Família Swan

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— A mamãe me ligou para contar a boa notícia. — Regina e Renata estavam conversando por uma vídeo chamada. Não faziam isso sempre, mas quando faziam, passavam horas a fio conversando.

— Qual delas?

— A que diz que você está namorando Emma Swan. — A legista revirou os olhos para o tom melodioso que a irmã usou. — Ei, não revira o olho para mim! Você deveria me agradecer.

— Agradecer o que, exatamente? — A legista perguntou.

— Mamãe não estava muito convencida de que você estava saindo com alguém e não me contou. Mas, depois da nossa conversa, eu acho que ela aceitou melhor.

— Ela sempre aceita melhor quando você fala. — resmungou.

— Gina, eu já te falei que não é pessoal. — Regina bufou ao ouvir a irmã. — Você sempre foi mais fechada que eu, logo ela está mais acostumada a conversar comigo. Não fica chateada.

— Eu não fico! Pelo menos, não mais.

Ficaram em silêncio por alguns segundos.

Renata, como sempre, analisava bem a irmã. Apesar de serem gêmeas idênticas, elas não eram nada parecidas no quesito personalidade. Enquanto Renata era extrovertida, calma e expansiva, Regina era o completo oposto: mais introvertida, com o humor ácido e sem muito tato para lidar com os seres humanos. Por isso ela era médica legista, pois achava mais fácil lidar com cadáveres.

Durante sua análise, a psicóloga avistou algo novo em sua irmã e não deixou passar.

— Resolveu assumir seu lado sadomasoquista? — perguntou, fazendo a irmã franzir as sobrancelhas. — Esse colar com algema. Ele é novo, não o conhecia.

— Você não conhece tudo que eu tenho, Nata. — Renata a olhou com cara deboche, porque, de fato, ela conhecia tudo o que a irmã tinha e ao contrário era a mesma coisa. — Você é muito chata!

— E você ainda não me respondeu.

— Foi um presente da Emma, para oficializar o nosso namoro. — A psicóloga notou o leve brilho que surgiu nos olhos da irmã

— O namoro falso? — perguntou, testando o terreno.

— É, Renata, o namoro falso. — O brilho sumiu. — Eu uso uma algema com um E.Swan gravado nessa plaquinha aqui. — Mostrou a plaquinha para a irmã. — E ela usa um bisturi com um R.Mills.

— Achei fofo! —Regina ignorou o comentário da irmã e puxou outro assunto.

— Quando vocês chegam na casa da mamãe e do papai?

— A mamãe me pediu para chegarmos na manhã do dia vinte e três.

— Você está falando sério? — Algo dentro da legista reclamou ao ouvir aquela informação.

— Sim, Gina! Ela pediu para chegarmos dia vinte e três, ela não falou com você?

— Falou, sim. O problema está na data que ela me passou.

— E qual foi?

— Dia vinte, sem atrasos. — Regina bufou. Sabia que a mãe iria aprontar alguma coisa. — Ela te falou que não vai mais ser na casa de Juiz de Fora, por causa da quantidade de pessoas?

— Sim! Vai ser em Poços.

— O que a dona Cora tá aprontando?

— Eu não faço ideia, Gina e você vai precisar descobrir sozinha, tenho alguns casos para tratar agora.

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