de quinta categoria, o toque do bendito do meu celular interrompeu.

- oi. - falo.

Do outro lado era minha melhor amiga, a qual vim brigada pra cá. Será que ela tá bem, ou seráque aconteceu algo pra ela ter ligado? O desespero bateu.

– eu sei que você tá no seu jantar, me desculpe por ter me alterado e ter dito aquelas coisas.

- tudo bem... eu também errei, mas acho que esse não é o melhor momento para se dizer isso. - declaro.

A mais velha então, tomou o celular de mim, colocou no viva voz e começou a falar.

- oii Athena, é a Margareth. - avisa. - fiz uma proposta pra sua amiga, e eu acho, que ela deveria aceitar o convite que eu fiz.

– qual convite?

- um convite para fazer umas fotos na Rússia, e ela disse que ainda vai pensar... Você não acha que ela deviria aceitar, e aproveitar a oportunidade?

Deus... quando que a conversa virou pra esse lado... Mulher fofoqueira.

– Cleo, você pracisa aceitar, não é todo dia que uma espanhola saradona faz esses convites.

Olho para a tela do aparelho, só depois para olhar pra cara de Sullivan, que me olhava como se de um cachorro passando fome e que quer comer sua comida.

Como é possível dizer não diste desses olhos?

- ok... eu vou.

O grito da ruiva do outro lado da linha assustou nós duas, mas o que me surpreendeu mesmo, foi a tatuada ter largado o celular na bancada, se levantado em fração de segundos, e me beijado.

Era esse bendito beijo que eu estava esperando...

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Perdão por não ter postado ontem, eu não estava muito legal, e perdão por ter saído tão tarde o capítulo.

Relevem se houver algum erro por favor.

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