{Margareth Sullivan}
Finalmente acho Cleópatra perto do banheiro. Meu sangue ferve ao ver ela aos beijos com um cara, ele a beijava com tanto desespero que não sabia se sentia pena ou raiva.
Respiro fundo, afim de me acalmar.
Me posiciono atrás do homem, de um jeito com que seu próprio corpo fique em minha frente, não deixando com que a mulher me visse completamente.
Não quero que Cleópatra me veja aqui, porque ela pode ficar com medo depois, sei lá.
Puxo o moreno pela camisa, o arrastando pela boate, aproveito ao me aproximar do balcão de bebidas, e pego uma garrafa, enquanto continuava em direção a saída.
- qual foi garota!? - ele grita.
- nunca mais, toque na minha mulher. - o solto ao chegar do lado de fora da boate.
Sem dar tempo de que ele respondesse, ataco o mesmo com a garrafa, que se estilhaça com o impacto, e o corpo do homem cai em minha frente com a cabeça sangrando.
Os seguranças que estavam alí apenas me encararam, e entrei novamente no estabelecimento. Todos os funcionários daqui me conhecem, conhecem tanto o meu temperamento, quanto o temperamento de Eliza, e pra eles não perderem o emprego não vão denunciar, e outra, sempre que causo confusão dou dinheiro pros seguranças ficarem calados.
E em pouco tempo, estou em busca de Cleópatra, no meio da multidão, ia ser difícil, mas eu estou disposta a achar ela a todo custo. Após algum tempo, avistei a garota sentada em uma banqueta do balcão, provavelmente esperando sua bebida.
Graças a Deus tá parada, já tá bêbada, imagine andando por ai, se beija mais alguém, eu tenho um treco.
Suspiro fundo e vou até a bancada, parando ao lado da mulher, apoio meus braços no balcão e peço um whisky.
- eu te conheço? - a voz doce de Cleópatra soa.
- como? - a encaro, pegando o copo com a bebida amarelada que havia sido acabada de colocar em minha frente.
- eu te conheço? - repetiu, era notório sua embriaguez. - você me parece muito familiar.
Ou eu finjo demência e dou em cima dela, ou eu falo que sou a nova chefe dela?
- devo ter um rosto familiar então. - beberico minha bebida.
- familiar eu não sei, mais sei que é muito bonito. - soltou a cacheada.
- então me acha bonita? - sorrio de lado.
Ela concorda com a cabeça, agradeceu o garçom que lhe entregou um drink amarelo. Esse drink não contém tanto álcool, ou ela tomou outra coisa mais forte, ou ela tomou muito desses drinks, ou é muito fraca pra bebida.
- não tem como não achar. - responde.
Chamei Louis, o barman dali.
- quanto desse troço esquisito ela bebeu? - murmuro baixo, para que apenas ele ouça.
- 5 Sullivan, eu até pensei que ela era mais forte pra bebida, mais depois que vi ela bêbada com o terceiro desse drink, vi que me enganei. - sussurrou enxugando um copo.
Ela ficou bêbada com o terceiro drink? Ah não. Pisco algumas vezes, incrédula.
- posso? - falo para a mulher, pegando o copo dela.
Eu preciso beber um gole desse negócio, pra saber se tá batizado ou se ela é fraca pra bebida mesmo.
- claro. - seu olhar vaga pela multidão, antes de parar em mim.
Dou um gole no drink amarelo, e confesso que muito bonito, pude notar que era como beber uma cerveja, o teor de álcool, me parecia muito fraco.
Ok, Cleópatra Nunes não serve para beber. A música troca, e a mesma dá um salto da banqueta.
- eu adoro essa música, aceita dançar comigo? - estica a mão para mim.
Me surpreendo com seu convite, mas se eu recusei? Óbvio que não.
- porque não? - um sorriso travesso toma conta de meus lábios, e eu a acompanho até a pista de dança.
Estou ciente que não vou dançar, mais vou ficar secando a garota, que coitada, de tanto eu secar vai desidratar.
- já sei com quem você parece! - ela grita, para que eu possa lhe ouvir. - você se parece com a minha chefe. - diz com uma sinceridade e inocência.
Deve ser porque eu sou ela.
- jura? - finjo demência.
- sim. - concorda enquanto dança. - a diferença é que ela tem cara de má, e que ela já é idosa.
- ah ela é... - estreito os olhos. Eu sou o que?! Pressiono meus lábios, tentando não deixar escapar que eu sou quem ela tá chamando de idosa. - ela é idosa?
Achei mancada hein, me chamar de idosa, quase que eu me ofendo. Mais impossível se ofender quando a garota que te chamou de idosa, tá dançando, e automaticamente está 10 vezes mais atraente do que geralmente já costuma ser.
- é! Mais ela não é essas idosas que tem cara de idosas, aquela velha é conservada! - para de dançar, me olhando indignada, por pouco não solto uma risada escandalosa, me contento em apenas rir baixo. - não ria, é verdade! Ela parece ter uns 25 anos.
Arregalo os olhos. Que exagero. Eu chutaria que eu tenho uns 30 anos, não 25.
- e quantos anos você acha que eu tenho?
O que pode piorar não é mesmo? Ou ela me ofende de vez, ou ela me elogia.
- 24? - inclina a cabeça.
- tenho... um pouquinho mais. - respondo. - tenho mais do que 30.
- então você também é idosa? - a forma tão natural, e sincera que ela falou, me fez rir.
Eu já teria demitido ela se fosse qualquer outra pessoa. Porque olha só, ela já me chamou de velha três vezes. Estou achando que ela já sabe que eu sou a chefe dela, e tá me ofendendo por mentir pra ela.
- sou. - me aproximo da garota, inclino minha cabeça dando um cheiro no pescoço dela. - e você ainda cheira a leite. - sussurro em seu ouvido, vendo os pelos de seus braços se arrepiarem.
Ela cheirava a maracujá.
- não acho. - resmunga com os olhos fixos em minha boca.
- claro que não. - minha voz sai com uma pitada de implicância.
Me afasto, voltando para a bancada de bebidas, me sento e peço outra bebida, eu que não vou tomar a que eu deixei lá, o que mais rola aqui além de bebidas é drogas. Eu sei que Cleópatra vai vir atrás de mim, chuto que ela entrou em uma batalha em sua cabeça, enquanto olhava em minha boca pensando se realmente está se sentindo atraída por, então por exatamente isso, sei que ela vai vir.
- é raro encontrar mulheres bonitas igual a você. - uma mulher diz, sentando se ao meu lado. - está acompanhada?
- sim. - dou um gole no whisky, sem interesse algum na mulher.
Não que ela seja feia, mas Cleópatra é mil vezes mais.
- não estou vendo sua acompanhente. - passa a mão por seus fios loiros.
- se...
- agora está. - a voz de Cleo me corta, a olho e lá está ela com uma expressão neutra diante da mulher, eu podia jurar que vi seu olhar brilhando em raiva.
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Novamente, esse capítulo foi revisado as pressas, então peço perdão caso algo esteja errado.
Espero que gostem do capítulo.

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Girassóis à Beira-Mar
RomanceMargareth Sullivan, uma empresária espanhola tão fria quanto o mar que tanto ama, vê sua vida meticulosamente organizada virar de cabeça para baixo quando conhece Cleópatra Nunes, e está disposta a fazer o que for preciso para ter a senhorita Nunes...