{Margareth Sullivan}
Tenho certeza que foi o melhor jantar que já tive na minha vida, não porque eu estava estreando o novo restaurante da minha irmã, ou porque a comida estava boa, apesar disso também colaborar para um bom jantar, mas o que fez realmente ser O JANTAR, foi Cleópatra Nunes. Confesso que em momento algum fui capaz de tirar os olhos dela, essa mulher me hipnotizou de uma forma.
E eu perder a oportunidade de colocar a mão na coxa dela? Nunca.
O filé com toda a certeza não caiu no prato do vegano.
Estaciono o automóvel em frente a casa de Cleo, e com certeza com vontade de estar levando ela para minha casa. Querer não é poder né? Saio dando a volta na bugatti para poder abrir a porta pra mulher. Se bem que, se eu trancar o carro, entrar nele, e partir pra minha casa não vai nem dar tempo pra ela ligar pra policia né? E se...
E se nada Margareth! Que isso! Vai dar sim pra ela ligar pra policia. Malucou? Abro a porta pra cacheada, que sorri para mim. Porque ela tem que ter um sorriso tão viciante? Eu poderia admirar ela por horas.
- obrigada pela noite Ma. - sai segurando sua sacola, o buquê e sua bolsa.
- de nada meu anjo. - a acompanho até a entrada de sua casa, enquanto ela abria a porta. - não vou reclamar se a senhorita quiser mais noites como essa.
Eu? Reclamar sobre isso? Até parece, se a gente pudesse jantar todas as noites juntas, eu faria. Mas... Ela ainda tá descobrindo que gosta de mulher, então eu tenho que ter calma.
Vi a de pele negra concordar com a cabeça, ela girou em seus calcanhares, e ficando nas pontas do pé, me deu um beijo na bochecha.
A brisa da noite soprou, a porta se fechou em minha frente, fiquei sozinha, apenas eu e meus pensamentos.
Ela me deu um beijo na bochecha? Por iniciativa própria?
Não surtar, e manter a calma.
Não surtar e manter a calma.
É simples, só não surtar, e manter a calma.
Pisquei diversas vezes antes de voltar para o carro, ainda chocada com o ato da minha rainha, dou partida no automóvel ligando para Eliza.
- me conta tudo.
‐ dei o buquê pra ela. - coloco o celular no suporte, e a ligação no viva voz.
Se eu demonstrar alguma coisa, ou mudar o tom de voz, Elizabeth vai falar de mim pro resto de sua vida. Minha maior fã.
- Margareth sendo romântica, isso tem que ser marcado na história. E ela gostou?
- bom, pela reação sim. - sorrio lembrando de Cleópatra.
- e o que tinha naquela sacola? Você nem quis me dizer o que tinha, porque segundo você, eu ia contar pra sua amada.
Ri, ela realmente ia abrir a boca pra modelo e ia acabar estragando a surpresa. Eu conheço a irmã que tenho.
- um ursinho da gata Marie e um bilhete. - respondo.
- ela gosta da gata Marie?
- gosta. Eu também fiquei surpresa. - viro em uma curva.
Mentira, eu não fiquei surpresa.
- e o que tava no bilhete?
- segredo fofoqueira.
De repente meu celular vibrou, indicando que outra pessoa me ligava, essa que estava marcada com o nome de "mãe".
- adivinha quem tá ligando. - solto, ouvindo o estalar de língua de Beth do outro lado da linha.
- mamãe te ligando uma hora dessas?
Respiro fundo, vamos enfrentar a fera né.
- exatamente, vou atender, nos falamos depois. - desligo a ligação, para iniciar outra com Dona Fabiana. - oi mãe.
– finalmente atendeu, não está ocupada? Que sempre que eu ligo você tá ocupada.
- perdão mãe. - aperto o controle para que o portão de minha casa se abra.
– vai vir quando pra cá?
Eu poderia até imaginar seus braços cruzados acima do peito, e seu pé batendo impaciente no chão.
- ainda não sei, mas em breve. - desço da bugatti.
– você sempre diz isso.
- semana que vem. Vou semana que vem. - falo sem pensar.
Esse negócio de falar sem pensar, não dá certo.
– porque não avisou antes?
Porque até 2segundos atrás nem eu sabia que eu ia.
- queria fazer uma surpresa. - mentirosa? Talvez. Só uma mentirinha do bem.
– e a Elizabeth vem?
- ah... não sei mãe... - largo o celular em cima da mesa. - mas creio que não.
– bom, pelo menos uma das minhas filhas vem me visitar né.
Ela vai começar o drama.
- mãe, acabei de chegar em casa, vou tomar um banho e cuidar do Rajar, depois mando mensagem. - desligo a ligação rapidamente, antes que a senhora Sullivan começasse a falar novamente.
Não é mentira, vou tomar banho e dar atenção pro meu gato.
Porque eu dei dois dias pra Cleo de folga? Eu não vou ver ela todo domingo e toda segunda.
Margareth calma, relaxa, seja profissional.
Preciso avisar a Elizabeth que eu não posso ter nada na semana que vem, porque agora vou ter que ir pra Rússia.
Eu arrumo cada uma.
Pera! Calma! Vou ficar uma semana sem ver minha rainha?
Me jogo na cama, ao lado do gato cinza.
- Jafar, o que eu faço? - rolo na cama. - não quero ficar longe dela. - fico de bruços no colchão, balançando os pés, e o felino mia. - você tem razão! Jafar! Você é um gênio!
Em um movimento rápido, agarro o gato, o enchendo de beijos, e carícias, enquanto o mesmo ronronava. Pulo da cama, indo colocar alguns petiscos para o gato mais lindo de todos. O meu, é claro. E logo fui pro banho, ao som de bailando, como um gato pode ser tão inteligente?
Mas... como...? Como vou levar Cleópatra para a Rússia?
Retiro minhas roupas, ligando chuveiro e deixando a água quente escorrer por meu corpo. Hum... eu posso dizer que é a trabalho... Isso! Vou convidar ela pra fazer umas fotos na Rússia... E com participação de uma fotógrafa especial...
Eu é claro.
Ainda bem que eu resolvi ser a Barbie profissões e ser formada em tudo que gosto. Tive tempo né. Sabia que ia ser necessário uma hora ou outra, agora a Elizabeth não pode reclamar que fiz atoa.
Um certificado a mais sempre é útil.
Porém... Terei que convencer ela e não vai ser nada fácil.

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Girassóis à Beira-Mar
RomanceMargareth Sullivan, uma empresária espanhola tão fria quanto o mar que tanto ama, vê sua vida meticulosamente organizada virar de cabeça para baixo quando conhece Cleópatra Nunes, e está disposta a fazer o que for preciso para ter a senhorita Nunes...