capítulo 19

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{Cleópatra Nunes}

Não consegui dormir, quando cheguei em casa, Athena não estava, e eu precisava falar com ela. E assim como, quando algo dá muito errado, e não consigo resolver sozinha, corro pra ela.

Depois de muito tempo, recebi uma mensagem da minha melhor amiga, dizendo que em poucos minutos chegava. De fato pouco depois, a porta se abriu, mas que imediatamente me levantei, puxei a ruiva até o sofá, joguei ela sentada alí.

- Margareth me deu um ursinho de pelúcia. - andei de um lado para o outro. - e um bilhete.

Parei para analisar a reação de Tete, seus cabelos estavam bagunçados, vestia uma blusa vermelho vinho, e uma saia preta colada. Definitivamente ela não tava em qualquer restaurante por ai bebendo vinho.

- e o que tá no bilhete? - se remexe.

- ainda não li. - paro de andar, Athena se levanta e me chacoalha.

- como não!? Como aguentou tanto tempo!? - grita.

- não sei! - grito de volta. - tô com medo de ver!

- que medo o que! - gesticula com as mãos. - me dá que eu leio.

Concordo com a cabeça, indo até a sacola em cima do sofá, pegando o papel amarelado, e entregando para a doida a minha frente.

- deixa eu ver. - começa ler só para si mesmo, dando um grito no final.

- que foi maluca? - me aproximo da mesma, pronta para ler.

Deus me ajude.

"Meu anjo, que eu não estou interessada em você é impossível dizer, dês que coloquei meus olhos em você... Fiquei encantada, impossível é não ficar encantada com você.

Queria te convidar para um vinho amanhã a noite, em minha casa, que é pra você enjoar mais um pouquinho de ver minha cara, mas se aceitar, mande mensagem."

Como? Pera... Me afasto, sentando no sofá.

Calma Cleópatra, é só um vinho... Tá... um vinho na casa dela, mas é um vinho... Tá tudo bem.

Olho pra ruiva, que tampa os ouvidos com a mão, e acena positivamente. O ato de minha amiga fez com que eu levantasse em um pulo berrando, e pulando igual a uma maluca que precisaria ir urgentemente para o Centro de Atenção Psicossocial, caps.

- será que eu aceito? - me joguei no sofá novamente. - ai, eu já sei! Vou aceitar.

Procuro meu celular as pressas, rolo o aplicativo de mensagens a procura do contato de Margareth, assim que acho mando um: "boa noite, eu aceito seu convite."

- enviou? - Tete aparece como assombração olhando meu celular.

Vi que minha chefe ficou online... essa merda de negócio que me deixa ansiosa, vê logo porra! Largo o celular quando vejo um "digitando", solto um suspiro de alivio quando recebo a mensagem da mulher, com o horário e endereço, que ia precisar se não fosse o Jonas que me levasse.

- deixa eu ver. - dá um tapa em meu ombro.

- doeu! - faço bico. Não doeu. - aqui ó. - viro o o aparelho para que ela possa ler.

- então, você pracisa ir dormir agora! - diz. - precisa estar descansada, amanhã vamos as compras... Quer dizer... - confere o horário. - hoje vamos, porque já é 01:57.

- uai... Não vai trabalhar? - arqueio uma sobrancelha.

- eu tiro folga a hora que eu quiser naquele muquifo, eu que tô fazendo funcionar. - bufa. - aquele lugar tá caindo aos pedaços! Ninguém aceitou a ser chefe de lá, só eu.

- você não vai mesmo deixar eu te ajudar? - cruzo os braços.

Athena não quer que eu a ajude, já tentei convencer ela várias vezes, o dinheiro que ganho, é bastante, sem nem onde colocar tanto dinheiro.

- claro que não! Você já vai sustentar a casa toda, sério, não precisa. - respira fundo. - agora vamos dormir.

Sempre negando ajuda, ah mas eu vou achar um jeito de te ajudar, ou eu não me chamo Cleópatra Nunes.

Não demorou muito para meus olhos começarem a pesar.

Me remexo na cama, passando a mão no rosto enquanto escuto uma voz distante gritando.

- acorda! Acorda!

Coço meus olhos, quando sinto um líquido gelado molhando não só eu como minha cama também, pulo do colchão, abrindo os olhos de vez, vendo minha amiga com uma jarra vazia.

Ela jogou água em mim!?

- Athena! - grito correndo atrás da garota.

- ó, não pode bater na coleguinha. - foge de mim.

- você não é minha coleguinha, é minha melhor amiga, então eu posso bater sim! - ah me espere Sipriano eu vou te estrangular! - porra! - solto ao bater o pé na quina do sofá. - maldito sofá.

- isso que dá querer me bater. - ri, ainda longe de mim, enquanto eu parecia o saci pererê, pulando numa perna só

- quer ver eu picar a mão na tua cara? - balbucio.

- pare de ser agressiva, e se arruma, já é 13hora mulher! Tá dormindo pra caralho, ficando mal acostumada né. - se aproxima, me chacoalhando.

- tá bom, tô acordada, vou comer, me arrumar ai a gente vai. - digo ainda com uma expressão de dor. - pra onde a gente vai mesmo?

- a gente vai comprar roupas, agora agiliza. - bate palma.

Me arrasto até a mesa pra comer, e até eu terminar de me arrumar, só deu eu me arrastando pela casa, enquanto Tete berrava. Os vizinhos já devem achar que a gente tá se matando.

- tô pronta. - concluo chegando na sala.

- não acredito! Você tá de mini saia? - leva a mão na boca.

Ela vai ir o caminho todo falando que não esperava esse look vindo de mim. Tenho absoluta certeza.

- tô, agora vamos, não era você que estava com pressa? - abro a porta de casa saindo.

O resto da tarde, nos perturbamos, fofocamos, comemos, e gastamos dinheiro que nem temos. Voltamos para casa perto das 18:30 da tarde, tomei banho e comecei a me arrumar, meu irmão me ligou, interrompendo o processo, e agora cá estou eu, ouvindo ele dizer que meu sobrinho pegou mania minha, e agora que fazendo bico pra tudo. Achei uma falta de respeito comigo viu!

- Cleópatra! Já tá pronta!? - a garota abre com tudo do meu quarto.

- quebra caramba! Não foi você que comprou! - bato nas coxas brava.

- foi eu sim! - entra no cômodo.

– oi cabelo de fogo! - Ryan diz do outro lado da linha.

- enfia esse cabelo de fogo no teu rabo. - se joga na minha cama. - sabia que você tá atrapalhando sua irmã se arrumar para um date?

Arregalo os olhos, e me viro tão rápido para a cama, observando as próximas palavras trocadas pelos dois doidos.

– date com quem, posso saber?

Pisco, não sabia que iria acontecer um desastre.

- uai, com a chefe dela. - derrubo o rimel que eu segurava na mão.

– com quem!?

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